Diz aí, Robison!

"Todo mundo sabe que Itajaí sofre uma crise hídrica"

Robison Coelho (PL) | Prefeito de Itajaí

“Santa Catarina provou que quanto menos imposto, maior a arrecadação”
(fotos: Fran Marcon)
“Santa Catarina provou que quanto menos imposto, maior a arrecadação” (fotos: Fran Marcon)
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O prefeito de Itajaí, Robison Coelho (PL), teve um bate-papo com a jornalista Fran Marcon e o blogueiro Magru Floriano. Confira alguns trechos da entrevista.

Qual a obra ou mudança o senhor gostaria de ter feito no primeiro ano de governo e não conseguiu?

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Qual a obra ou mudança o senhor gostaria de ter feito no primeiro ano de governo e não conseguiu?

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Robison: A grande dificuldade é com relação a projetos executivos. Quando assumimos tinha um projeto da Amfri apenas, não tinha projeto de uma nova via pronto para que eu pudesse já licitar. A gente teve que correr atrás de projetos, por isso nós fizemos uma parceria importante com o Instituto Mais Itajaí e começamos a contratar projetos executivos. Mas o equilíbrio nas contas públicas foi fundamental. Um exemplo: a outorga onerosa é uma das principais fontes de renda para tocar todas essas obras ao longo do nosso mandato. Nós colocamos o recurso da outorga onerosa como sagrado para fazer obras no município. Nós vamos fazer o ginásio Ivo Silveira, nós estamos fazendo o mirante do Morro da Cruz, nós vamos fazer aquelas obras importantes que o Instituto Mais Itajaí contratou... [Algumas obras estavam em execução, por exemplo, o Parque Náutico, atrás da Marina, o mirante, por que essas obras não conseguiram ser concluídas neste ano?] Não, o mirante tinha apenas um projeto básico. Nós contratamos o projeto executivo e licitamos. O do Parque Náutico nós assumimos, mas a obra estava paralisada, ficou seis meses paralisada por uma questão de readequação de preço. Eu previa entregar em dezembro, mas devemos entregar em janeiro por causa da questão da parte elétrica.

 

"De cada R$ 100 que Itajaí manda para Brasília, voltam R$ 6, R$ 7"

 

O senhor não fará uma reforma administrativa, mas promete fazer ajustes na estrutura do executivo. Em quais pastas pretende mexer?

Robison: Todos os secretários trabalharam ao longo deste ano para que a gente pudesse fazer alguns ajustes, sempre equilibrando a questão do custeio da máquina pública também. Nós preferimos deixar esses ajustes para o início do ano que vem, da mesma forma que nós fizemos no início deste ano. Se você pegar, por exemplo, ao longo deste ano, nós contratamos mais do que foi contratado em quatro anos, de profissionais de concurso público. Na Educação, 803 pessoas; na Saúde próximo de 400. [O senhor fará mais nomeações de cargos comissionados?] Ninguém combinou isso comigo, não... [Haverá convocação de profissionais extra-teto para o programa de estratégia da família. Eles vão ser chamados?] O desafio da Saúde é cada vez maior. Sempre surge essa polêmica do terceirizado ou da função pública. A gente tem que ter um equilíbrio, tem as contas do município, tem responsabilidade, a questão da reforma tributária que vai impactar bastante. A Educação reforcei, eu chamei essa semana mais 230 profissionais. Só professores foram 230 e vamos reforçar a Saúde também, precisava aumentar esse teto na câmara de vereadores.

 

" A China já é o segundo maior parceiro de SC há muito tempo, colado com os Estados Unidos"

 

Maioria na câmara e existe a possibilidade de o MDB entrar? O governo não está obeso em termos políticos?

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Robison: Quando fui vereador, nunca usei do meu exercício ou das minhas críticas para ocupar espaço dentro da prefeitura, mas para poder ter um espaço do meu trabalho. Eu nunca fui chamado para qualquer tipo de reunião, agenda pública. Eu procurei corrigir isso. Eu acho que a oposição é importantíssima dentro do processo democrático. Eu procuro atender todos e atender às demandas dos vereadores de governo e de oposição. [O MDB vem para o governo?] Olha, não temos essa conversa do MDB vindo ao governo. O que tem é uma conversa que eu estou atendendo, sim, o MDB frequentemente. Tem uma boa relação com os três vereadores do MDB. [Mas pode ocupar alguma secretaria?] Não temos essa previsão agora. [Como o senhor avalia o aumento de 17 para 21 vereadores em 2029?] A câmara é independente. Eu faço uma conta que vamos ter, desse momento até a próxima legislatura, cerca de 50 mil itajaienses a mais. As demandas vão aumentar consideravelmente. Tem bairros que não têm representação política há muito tempo.

 

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" Todo mundo sabe que Itajaí sofre uma crise hídrica. A população aumentou e não foram feitos investimentos em reservação nos últimos anos. Nós temos a mesma estrutura desde 2012"

 

É consenso que o governo tem como pré-candidato a deputado federal o vice-prefeito Angioletti. E para deputado estadual quem o governo apoiará?

Robison: O Rubens é pré-candidato a deputado federal e o alinhamento dele com a deputada Ana Campagnolo é natural por um trabalho de regionalização. [E o candidato do governo?] Nós temos vários deputados que ajudaram muito Itajaí. Esse reconhecimento vai acontecer de alguma forma. O deputado Carlos Humberto tem nos ajudado bastante, agora o deputado Júnior Cardoso também tem mandado recurso. A deputada Ana Campagnolo é aquela que mais mandou recursos pra nós. A vereadora Anna Carolina, que agora é superintendente, é um nome forte. [Não corre o risco de ter uma campanha do vice-prefeito e Campagnolo, e o governo correndo com a Anna Carolina...] Sejamos francos: qualquer pré-candidato a deputado, estadual ou federal, faz inúmeras parcerias. As parcerias acontecem em várias regiões do estado. [CH indo pro PSD segue com apoio do senhor?] Olha, como eu falei, a gente precisa retribuir aqueles que nos ajudam. A cidade precisa reconhecer. Mas tem muitos outros deputados que têm nos ajudado. A conta que o Jorginho faz, por exemplo, da injustiça que se faz com Santa Catarina, a injustiça é muito maior com Itajaí. Eu não estou falando que é de agora, somente do atual governo federal, mas de cada R$ 100 que nós mandamos para Brasília, voltam R$ 9,70. Em Itajaí esse número é muito maior, de cada R$ 100 que Itajaí manda para Brasília, voltam R$ 6, R$ 7. [O fato de o senhor não participar da cerimônia com o governo federal em Itajaí não dificulta a relação?] Eu não vou participar de reunião política de outro partido. Eu participo de debate político dentro do meu partido. O evento que teve aqui, que o Lula teve aqui, foi um evento claramente político. O que foi anunciado lá e foi feito até agora? Foi feito nada! [Como está a situação do Porto e as áreas que o município quer usar além da desafetação de vias para o crescimento do terminal?] A gente tem conversado frequentemente com o João Paulo. Não depende só do João Paulo, é algo que depende da própria Antaq, patrimônio, uma série de questões, mas seria justo que essas áreas ficassem com o município. A parte do Centreventos, do CCP, quem explora é o município. São áreas relacionadas ao turismo da cidade. [Mas não tem andamento?] Acredito que a negociação vai acontecer num momento em especial, quando nós terminarmos a rua do Porto, onde falta apenas uma desapropriação, que nós vamos negociar a avenida Coronel Eugênio Müller. Será a hora que nós vamos ter que sentar e vamos negociar: “Eu estou te dando essas duas ruas, toda a infraestrutura e o que que vai vir?” Vamos trocar! Me manda aquela área lá, me manda outra...

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"Nós vamos ter seis estados apenas que vão sair vencedores na reforma tributária. A perda vai vir"

 

Itajaí pode enfrentar problemas com o abastecimento de água no verão?

Robison: Todo mundo sabe que Itajaí sofre uma crise hídrica. A população aumentou e não foram feitos investimentos em reservação nos últimos anos. Nós temos a mesma estrutura desde 2012. [Vai faltar água nesse verão?] Muito menos do que aconteceu no ano anterior. [Tivemos dois ou três problemas graves e a temporada nem começou...] Nós tivemos problema de quebra da adutora. Aquela adutora da Schmithausen foi feita na época do prefeito Lito Seára. Nós temos previsão para 2027 fazer uma ampla reforma na Reinaldo Schmithausen e trocar as adutoras. Nós estamos investindo em reservação. Para vocês terem uma ideia, se parar a produção hoje, eu tenho estoque para duas horas apenas. Nosso objetivo é que esse estoque vá para 24h até o final do mandato. Nós estamos investindo nisso. Esse ano vai ter uma Eta alugada também para melhorar. A Eta já está em instalação, deve estar pronta semana que vem, mais 100 litros por segundo.

 

"A arrecadação de Itajaí é de R$ 3,5 bilhões, eu perderia R$ 500 milhões hoje [com a reforma tributária]"

 

O senhor esteve recentemente na China. Como ficou a negociação com os empresários chineses que têm interesse em investir na cidade?

Robison: Primeiro que a parceria e a relação de Itajaí com os chineses não vem de agora. Não fui eu que descobri, desbravei, só estou querendo intensificar. A China já é o segundo maior parceiro de SC há muito tempo, colado com os Estados Unidos. Nas importações, eles estão na frente, nas exportações perdem para os EUA. Hoje o grande diferencial deles é a tecnologia. Um dos grupos quer investir no setor industrial e setor da tecnologia de ponta. Outro grupo que nós visitamos, eles já são exportadores de toras de eucalipto, já fazem essa exportação por aqui. Eles já têm uma estrutura de logística de exportação pra China. [E qual o impacto da reforma tributária pra Itajaí?] Quando teve o debate da reforma tributária, estive duas vezes em Brasília para defender os interesses de Santa Catarina e eu alertava dos riscos da reforma tributária. É um emaranhado de impostos, uma burocracia, a gente precisava fazer alguma coisa. Mas da forma como foi construída, nós vamos ter seis estados apenas que vão sair vencedores na reforma tributária. A perda vai vir. A arrecadação de Itajaí é de R$ 3,5 bilhões, eu perderia R$ 500 milhões hoje [com a reforma]. Por exemplo, o que faz uma empresa vir para Itajaí ou para Santa Catarina hoje? A proximidade do porto, aeroporto, mão de obra qualificada, proximidade dos grandes centros, mas o fator principal é que aqui se paga menos imposto. O ICMS de 17%, que é o ICMS de Santa Catarina, hoje tem empresa que está aqui que paga 1,5%, 2%, que para Itajaí é fantástico. Santa Catarina provou que quanto menos imposto, maior a arrecadação. [Unificando qual será o diferencial?] O grande diferencial de uma cidade vai ser a logística. A nossa logística hoje não está boa internamente para a gente atrair mais uma grande empresa. Nós temos que construir estradas. A ligação da Jorge Lacerda com a Antônio Heil, a ligação do Rio do Meio a Canhanduba, a ligação da Brava com a BR 101 são obras importantes para desafogar o nosso trânsito.

 

"Santa Catarina provou que quanto menos imposto, maior a arrecadação"

 

Moradores da Brava reclamam de “esquecimento” do executivo. Quais os planos para o bairro?

Robison: Nós conseguimos agora a licença ambiental para fazer a conexão da Osvaldo Reis-Praia Brava. Vamos executar no primeiro semestre do ano que vem. A rua Cabo Rudolf, a obra estava parada. A gente está com previsão no primeiro trimestre do ano que vem para entregar aquela obra. Nós temos a obra da Praia Brava-101. Fizemos um acordo que deve ganhar publicidade nos próximos dias com o Ministério Público Federal e com o setor privado, com investimento de R$ 200 milhões. Eu não podia investir na orla da Praia Brava sabendo que estou fazendo um acordo. Seria jogar dinheiro público pelo lixo. Está lá no acordo que eu vou ter que fazer toda a orla nova. A gente precisava guardar esse acordo, foi um acordo histórico, quase 15 anos, para fazer os investimentos na Praia Brava.

 

"Se parar a produção hoje [água], eu tenho estoque para duas horas apenas"

 

Com a operação Recomeço, moradores de rua se espalharam por outros pontos da cidade. Há relatos de pequenos furtos em diversos bairros. Como resolver essa situação?

Robison: Não é verdade que se espalhou por toda a cidade, porque o número reduziu consideravelmente. A Operação Recomeço foi um sucesso e os números estão aí. Nenhum município do estado avançou tanto em redução de criminalidade como nós avançamos em Itajaí: 50% a menos de homicídios, 48% a menos de roubos, 20% a menos de furtos. Nós resolvemos? Não, mas nós melhoramos. Dos moradores de rua que nós abordamos, nós mandamos de volta para suas famílias quase 500 pessoas; cerca de 700 pessoas encaminhamos para comunidades terapêuticas. Nós já estamos com 30 vagas ofertadas na casa de passagem, que tem facilitado bastante o nosso processo. [Como está a reabertura do Centro Pop?] Apenas os serviços administrativos estão funcionando ali. Não é que o Centro Pop fechou, fechou a parte da moleza. Nós mudamos esse serviço. Existe uma casa de passagem. Passagem. O morador de rua tá indo pra casa de passagem e ali é feito o encaminhamento: clínica terapêutica, agora vai ter a internação involuntária também, ou de volta pra sua casa. A casa está no interior da cidade, próximo de ninguém, na Paciência. Um local bem afastado, onde funcionava uma comunidade terapêutica.



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