TURISMO

A arte de viajar devagar

Slow travel ganha força e inspira experiências mais profundas, econômicas e conectadas às culturas locais

“Eu não tenho pressa em viajar”, diz o advogado João Paulo (Acervo pessoal)
“Eu não tenho pressa em viajar”, diz o advogado João Paulo (Acervo pessoal)

Viajar com calma, por mais tempo e para menos lugares tornou-se uma tendência que contraria a lógica acelerada do turismo tradicional. O slow travel — ou “viagem lenta” — propõe aproveitar o destino com qualidade, valorizando caminhadas sem pressa, mercados de bairro, conversas com moradores e refeições típicas, em vez de correr para cumprir um roteiro cronometrado. Em um mundo hiperconectado, a modalidade cresce entre viajantes que buscam bem-estar, autenticidade e uma relação mais sustentável com os lugares.

Coordenador do curso de Turismo e Hotelaria da Univali, o professor Marcos Arnhold Junior explica que o slow travel é uma filosofia inspirada nos movimentos slow food e slow living, priorizando ...

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Coordenador do curso de Turismo e Hotelaria da Univali, o professor Marcos Arnhold Junior explica que o slow travel é uma filosofia inspirada nos movimentos slow food e slow living, priorizando permanências prolongadas e imersão cultural. Para ele, viajar devagar reduz impactos ambientais, fortalece pequenos negócios e estimula a circulação por bairros e áreas rurais, aliviando a pressão sobre destinos saturados. Além disso, pode ser mais econômico: quem permanece mais tempo evita deslocamentos caros, consome produtos locais e distribui melhor os gastos. Em Santa Catarina, Arnhold observa crescimento da prática no litoral norte, Costa Verde & Mar e no Vale Europeu, referência nacional em cicloturismo.

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O advogado João Paulo Tavares Bastos Gama descobriu essa forma de viajar ainda jovem, ao percorrer lentamente o sul da França com o tio. “Eu queria ver muitos países, mas ele disse que assim eu não conheceria nada”, recorda. Na estrada, aprendeu a observar telhados, sotaques e temperos, percebendo que a profundidade exige tempo.

“Desde então eu não tenho pressa em viajar, porque quando você viaja com muitos destinos, você gasta mais dinheiro, você come o que querem te vender, você não tem tempo para escolher o que visitar”, destaca. Hoje, João prefere evitar conexões, filas e armadilhas para turistas, buscando cultura e gastronomia locais em cada passo. João ainda recomenda mergulhar na literatura antes de viajar: leu Cervantes para conhecer a Espanha, Balzac para a França, Shakespeare para a Inglaterra e Mika Waltari antes de conhecer a Finlândia.

Viver o momento é fundamental

Viajar devagar em família é descobrir que o melhor roteiro é aquele que respeita o tempo de cada um. No slow travel, ninguém precisa correr pra “ver tudo”; a graça está em sentir o lugar, repetir o sorvete preferido, alongar a estada e deixar as crianças explorarem sem pressa. É escolher um lugar e ficar nele o dia inteiro, transformar o pôr do sol em evento e deixar o relógio de lado. Quando o ritmo baixa, a convivência cresce, as trocas acontecem e as memórias também.

Para o casal de jornalistas Luciana Zonta e Adão Pinheiro, o slow travel não dispensa pontos turísticos — a foto na torre Eiffel é permitida —, mas muda completamente o modo de viver a viagem. O que importa é o modo de viajar. A proposta é abraçar a experiência estando presente, é viver mais e postar menos.

Lu, Adão e os filhos Davi e Nícolas são adeptos do slow travel (Acervo pessoal)
Lu, Adão e os filhos Davi e Nícolas são adeptos do slow travel (Acervo pessoal)

A família, que viaja com os filhos Davi e Nícolas, privilegia caminhadas, transporte público, museus históricos, vinhos, sobremesas e parques onde se observa a cidade passar. Para Luciana, esse ritmo revela sabores, histórias e encontros impossíveis no turismo apressado, além de favorecer hospedagens acessíveis e restaurantes pitorescos longe das multidões.

“Viajar devagar significa observar a vida cotidiana, visitar museus que contam a história local, provar vinhos e sobremesas típicas e simplesmente sentar em um parque para apreciar o ritmo da cidade, ampliando profundamente o repertório e o conhecimento adquirido em cada viagem”, acrescenta.

No litoral catarinense, especificamente nesse recorte da região da foz do Itajaí-açu, esse estilo encontra terreno fértil: trilhas curtas, praias acessíveis, cafés que convidam a sentar sem culpa e passeios que cabem na agenda sem estresse. O verão fica mais leve, mais real e inesquecível.

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