Os dados da telemetria do início da noite de sexta indicam que os reservatórios ainda operam em níveis baixos, o que mantém a rede com baixa pressão em diversos pontos da cidade. O reservatório do Morro da Cruz, com capacidade de 5,5 mil m³, estava totalmente vazio. Já o de Cabeçudas, com 750 m³, operava com apenas 3,42%. O maior reservatório da ETA São Roque, com capacidade de 8,1 mil m³, estava em 33,98%, enquanto o de Arapongas, que comporta 4 mil m³, operava com 57,85%.
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As ETAs São Roque e Arapongas estão operando em sua capacidade máxima, mas a recuperação do sistema depende do enchimento dos principais reservatórios, especialmente o do Morro da Cruz, fundamental para o abastecimento dos bairros Fazenda e Praia Brava. Por conta disso, o abastecimento em Itajaí segue com baixa pressão. Imóveis em áreas mais elevadas, como Fazenda, Fazendinha, Cabeçudas e Praia Brava enfrentam baixa pressão ou até mesmo falta de água.
O Semasa reforça a importância do uso consciente da água neste momento. A prioridade deve ser para hidratação, preparo de alimentos e higiene pessoal, evitando grandes lavações, faxinas e consumos excessivos até que os níveis dos reservatórios se normalizem.
Breque emergencial
O conserto da adutora envolveu o vazamento numa tubulação de grande porte na avenida Reinaldo Schmithausen e foi aproveitado para adiantar um serviço pesado que estava previsto para domingo. Segundo o engenheiro Flávio de Faria, diretor de Saneamento do Semasa, “foi preciso encarar uma obra bem complexa, mexendo em redes antigas e profundas”. Ele explicou que “é o tipo de intervenção que se evita ao máximo, porque gera incômodo, mas garante a segurança do sistema”.
Durante a madrugada, o Semasa também fez a limpeza de uma das adutoras com a tecnologia polly pig. O processo usa um cilindro de espuma que percorre o interior da tubulação, removendo incrustações acumuladas ao longo dos anos. A técnica ajuda a economizar energia, reduz gastos e prolonga a vida útil dos canos.
As obras incluíram ainda a retirada de tubulações antigas que atrapalhavam a construção da nova Eta do São Roque. As duas obras foram concluídas ainda no início da manhã de sexta. O diretor-geral do Semasa, Celso Hugo Praun Filho, disse que a parte mais difícil já passou, mas que agora a responsabilidade está com a população. “Cada gota economizada ajuda a dar pressão na rede para todos. Se gastar menos, a água chega mais rápido”, explicou.
Nova Eta São Roque
A nova estação de tratamento do São Roque deve ser concluída no primeiro semestre de 2026. Quando finalizada, ela vai acrescentar 500 litros de água por segundo ao sistema. O trabalho feito entre a noite de quinta e a manhã de sexta foi considerado fundamental para o andamento da obra.
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Nessa etapa, foi feito o posicionamento das adutoras de água pós-tratamento na nova adutora, o que precisava acontecer neste momento da infraestrutura de estaqueamento. A adutora posicionada receberá a água tratada da nova estação.
A nova Eta será uma estação modular, com capacidade de tratamento de 500 litros por segundo e investimento de R$ 39 milhões, com recursos próprios do Semasa. Para as próximas etapas da obra, segundo a autarquia, não será necessária a paralisação da Eta São Roque.