
Coluna Fato&Comentário
Por Edison d'Ávila - edisondavila47@gmail.com
Edison d´Ávila é itajaiense, Mestre em História e Museólogo, mestre em Cultura Popular e Memória de Santa Catarina. Membro emérito do Instituto Histórico e Geográfico de SC, da Academia Itajaiense de Letras e da Associação de Amigos do Museu Histórico e Arquivo Público de Itajaí. É autor de livros sobre história regional de Santa Catarina
Patrimônios em restauro: casas Bauer, Burghardt, Konder
O município de Itajaí dispõe de lei que protege o patrimônio histórico, arquitetônico e natural, desde 1982. A partir da troca de governo municipal em 1983, essa legislação protetora foi solenemente ignorada, não se instalando o necessário Conselho Municipal do Patrimônio Cultural, nem se deu, por óbvio, andamento a nenhum processo de tombamento; isto é, de proteção legal.
Essa omissão ocasionou a perda de importantes patrimônios históricos e arquitetônicos da cidade. Dentre eles, a Casa Gall, único exemplar itajaiense de arquitetura em enxaimel, situada que era na atual rua José Siqueira, onde justamente está agora edificado o Forum Trabalhista. A empresa proprietária disponibilizou ao município a construção histórica que, no entanto, restou abandonada até sua completa ruína. Outra fora a Casa Werner, no bairro Carvalho, edificação do século XIX que servira de residência e casa comercial da família de Pedro Werner. Ela teve idêntico fim da Casa Gall.
Mas não se pense que a partir de 1997, quando finalmente se instalou o Conselho Municipal do Patrimônio Cultural de Itajaí e se encaminharam os primeiros processos de tombamento de bens de valor histórico, a omissão do poder público tenha deixado de existir. Fora, inegavelmente, grande avanço que a nova administração municipal, empossada naquele ano, e por decisão pessoal do prefeito Jandir Bellini, tenha passado a cumprir, enfim, a lei protetora de 1982. Mas mesmo assim, muitos exemplares significativos de arquitetura de época se perderam, desde então, ante a omissão do Conselho Municipal do Patrimônio Cultural, pela conivência de funcionários públicos, pela resistência de proprietários arredios à proteção e por pressão da especulação imobiliária. Podem ser citados como exemplos dessa omissão/conivência/pressão/especulação a destruição da Casa Asseburg, firma de comércio exportador e importador, na esquina da praça Vidal Ramos com a rua Lauro Müller; Casa Rauert, único exemplar de arquitetura alpina alemã, na rua Brusque; Casa Miranda, belo exemplar de arquitetura residencial germânica, na rua XV de Novembro; Casa Mello, último exemplar de arquitetura residencial luso-brasileira no centro histórico da cidade.
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