MANOBRA
Deputada de SC cede liderança na Câmara para evitar cassação de Eduardo Bolsonaro
Mudança livra deputado, que está vivendo nos EUA, de falta às sessões por mais de dois meses
João Batista [editores@diarinho.com.br]
A deputada federal catarinense Caroline de Toni (PL) renunciou à liderança do grupo da Minoria na Câmara dos Deputados para dar lugar a Eduardo Bolsonaro (PL), que está morando nos Estados Unidos. A manobra é pra evitar que o parlamentar não seja cassado por faltar às sessões há mais de dois meses ou que perca o mandato automaticamente a partir de 2026.
Já na terça-feira, o PL oficializou o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro como o novo líder da Minoria. O grupo faz oposição à base de apoio ao governo Lula. Com a mudança, Caroline de Toni vira primeira vice-líder. Na prática, porém, ela seguirá representando a bancada nas votações em plenário diante da ausência de Eduardo.
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Em entrevista coletiva, a catarinense justificou a decisão. “Essa não é uma renúncia a uma função, é uma entrega em nome da verdade e da justiça. Nenhum cargo pode estar acima do Brasil. O que está em jogo não é uma cadeira, mas a integridade da democracia e a luta contra as perseguições que atingem não só o Eduardo, mas toda a família Bolsonaro”, alegou.
Para a deputada, mesmo “exilado”, Eduardo tem sido firme “na defesa das liberdades individuais e na luta pelo reequilíbrio entre os poderes”. O deputado federal agradeceu o “gesto gigante” da parlamentar e voltou a reforçar o discurso de perseguição política.
“O Congresso tem a chance histórica de virar a página: aprovar a anistia ampla, geral e irrestrita. Qualquer meia-medida manterá o Brasil refém dos abusos de [Alexandre de] Moraes e da perseguição política - bem como alvo de sanções”, disse em postagem.
O deputado é o principal responsável pela articulação de sanções do “tarifaço” do governo de Donald Trump contra o Brasil, em vigor desde agosto. A pressão busca reverter o resultado do julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) que condenou Jair Bolsonaro a mais de 27 anos de prisão.
O PT promete recorrer da manobra do PL pra evitar a cassação de Eduardo. Para o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, a decisão teve base em uma permissão válida desde 2015, que dispensa integrantes da direção e líderes partidários de justificar ausência e registro de presença em painel eletrônico de votações.
João Batista
João Batista; jornalista no DIARINHO, formado pela Faculdade Ielusc (Joinville), com atuação em midia impressa e jornalismo digital, focado em notícias locais e matérias especiais.
