Por Flávio Perez - redacao@diarinho.com.br
A bordo do esporte
Publicado 24/11/2023 10:26
A Seleção Brasileira de Vela se classificou para as quartas-de-final da SSL Gold Cup, a Copa do Mundo da modalidade. A equipe de Robert Scheidt e Martine Grael ficou em segundo lugar na regata final das oitavas desta sexta-feira (24), em Gran Canárias, na Espanha.
Os brasileiros ficaram atrás na tabela apenas da Lituânia, que venceu todas as quatro regatas do calendário. Tahiti e Polônia foram eliminados. Na próxima fase, a Seleção Brasileira de Vela terá pela frente Austrália, Nova Zelândia e mais uma equipe que virá das eliminatórias.
As quartas-de-final começam na segunda-feira (27) e terão o mesmo formato, ou seja, quatro barcos se enfrentando em quatro regatas, sendo que a última vale peso dobrado. Os dois que somarem mais pontos seguem na SSL Gold Cup.
''Dever cumprido, foi um mata-mata contra o Tahiti, um time que velejou muito bem nas primeiras rodadas. Conseguimos velejar melhor e foi um grande alívio! Agora é pensar na próxima fase contra grandes potências da modalidade'', disse Robert Scheidt, comandante do barco.
A classificação veio de maneira suada, mas a tripulação já sabia o que fazer antes da regata começar nas Ilhas Canárias. A raia estava com condições parecidas com o dia anterior, com sol e ventos na direção norte com variação de 8 a 10 nós.
Desde a largada era notória a estratégia das duas equipes, que transformaram Las Palmas em um verdadeiro match race. A matemática era clara, ou seja, quem cruzasse na frente levaria a vaga na próxima fase.
''Foi bem tenso, mas a gente tinha que ganhar deles. Foi barco contra barco, os outros não importavam! Conseguimos largar bem, algo que estávamos tentando desde o início, e aí tomamos decisões táticas em relação ao vento que funcionaram'', explicou Martine Grael.
O Brasil saiu melhor desde a largada, como pontuou a bicampeã olímpica Martine Grael, e ganhou a vantagem de prever as manobras dos rivais da Oceania. E foi assim até a primeira boia, quando os barcos ganharam velocidade utilizando a vela balão no vento a favor.
E foi nesse momento que os velejadores do Tahiti erraram a manobra e perderam tempo com a vela enrolada. Isso deu campo aos comandados de Robert Scheidt que abriram vantagem para o adversário.
O Brasil até se aproximou da Lituânia e brigou pela ponta a partir da terceira perna da prova, que durou ao todo 45 minutos. Mas os olhos estavam no retrovisor, sempre colocando distância confortável para o Tahiti. No último popa os brasileiros administraram e fizeram festa.
Emocionado, Juninho de Jesus dedicou a vitória ao filho Cauã, que completou 12 anos hoje. ''Tinha prometido essa classificação pra ele! Foi uma semana de muito trabalho e regatas apertadas. Fizemos um certo com uma pré-largada excepcional. Agora é seguir evoluindo, principalmente no contra-vento''.
O time brasileiro foi novamente escalado com Alfredo Rovere, Juninho de Jesus, Henrique Wisni, Henry Boening, Gabriel Borges, Mario Tinoco, André Fonseca, Martine Grael e Robert Scheidt. Os suplentes foram Gabriel Kieling e Pedro Trouche.
Assista a regata -- https://www.youtube.com/watch?v=Q09xi-31EmM
Numeração
1 Alfredo Rovere
2 Juninho de Jesus
3 Henrique Gomes
4 Henry Boening
5 Gabriel Borges
6 Mario Tinoco
7 André Fonseca
8 Gabriel Kieling
9 Martine Grael
11 Pedro Trouche
10 Robert Scheidt
Com semelhança das principais Copas do Mundo em outros esportes, a SSL Gold Cup é um evento de igualdade de oportunidades com barcos SSL47. O barco brasileiro ganhou em 2022 o patrocínio da Sertrading, uma das maiores empresas de comércio exterior do país, e da Subsea 7 S.A., que apoiarão o time. Além da marca de mochilas e equipamentos para atividades outdoor Allcatrazes.
A união entre Sertrading e Subsea 7 S.A com a Seleção Brasileira de Vela foi idealizada por Bruno Prada, companheiro de Robert Scheidt nas medalhas de Pequim 2008 e Londres 2012, e CEO do barco brasileiro.
Sobre a SSL Gold Cup
A SSL Gold Cup reúne desde seu início 56 nações entre os membros da World Sailing para coroar a melhor nação da vela a cada dois anos. Em um esporte mecânico em que a corrida pela tecnologia pode atrapalhar a corrida pela glória, a SSL busca uma competição igualitária, em que o talento dos velejadores está na vanguarda, e os campeões se tornam heróis inspiradores de novas gerações. A SSL é um evento especial da World Sailing desde 2017.
Como na Copa do Mundo de futebol, as primeiras rodadas de qualificação selecionam os times que avançam para as fases eliminatórias. Todas as regatas são disputadas com flotilhas de quatro barcos em cada, até as quartas de final. As equipes serão colocadas em chaves, com os oito primeiros colocados garantidos nas quartas-de-final.
Duas flotilhas de quatro competem nas quartas-de-final para selecionar as quatro equipes que participam da única regata da Grande Final. O vencedor da Grande Final será coroado como a Melhor Nação da Vela. A SSL criou um formato inovador. E os fogos de artifício ao final do evento prometem dar um desfecho dramático para esta incrível competição global.
Mais informações em https://goldcup.starsailors.com/
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