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Por Edison d'Ávila -

Africanidade e territórios negros em itajaí


Na sexta-feira da semana passada, 20 de novembro, comemorou-se o Dia da Consciência Negra em todo Brasil. Instituído primeiramente como efeméride do calendário escolar em 2003, foi oficializado em âmbito nacional por lei do ano de 2011.

A data lembra a morte em 1695 do líder negro Zumbi dos Palmares, que lutou heroicamente contra o sistema escravista que vigorou no Brasil por trezentos anos. O Dia da Consciência Negra tem, entre outras razões, propiciado oportunas reflexões e questionamentos sobre racismo, discriminação, igualdade racial, inclusão do negro na sociedade e cultura afro-brasileira.

Assim como no Brasil, também em Itajaí dificilmente se pode prescindir da contribuição da cultura africana e do caráter peculiar que ela imprimiu no modo de ser e viver das 

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A data lembra a morte em 1695 do líder negro Zumbi dos Palmares, que lutou heroicamente contra o sistema escravista que vigorou no Brasil por trezentos anos. O Dia da Consciência Negra tem, entre outras razões, propiciado oportunas reflexões e questionamentos sobre racismo, discriminação, igualdade racial, inclusão do negro na sociedade e cultura afro-brasileira.

Assim como no Brasil, também em Itajaí dificilmente se pode prescindir da contribuição da cultura africana e do caráter peculiar que ela imprimiu no modo de ser e viver das  gentes. Isso é africanidade e contribuição do negro, que tem notável valor.

Em Itajaí todas as classes que compunham a elite econômica, social, política e religiosa do município, no tempo da escravidão,  todas se valeram de escravizados negros. Fato paradoxal: até imigrantes europeu, trazidos no século XIX, para substituir a mão de obra de escravos negros, acabaram muitos por também se utilizar dela. Cá não houve pelourinho para castigar escravizados publicamente, mas houve “capitão do mato” para ir atrás dos que fugiam e senhores que os maltratassem. Tanto que se lhes ouviam  cantar tantas vezes por aqui: “O diabo leve o branco, meu senhor seja o primeiro. Vai buscar filho de Deus, p´ra meter no cativeiro”.

Depois da Abolição da Escravatura, dois territórios negros destacados se constituíram na geografia da cidade de Itajaí: o Quilombo, nos altos da rua Blumenau e o da Esplanada, no bairro Fazenda. Dos dois, o que mais ganhou notoriedade foi o do Quilombo, pelos personagens negros ancestrais que o habitaram, pelas tradições negras cultivadas ali, como a Festas de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, e pela resistência e sobrevivência de práticas do culto afro-brasileiro.

Hoje, somente  outro território negro busca sobrevida na cidade, porque os demais se diluíram no meio urbano e perderam completamente a identidade. Trata-se da Sociedade Cultural e Beneficente Sebastião Lucas, no bairro Vila Operária. Clube social fundado em 1952, porque negro não frequentava clube de branco, a Sociedade Sebastião Lucas homenageia destacado líder sindical negro itajaiense.

A Sociedade,  mesmo tombada pelo Conselho do Patrimônio Cultural  de Itajaí,  assiste atualmente a lamentável  processo de degradação de sua sede social, sem que nenhuma política pública tenha sido praticada até agora para salvar aquele último e histórico  lugar de memória do negro de Itajaí.


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