Por Flávio Perez - redacao@diarinho.com.br
A bordo do esporte
Publicado 14/10/2023 19:26
Alterado 14/10/2023 19:36
A Copa Brasil de Vela 2023 foi concluída neste sábado (14) na Escola de Vela Lars Grael, Ilhabela (SP), com mais de 80 velejadores na raia do Canal de São Sebastião. O tradicional evento foi organizado pela Prefeitura de Ilhabela - Secretaria de Esportes e pela CBVela, com apoio do Comitê Brasileiro de Clubes - CBC.
As regatas serviram como seletiva para o Mundial da Juventude 2023, que será em Búzios (RJ), no mês de dezembro e por isso atraíram vários representantes da nova geração, principalmente nas classes 420, ILCA e IQFoil. O campeonato teve ainda atletas do Optimist, Dingue, Snipe e Finn.
O evento, que tradicionalmente ocorre em Ilhabela (SP) nos meses de outubro, foi concluído com vento forte de até 20 nós com muita onda na raia. Essas condições foram constantes durante toda a semana no litoral norte paulista.
Para Marco Aurélio de Sá Ribeiro, presidente da CBVela, o sucesso da Copa Brasil precisa ser dividido com a prefeitura local por meio do prefeito Toninho Colucci, do CBC e de toda a comunidade de vela.
''Quero exaltar a presença de todos os velejadores que vieram de longe como os atletas do Rio Grande do Sul, Brasília e de vários locais para competir aqui essa semana com vento forte. A Escola de Vela Lars Grael fez um trabalho muito bom dando suporte a todas as nossas operações. Voltaremos em 2024 no evento que marcará o primeiro de alto-rendimento depois das olimpíadas de Paris 2024 e o início da preparação de Los Angeles 2028''.
Responsável pela área de eventos da CBVela, Walter Böddener destacou a área técnica da competição, que segundo ele teve um altíssimo nível, principalmente com os atletas da Vela Jovem. ''Tivemos ventos todos os dias, de 14 a 20 nós, que exigiu muito dos atletas. Foi uma ótima preparação para o Mundial da Juventude de Búzios. Para os mais novos, como Op, nos impressionou a coragem deles para enfrentar essas condições muitas das vezes adversas''.
Como citado, o último dia colocou a prova o preparo físico e a coragem dos velejadores, já que navegar em barcos pequenos com muita onda e ventos fortes não é uma situação fácil nem para os mais experientes.
Entre as classes mais desafiadoras está a IQFoil, a nova prancha à vela do calendário olímpico e pan-americano. Quem dominou o campeonato de ponta a ponta foi Guilherme Plentz (CDJ/CBC). O atleta gaúcho teve 100% de aproveitamento em nove provas, superando Guilherme Munhoz (Tempo) e Gabriel Munhoz (Tempo). A melhor do feminino foi Sofia Rocha (ICB-DF/CBC).
''Ventou todos os dias, né? Deu pra treinar bastante na classe IQFoil e o campeonato foi legal, me preparando para os próximos desafios da temporada. A Copa Brasil sempre é especial e venho correr aqui desde 2016'', disse Guilherme Plentz.
Na classe Finn, o evento valeu também como Sudeste Brasileiro, e o título ficou com o Antônio Moreira (CNC/MB). O atleta de Niterói (RJ) levou o título vencendo todas as regatas e deixando para trás Robert Rittscher (YCI) e Cristiano Ruschmann (BL3).
A categoria 420, que está no Mundial da Juventude, Leonardo Caminha e Henrique Becker (VDS/CBC) superaram Augusto Mateus e Lucas Flores (VDS/CBC) e levaram a medalha de ouro para Porto Alegre (RS).
Entre os Dingues, Rwann Caique e Heitor Pires (EVI) subiram no lugar mais alto do pódio superando Ana Freitas e Cecília Junqueira (EVI) e Hugo Henrique e Claudio Spaggari (EVI).
No Snipe, Juninho de Jesus e William Moura (YCI/EVI) foram os vencedores. Ronyon Oliveira e Otávio Cardoso (EVI) ficaram em segundo e Marcelo Bellotti e Douglas Said (ICS) em terceiro.
Ester Machado (EVI) no estreante e Felipe Fridrich (EVI) no veterano foram os campeões na classe de introdução à vela. O resultado foi comemorado pelo treinador Thiago Marassal. ''A gente sabe que é uma baita experiência. A molecadinha mandou ver porque o vento estava muito forte. Nós tivemos dias bem diferentes, mas todos eles com vento. Eles saem do Optimist e daqui pra frente já vai ficando mais fácil, mais tranquilo''.
Entre os ILCAs, as três divisões tiveram os seguintes campeões: ILCA 4 COM Renato Lunetta (ICB-DF/CBC), ILCA 6 com Felipe Fraquelli (VDS/CBC) e ILCA 7 com João Pedro Souto (ICRJ/MB).
Apoio à vela Jovem
A vela brasileira tem como destaque o Núcleo de Base do programa da Confederação Brasileira de Vela - CBVela junto ao Ministério do Esporte pelo Convênio 920223/2022.
O projeto ajuda no fomento à modalidade desde o ano passado. Sede da Rio 2016 e de outros grandes eventos da vela, a Marina da Glória, na capital fluminense, recebe adolescentes entre 13 e 17 anos para treinos visando eventos nacionais e internacionais da Vela Jovem. Outros campings de treinamento foram realizados no Clube Naval Charitas, em Niterói (RJ).
O trabalho leva jovens atletas a se aperfeiçoarem na modalidade, com o propósito de levá-los ao alto-rendimento, incluindo participações em classes olímpicas e pan-americanas.
Sobre a CBVela
A Confederação Brasileira de Vela (CBVela) é a representante oficial da vela esportiva do país nos âmbitos nacional e internacional. É filiada à Federação Internacional de Vela (World Sailing) e ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB), além de ter o Comitê Brasileiro de Clubes (CBC) como parceiro no fomento à Vela nacional.
A vela é a modalidade com o maior número de medalhas de ouro olímpicas na história do esporte do Brasil: oito. Ao todo, os velejadores brasileiros já conquistaram 19 medalhas em Jogos Olímpicos.
A CBVela foi a primeira confederação esportiva brasileira a integrar a Rede Brasil do Pacto Global da ONU e a incorporar a agenda global da sustentabilidade - a Agenda 2030, com seus 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) - ao seu planejamento estratégico.
Foto: Caio Souza
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