A Polícia Federal iniciou nesta quarta-feira a operação “APA Segura”, que investiga fraudes em licenças ambientais ligadas à Área de Proteção Ambiental (APA) da Baleia Franca, no Sul de Santa Catarina. Um dos alvos da ação foi Itapema, onde agentes da PF cumpriram ordens de busca e apreensão.

Foram 16 mandados cumpridos em Jaguaruna, Itapema, Araranguá, Urussanga, Armazém, Capivari de Baixo e Tubarão. As investigações começaram a partir de um pedido do Ministério Público Federal (MPF) e miram um esquema de emissão irregular de licenças e autorizações ambientais entre 2015 e 2025.

Segundo a PF, há indícios de que uma organização criminosa trabalhava na venda e manipulação de certidões, laudos e autorizações ambientais, contrariando decisões judiciais e a legislação vigente. O grupo teria facilitado construções irregulares e urbanização desordenada, o que pode causar contaminação de lençóis freáticos, enchentes e alagamentos em áreas protegidas.

Em Jaguaruna, onde está o foco principal da investigação, os mandados foram cumpridos no Instituto Municipal do Meio Ambiente (IMAJ) e na Diretoria de Planejamento Urbano. Mas as diligências se estenderam até Itapema, onde, segundo a PF, foram recolhidos documentos e mídias que podem ajudar a esclarecer o alcance da fraude.

A operação contou com apoio de peritos e equipes da PF em várias regiões do Estado. Os investigados podem responder por crimes contra a administração ambiental, corrupção ativa e passiva e organização criminosa.

As apurações continuam sob sigilo, e a Polícia Federal reforça que o objetivo é garantir a proteção das áreas de preservação e responsabilizar quem se beneficiou das irregularidades.