Balneário Camboriú
Advogado acusado de rolo em apês em BC é sócio de pastor de BC
Advogado é, também, procurador da igreja Embaixada do Reino de Deus em vários processos
Franciele Marcon [fran@diarinho.com.br]
O advogado Jorge Vacite Neto, acusado pelo empresário carioca Suriel dos Santos Costa de vender três apartamentos em Balneário Camboriú sem ter a posse ou propriedade do terreno onde serão construídos os imóveis, é sócio do pastor Michael Aboud, da igreja Embaixada do Reino de Deus, com sede em Balneário Camboriú e ligada ao pastor Silas Malafaia. Jorge também atua como advogado de Silas e da própria igreja.
Suriel acionou a justiça para tentar reaver, com correção, os R$ 12 milhões pagos pela compra dos três apartamentos em um terreno na rua Miguel Matte, ao lado da academia Wave. “O advogado não detém a posse nem a propriedade do terreno, que pertence à empresa Açupesca, que firmou acordo com a FG. O valor corrigido hoje passa de R$ 16 milhões”, afirmou o novo advogado de Suriel, Lucas Zenatti. A ação judicial foi protocolada em outubro, com pedido liminar, mas ainda não foi analisada pela justiça.
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Jorge e o pastor Michael são ligados através de sociedades em mais de 10 empresas, nas quais aparecem como sócios nos registros sociais. Entre elas estão Al Nakhla Investimentos, Globex Administradora de Bens, JMBC Brasil Participações, Hala Alsalib e Algra Alumínios.
A dupla também foi citada em reportagens sobre negócios de mineração, envolvendo exploração de grafeno no Vale do Ribeira e na Bahia. A empresa criada com essa finalidade, que teria vínculos com o pastor Silas Malafaia, obteve licenças da Agência Nacional de Mineração na época do governo Jair Bolsonaro (PL), mas o projeto não avançou por divergências entre os sócios.
Em nota enviada ao DIARINHO, Jorge negou que tenha havido a venda dos imóveis de terceiros e disse que se trata de uma cessão de direitos, firmada entre partes privadas e “com cláusulas expressas, válidas e plenamente consentidas à época de sua celebração”.
Ele também destacou que existe uma cláusula de confidencialidade no contrato, o que impede a divulgação de seus termos. “Há um processo judicial em curso, ajuizado pela parte que, por decisão unilateral, optou por não prosseguir com o ajuste, sem que tenha havido qualquer inadimplemento por parte do cedente”, afirmou Jorge ao DIARINHO.
O advogado ainda informou que medidas criminais foram tomadas contra Suriel “em razão de condutas altamente lesivas” e que não há qualquer decisão judicial reconhecendo fraude ou ônus sobre os imóveis citados.
Franciele Marcon
Fran Marcon; formada em Jornalismo pela Univali com MBA em Gestão Editorial. Escreve sobre assuntos de Geral, Polícia, Política e é responsável pelas entrevistas do "Diz aí!"
