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Por Edison d'Ávila -

Pasquins: livre expressão do povo


Pasquins: livre expressão do povo

No tempo presente, têm crescido as discussões sobre necessidade, vantagens e desvantagens das mídias sociais. Elas gradualmente têm feito parte da vida das pessoas. São ambientes de encontros, conversas, entretenimento e, mais que isso, de comunicação e expressão livre.

A liberdade de se expressar, que as mídias sociais proporcionam, parece assustar muita gente que teme o escrutínio popular de quem se visibiliza no meio social. Assustam-se as pessoas com informações inverídicas, descabidas, injuriosas e despudoradas, que muitas vezes se veiculam nesses ambientes virtuais. E isso lhes parece um mal gerado pelas  mídias sociais sem censura.

No entanto, não é isso que a história registra. Não são as mídias que geram tais liberdades, mas sim a expressão popular que sempre buscou ser livre para castigar os costumes com seus comentários e opiniões; e o povo sempre buscou canais para se contrapor aos poderosos e seu proceder errôneo.

Desde a Antiguidade e pelos séculos afora, buscou a população meios de difundir suas críticas, fazer chacotas, mostrar-se descontente. Na Roma Antiga, o povo costumava afixar junto à estátua de Pasquino seus escritos críticos e jocosos; donde se originou o termo pasquim. Ele é o escrito anônimo afixado em lugar público com críticas e sátiras contra governos, autoridades, pessoas ou situações esdrúxulas da sociedade. Os romanos tinham um ditado que dizia: rindo se castigam os costumes.  No Brasil, pasquins eram muito usados desde os tempos de Colônia, Império e mesmo na República. Ninguém estava imune ao escrutínio de quem queria criticar e satirizar.

Em Itajaí, os pasquins eram comuns e não havia como ignorá-los ou proibi-los. Duas amostras ilustram como eram os pasquins, a mídia social de antigamente, que se compunham de quadrinhas ou eram escritos em prosa. No interior de Itajaí, certa feita,  soube-se que um senhor, cuja mulher era muito alegre e comunicativa,  daria um terreno para a construção da igreja. Uma quadra do pasquim caçoando da mulher saiu assim:

Nas terras do Tracolino

Vão fazer uma igreja

A santa é a Biluca

Que todo mundo chega e beija.

Noutra ocasião, também no interior, o padre saíra com uma imagem de Jesus descalço a angariar fundos para construir uma capela. O povo não perdoou; passou a chamar o padre de cotinha e a Jesus de rapa, que levava tudo.  Porque o padre, de batina ou camisolão, pedia sempre uma cotinha para Jesus. E o pasquim saiu com  estrofes como esta :

O rapa e o cotinha fizeram combinação

O rapa de pé descalço

E o cotinha de camisolão.


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