Vivemos em um mundo de inseguranças que contorcem nossos músculos e nervos. Basta acionar sites de notícias e jornais impressos para identificar os perigos e riscos e incertezas que percorrem a corrente sanguínea social. A todo o tempo o mundo virtual é um “ato de terrorismo” e de fraudes para todos os lados. Até mesmo imagens de segurança de policiais, daquelas acionadas em coletes oficiais, são manipuladas para afastar o flagrante das corrosões dos que deveriam conferir segurança e não intimidação.
Nos sites de informações de bancos, fraudes ocorrem a todo o tempo e recebemos propagandas sobre como devemos nos proteger de “pessoas do mal”. A “celebração” das “guerras” entre países, dos “conflitos” entre grupos e dos “confrontos” nas esquinas são mais do que fumaça a apontar fogo. Retratam incêndios que devoram a crença no “bem”. O refúgio possível são as comunidades que se protegem e provocam sistemas de controles sociais dos mais memoráveis, como as fofocas.
A discórdia aponta a possibilidade de as melancias se ajustarem durante a trajetória da carroça. Mas, para alguns, as melancias podem ter ideologias e provocam a arrogância e a prepotência daqueles que preferem chicote da escravidão ao deleite do diálogo. As desigualdades são expostas como divergências e as diferenças assumidas como assombros. No olhar arregalado do motorista de um automóvel em luta para ninguém “furar à sua frente”, como se ali houvesse uma batalha, repousa a fragilidade de uma sociedade pronta para incendiar com violência e agressividade qualquer circunstância desfavorável.
Os contornos da ação política são, por suas rodas da vida e da morte, a expressão de medos. Há muito a democracia se afastou do eleitor que, por sua condição, votando aqui e ali, não reconhece em seus atos a definição de uma promessa à democracia e à cidadania. Legisladores precisam apresentar um pouco de inteligência política e menos umbigo nas decisões que tomam. Mais do que tentar reunir recursos e disponibilizá-los a municípios [emendas parlamentares], têm, por princípio e fundamento e necessidade e moral, planejar e planificar uma sociedade para o futuro. Por isso devem pensar e organizar leis. Um pé no futuro, com o rosto para frente!
As pessoas de uma sociedade reproduzem, produzem e refletem seus comportamentos num acordo social [Contrato Social]. Demonstram, em tempos atuais, as formas de se defender diante de tantos assombros sociais e políticos. Alguns dos mais baixos níveis são revelados, como bandidos que, sem nenhum preparo, acreditam tanto em sua superioridade que “assaltam” trens de carga de valores no oeste americano. Uma aventura sem igual! No cinema, os melhores filmes não são sobre assaltos, mas sobre os planos. “La Casa de Papel” não é um suspense sobre assalto, mas sobre a capacidade de se fazer planos audaciosos. Um pouco de encéfalo fica longe da tentativa de se assaltar joalherias em um shopping qualquer e tentar revender as peças. A política tem se mostrado em imbecilidades, movimentos patéticos, violências insanas [pleonasmo] e roubos em esquinas. O nível está baixo demais!