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O ovo de Colombo
Uma das muitas versões garante que o Colombo original, o Cristóforoteve que colocar um ovo em pé para conseguir as caravelas Santa Maria Pinta e Nina, com as quais pretendendia descobrir as Índias e acabou descobrindo as Américas.
Nosso Colombo, o Raimundo, de carreira política bem sucedida, ancorado na Tríplice Aliança, não só chegou ao Senado, como alcançou o governo do Estado de Santa Catarina.Como todo catarinense, torcemos pra que dê certo.
Seu desafio, com certeza, será recuperar o Estado, do descalabro administrativo que herdou dos seus sócios na empreitada.
Tal convicção advém dos escritos de toda imprensa catarinense, assinados pelos comentaristas os mais insuspeitos. Os fatos são os fatos.
Escolas estaduais interditadas pela vigilância sanitária, os problemas do CIC, e o desrespeito continuado ao nosso professorado que foi uma constante.
Na Saúde, agravaram o desmantelamento dos nossos hospitais, apesar das promessas do fim da ambulâncioterapia e até mesmo uma ridícula telemedicina. Em verdade até nisso foram cúmplices da política de saúde do Governo Federal.
Na Segurança Pública os jornais falam de guantanamos nas nossas delegacias e penitenciárias, déficit de recursos humanos, politização na área administrativa, etc, etc, etc...
O festival das Secretarias Regionais, servindo geralmente pra escadaria de políticos, verdadeiros papagaios de pirata sem autonomia ou responsabilidades, faz parte dessa pretensa descentralização para trouxas.
A ponte Hercílio Luz foi mantida em pé graças aos desígnios da própria natureza, escapando felizmente de estranho e imaginário metrô de superfície. Político brasileiro é apaixonado por construção de pontes.
Os escândalos na Casan perderam para os afanos na Celesc, denunciados pelo acionista Parizzoto, onde gatos comeram 51 milhões até hoje não localizados.
Não vale a pena lembrar Hey Neto, as cantorias do Bocceli, a placa de inauguração do Jardim Botânico, e a tentativa de cremação do nosso poeta Cruz e Souza, depositado em cima de uma verdadeira pira elétrica no palácio.
Estes assuntos foram abordados quase que diariamente por comentaristas do porte do Moacir Pereira, Sérgio Ramos, Paulo Alceu, Prates, Vânio Bossle e tantos outros.
Tamanho desafio pro nosso governador Colombo vai obrigá-lo com certeza a botar não um, mas dois ou três ovos em pé.
Nossa Presidenta Dilma, atenta, inteligenta, competenta, eficienta no entender de todas e de todas, teve também de livrar-se de seis, sete companhias pouco recomendáveis, já no seu primeiro ano de governo.
O desmonte da Tríplice Aliança passa inevitavelmente por contrariar os beneficiados por pensões vitalícias indecorosas por nove meses de mandato, agraciados de mandatos de senador, secretários de estado, em verdadeira corrente da felicidade.
Nas rodas mais ácidas, mas também de humor agressivo, essa tal aliança acabou sendo apelidada de ménage à trois, que a partir da inclusão de mais atores, foi acusada de práticas surubentascapazes de fazer corar até as moçoilas do Bataclã da novela Gabriela que tanto sucesso faz na TV.
Longe de pretender aconselhamento, reflete apenas a esperança de que sua Excelência, que presume-se bem intencionado, proteja os interesses maiores da gente catarinense que merece melhores cuidados e atenções.
Seria demasiado lembrar o De Falco alertando o Schettino: Vada à bordo!
Coragem, Colombo!