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“Elemento”


“Elemento”; “elemento”; “elemento”. Um conceito utilizado para criminosos que eram apanhados e eternizados diante uma filmadora e, posteriormente, transmitido num canal de televisão. Enquanto a população acompanhava instantaneamente pelos veículos de informações, as mentes lembravam-se de ficções como Guerra ao Terror e Tropa de Elite 1 e 2, entre outros, protocolando um sentimento na sociedade que remete a realidade a uma consciência de que a segurança, justiça, um basta e até mesmo a paz ainda estão nas mãos do Estado. Por outro lado, esse problema todo que vem acontecendo não se resume à desigualdade social e corrupção. Os protagonistas são o “pó” e as “armas” que vão parar em domínio dos “elementos”. O dinheiro acabou ficando longe de ser um problema no Rio de Janeiro, pois haveria esse círculo? Círculo de viciados, traficantes, milícias e mortes.

Podemos gritar em alto tom que sem o amadurecimento de programas sociais essas questões atuais degradantes continuarão. Consequentemente, muitas mortes. Podemos também gritar: onde estão os “elementos”? “Elementos” estes de gravatas ou desprovidos de milhões de votos. Não basta apenas a polícia, o Exército e cia. trabalharem. Deve-se ouvir o que se passa no Congresso. O que dizem os parlamentares. Talvez o presidente Lula diga que agora é com a presidenta Dilma, que devolva dizendo somente em 2011. Enfim, sobressai um silêncio da parte dos políticos. A cidade do Rio não é apenas portadora de belas paisagens naturais como de brasileiros que trabalham e sonham por momentos melhores. O que quero dizer é que temo uma árvore ou um animal irracional ter mais valor que um ser humano. Não desconsiderando os mesmos.

Será que aprendemos alguma coisa diante desses momentos tristes, de guerra, pânico e vazio? Quando uma catástrofe natural desola um povo – e o Rio passou por isso recentemente –, a solidariedade vem ao encontro. Enquanto uma violência de tal tamanho circunda os expectadores, as ideias de eliminação e de fortes presídios vêm aos ouvidos de quem se vê parado e pensando. Uma guerra civil não é uma solução. Da mesma forma que ficar de braços cruzados. E nem rigidez em leis. Pois onde está o grande problema? No “elemento”. “Elementos” estes chamados por sociedade; por eleitores; por lideranças; por pessoas que abrem mão da dignidade. Ou seja, que deixam de exercer seus direitos cívicos. É claro que diante de uma arma o poder é demonstrado onde o controle da situação encontra-se. Não quero mártires. Quero apenas cidadãos conscientes. Cidadãos valentes em atos e em cobranças para com os parlamentares. Ou seja, essa ‘bomba’ deve estourar é nas mãos dos “elementos” eleitos nas urnas. Afinal, o Estado deve aparecer nessas horas. Sobretudo investir naqueles cidadãos que constroem suas histórias diante a guerra. História de verdadeiros cidadãos.

Depreendo com o sentimento de tristeza. Afinal, as cenas reproduzidas na televisão podem acontecer em nossas ruas ou acontecem. As três palavrinhas esquecidas fora da eleição – saúde, educação e segurança –, são como um norte de um Brasil melhor. Não desejo um Estado como uma “governante” de família; talvez um “pai” competente. Por fim, não é hora de culpa. É momento de recomeçar. De recomeçar não pensando nas Olimpíadas ou Copa do Mundo. Mas recomeçar as vidas que foram roubadas na omissão de quem deveria provir segurança, saúde e educação.

José de Souza Júnior

Graduado em Filosofia pela UNIFEBE/Brusque e Mestrando em Ciências Políticas-UFSCar/São Carlos-SP

Contato: js_junior@yahoo..com.br

 


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