Desastre natural
Tornado com ventos de até 250km/h destrói cidade no Paraná e deixa seis mortos
Rio Bonito do Iguaçu decretou calamidade; em SC, 12 cidades registraram estragos
Camila Diel [editores@diarinho.com.br]
O governador Ratinho Junior decretou estado de calamidade pública neste sábado em Rio Bonito do Iguaçu, no Centro-Sul do Paraná, após o tornado que devastou cerca de 90% das residências e comércios na tarde de sexta-feira. O fenômeno deixou seis mortos, duas pessoas desaparecidas e mais de 430 feridos, nove deles em estado grave.
A Defesa Civil classificou o evento como um tornado de nível F-2, com ventos de até 250 km/h. A cidade, com cerca de 14 mil habitantes, ficou praticamente destruída: casas vieram abaixo, árvores e postes foram arrancados e veículos arremessados.
Continua depois da publicidade
Cinco das vítimas morreram em Rio Bonito do Iguaçu — três homens, de 49, 57 e 83 anos, e duas mulheres, de 47 e 14 anos. A sexta morte foi registrada em Guarapuava, onde um homem de 53 anos não resistiu aos ferimentos.
Mobilização estadual e federal
O governo do Paraná mobilizou mais de 50 bombeiros, além de equipes médicas, policiais, voluntários e maquinários para o resgate e a reconstrução. Um posto de comando foi montado em um posto de combustível, e um heliponto foi instalado em um campo de futebol para agilizar o transporte aéreo de feridos.
O cenário é de destruição total: casas, comércios e estruturas públicas arrasadas, ruas cobertas de destroços e bairros inteiros sem energia elétrica. Cães farejadores, helicópteros e equipes de busca seguem nas operações de resgate.
Envio de ajuda humanitária
A ajuda humanitária começou a chegar nas primeiras horas deste sábado.O governo federal também confirmou apoio logístico e financeiro, com o envio de equipes e recursos para reconstrução das áreas atingidas. Além disso, o estado acionou o Fundo Estadual de Calamidade Pública para garantir a liberação rápida de verbas emergenciais destinadas à reconstrução de moradias e infraestrutura.
Santa Catarina registra 12 cidades atingidas
Em Santa Catarina, o avanço da instabilidade provocou vendavais, chuvas intensas e granizo em 12 municípios entre sexta e sábado, segundo a Defesa Civil estadual.
O balanço aponta 259 habitações afetadas, 32 desalojados e nenhum desabrigado ou morte até o momento. As regiões Oeste e Meio-Oeste concentram os maiores danos.
Dionísio Cerqueira: município mais afetado
O caso mais grave ocorreu em Dionísio Cerqueira, no Extremo-Oeste, onde ventos extremamente fortes atingiram as comunidades de Jorge Lacerda e Gleba União, danificando cerca de 60 casas e deixando duas pessoas feridas.
Continua depois da publicidade
Houve queda de árvores, destelhamentos, danos em escola, igreja e ônibus, além de 30 desalojados. A cidade decretou situação de emergência.
Mais danos
Em Xanxerê, uma tempestade de vento registrada por volta das 17h de sexta-feira provocou queda de árvores, danos estruturais e 164 casas atendidas com lonas. O decreto municipal de emergência está em análise.
Faxinal dos Guedes teve destelhamentos, queda de árvores e bloqueio total da BR 282 por três horas; duas pessoas ficaram desalojadas.
Continua depois da publicidade
Em Abelardo Luz, 26 casas foram danificadas e 104 pessoas afetadas; bairros Santa Luzia, Aparecida e Alvorada estão entre os mais atingidos.
No Sul do estado, Criciúma registrou alagamentos e vias interditadas nos bairros Michel e Boa Vista; Urussanga teve deslizamentos leves e interdição de via; e Pescaria Brava relatou um deslizamento no bairro Santiago.
Chapecó contabilizou 28 casas destelhadas, três vias bloqueadas e uma escola danificada, sem feridos.
Continua depois da publicidade
Itapiranga, Fraiburgo, Caçador, Abdon Batista e Videira também tiveram ocorrências pontuais de vento forte e alagamentos, sem registro de feridos.
Tensão continua no litoral
Com o ciclone extratropical ainda atuando sobre o litoral catarinense, a Defesa Civil mantém alerta de ventos de até 90 km/h e ondas de até 4 metros neste sábado. As rajadas devem diminuir apenas na madrugada de domingo.
As autoridades reforçam o alerta para evitar atividades marítimas, praias, árvores, placas e muros durante o vento forte. Em caso de emergência, ligue 193 (Bombeiros) ou 199 (Defesa Civil).
Camila Diel
Camila Diel; jornalista no DIARINHO; formada pela Univali, com foco em jornalismo digital e produção de reportagens multimídia.
