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O ano das florestas
A Campanha de Valorização do Papel e da Comunicação Impressa, voltada ao esclarecimento da opinião pública quanto à origem ecologicamente correta das matérias-primas destinadas à indústria gráfica brasileira, é absolutamente alinhada com a celebração oficial de 2011 como o Ano Internacional das Florestas, instituído pela ONU. Ambas as iniciativas contribuem para a conscientização da sociedade sobre o significado da preservação das matas nativas, da conservação dos recursos naturais, da produção sustentável e do respeito à salubridade do habitat como fatores condicionantes à reversão do efeito estufa e das mudanças climáticas.
A importância da cobertura vegetal para o sucesso da missão da humanidade de garantir a vida na Terra é evidenciada em dados do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma): as florestas representam 31% da superfície sólida do planeta, servindo de abrigo a 300 milhões de pessoas e garantindo, de maneira direta, a sobrevivência de 1,6 bilhão de indivíduos e 80% da biodiversidade terrestre.
No Brasil, a cadeia produtiva da comunicação impressa contribui de modo relevante para a preservação desse inestimável patrimônio natural, pois aqui não se cortam árvores nativas para a produção de celulose e papel. Cem por cento desses insumos provêm de florestas cultivadas, que são plantadas para serem colhidas, e que ainda proporcionam um ganho adicional ao meio ambiente: são absolutamente sustentáveis e seu manejo permite manter grandes áreas plantadas, as quais, na fase de crescimento, sequestram na atmosfera expressivo volume de dióxido de carbono. Em nosso país, as matas plantadas com finalidade industrial absorvem um bilhão de toneladas por ano desse gás, que é o principal causador do efeito estufa. Ou seja, a principal matéria-prima da indústria de comunicação gráfica, o papel, é não só reciclável, mas também renovável.
Todos esses valores agregados, informações e dados têm sido difundidos pela Campanha de Valorização do Papel e da Comunicação Impressa, da qual são signatárias 20 entidades de classe brasileiras. Assim, no contexto da celebração da ONU em 2011, é oportuno e pertinente lembrar que, no Brasil, não se derruba um arbusto nativo sequer para que nossas crianças tenham livros e cadernos e possamos ler jornais e revistas, acondicionar produtos em seguras e criativas embalagens de papel-cartão e desfrutar de todos os benefícios com os quais a mídia impressa contempla nossa civilização.
A despeito do advento de novos e cada vez mais sofisticados meios eletrônicos, a demanda da comunicação impressa continuará se expandindo, à medida que as nações, como vem ocorrendo no Brasil, tenham êxito na inclusão econômica, na evolução do PIB e na redução das desigualdades. Seu crescimento, sob essas perspectivas, é inevitável, pois a demanda relativa a jornais, livros, cadernos e revistas reflete os índices de alfabetização, a democratização das oportunidades, a universalização do ensino público e até mesmo a capacidade de se difundir de modo amplo no contexto da sociedade questões de alta relevância, como este bem-vindo Ano Internacional das Florestas.
*Fabio Arruda Mortara, M.A., MSc., empresário, é presidente do Sindicato da Indústria Gráfica no Estado de São Paulo (Sindigraf-SP) e diretor da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf)