O pai de santo André Trindade, que tem um terreiro em Cabeçudas, briga na Justiça para conseguir o direito de realizar a 10ª edição da Caminhada de Iemanjá, marcada para o próximo dia 2 de fevereiro, Dia de Iemanjá. Após enfrentar dificuldades recorrentes para obter a liberação da prefeitura de Itajaí, André acionou a Justiça pra fazer a homenagem à Rainha do Mar.
A decisão da juíza Francielli Stadtlober Borges Agacci, publicada nesta quinta-feira, determina que a Secretaria de Planejamento Urbano explique, em até 48 horas, os argumentos para a proibição da festa e por que o processo que pede a ...
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A decisão da juíza Francielli Stadtlober Borges Agacci, publicada nesta quinta-feira, determina que a Secretaria de Planejamento Urbano explique, em até 48 horas, os argumentos para a proibição da festa e por que o processo que pede a liberação da praia para a realização da festa ficou parado na prefeitura de 3 de dezembro de 2024 até o último dia 14.
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O advogado Fábio Machado, que representa André, afirmou que a Caminhada ocorre há 10 anos, mas enfrenta dificuldades há pelo menos três anos devido à resistência de uma funcionária da Secretaria de Urbanismo, que, segundo ele, faz exigências sem base legal. “É uma perseguição religiosa e, de certa forma, racial, pois as duas coisas estão muito próximas. Trata-se de uma perseguição contra a caminhada em si”, disse Fábio.
No ano passado, o evento só foi possível com o apoio de outras secretarias. Este ano, diante de novas exigências consideradas injustificadas, o advogado ingressou com mandado de segurança na Justiça para garantir a festa e, após a decisão desta quinta, ainda espera para que a Justiça faça uma liminar autorizando a caminhada. “Esse ano essa moça tá fazendo novas exigências, novamente sem base legal, e estávamos tentando resolver as coisas de uma forma administrativa e interna. Mas como não foi possível, ingressei com o mandado de segurança, para que o judiciário corrija a ação dessa técnica da prefeitura”, disse. A prefeitura analisa o caso e deve se pronunciar nesta sexta-feira.
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Sem preconceito
A Caminhada de Iemanjá foi criada, segundo o pai de santo André Trindade, com o objetivo de combater preconceitos em Cabeçudas. Inspirado na Caminhada da Pedra de Xangô, feita em Salvador pela mãe Iara, André iniciou o evento como uma forma de promover o respeito e o entendimento sobre a religião de matriz africana.
Ao longo dos anos, a festa ganhou proporções maiores em Itajaí, incorporando apresentações culturais para representar os orixás e entidades da umbanda.