A expressão “Janela Partidária” é reveladora do ambiente político que enfraquece as instituições políticas e, do outro lado da rua, como uma fonte que suga a energia política, fortalece o indivíduo-político. As Janelas Políticas são reveladoras da falta de compromisso político da Fidelidade Partidária. A Falta de Fidelidade, a ausência de compromissos com a “família” partidária, a tolerância com os saltos pela janela no soturno da noite ou no esconderijo das mensagens trocadas nas redes sociais, tudo isso é próprio do caráter político das relações sociais e políticas e do caráter das pessoas.
O Ambiente Político dos rituais das “Janelas” é a marca da indeterminação e dos jogos de camuflagem, como camaleão que tenta se confundir ao ambiente para se proteger. Partidos Políticos são atrativos e repulsas, oportunidades e utilidades. Até que as “Janelas” sejam fechadas, nada poderá ser definido. Os últimos lances serão a sacralização dos arranjos, dos interesses, do oportunismo, do nunca-ideológico e do sempre-útil.
Nos rituais das “Janelas”, nos entornos das oportunidades de pular o terreno moral e das responsabilidades e do amor tantas vezes declarados ao grupo familiar, para se fazer valorizar, o jogo é, necessariamente, de indeterminação. Todas as promessas não se farão verdadeiras, a camuflagem e a manipulação se farão presentes em cada jogada. E não serão nem mesmo desrespeitosas as mudanças porque, com simplismo e desfaçatez, cada qual fará seu movimento no tabuleiro do destino político. “Família” Política nunca será preservada, posto que todos os seus quesitos de existência nunca estiveram presentes. Vale o aproveitamento da situação. E para se defender, os incautos e fracos buscam as acusações. O fruto se colhe logo em frente, sem demora.
Para a traição, já sacramentada, já revelada, já descoberta nas trocas de mensagens em redes sociais, já flagrada nos intestinos do corpo político, revela o caráter dos indivíduos e dos rituais políticos. As cenas dos rituais do poder político passam por atos tal qual uma peça teatral. Cada membro é personalidade de palco. O Poder dos Ritos de Poder está, em parte apenas, na “classe oficial”, aquela encarregada pelas organizações e desempenho das formalidades dos próprios ritos. Aparecem até mesmo os messiânicos que teriam a clarividência dos passos das pernas no futuro.
A “propriedade ritual” será desenhada ao fim-do-espetáculo político das “Janelas”. Os cenários, de janela em Janela, exigem preparo e capacidade de administrar o Tempo da Política. Os eleitores, como moradores recém-chegados, são considerados de “fora”, estrangeiros porque não são reconhecidos como qualificados para participar das interações rituais da política. O tempo do Eleitor na Política virá, de acordo com o roteiro, logo depois, em dois atos: nos convencimentos de pré-campanha e no convencimento de campanha eleitoral até o momento do voto.
No período dos “Ritos das Janelas Políticas”, estabelecidas as exigências políticas e de figurinos, de comportamentos, de vez-de-falas e deixas, em cenários reais organizados pelos membros da “classe oficial”, cada qual conduz suas visões de oportunidades, faz os cálculos eleitorais e políticos, conjuga as formas e dinâmicas de apoio e vislumbra sua vitória na cena seguinte. Depois, e somente depois, necessariamente depois, entrará no Palco o Eleitor, dono de seu voto, nem tanto de sua atuação. O Tempo das Janelas é de indeterminação.