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Moradores de Itajaí e Navegantes precisam segurar gasto de água
Reservatórios foram esvaziados para reparo emergencial na adutora
Camila Diel [editores@diarinho.com.br]

Quem abriu a torneira na manhã desta sexta-feira em Itajaí e Navegantes se deparou com pouca ou nenhuma água. O problema é consequência do reparo emergencial na adutora da avenida Reinaldo Schmithausen e das obras para a nova Estação de Tratamento de Água (ETA) do São Roque. Como os reservatórios precisaram ser esvaziados, a recuperação vai ser lenta e só deve se normalizar no fim de semana.
Os bairros mais atingidos pela falta de água são centro, Fazenda e Praia Brava, que dependem do reservatório do Morro da Cruz. Como ele amanheceu vazio, as bombas que mandam água para as partes mais altas ficaram sem força. Outras regiões da cidade também sentem os efeitos da baixa pressão.
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O conserto da adutora envolveu um vazamento em uma tubulação de grande porte e foi aproveitado para adiantar um serviço pesado que estava previsto para domingo. Segundo o engenheiro Flávio de Faria, diretor de Saneamento do Semasa, não teve jeito: foi preciso encarar uma obra bem complexa, mexendo em redes antigas e profundas. “É o tipo de intervenção que se evita ao máximo, porque gera incômodo, mas garante a segurança do sistema”, explicou.
Durante a madrugada, o Semasa também fez a limpeza de uma das adutoras com a tecnologia polly pig. O processo usa um cilindro de espuma que percorre o interior da tubulação, removendo incrustações acumuladas ao longo dos anos. A técnica ajuda a economizar energia, reduz gastos e prolonga a vida dos canos.
As obras incluíram ainda a retirada de tubulações velhas que atrapalhavam a construção da nova ETA do São Roque. Quando pronta, ela vai acrescentar 500 litros de água por segundo ao sistema, metade já em 2025.
Na manhã desta sexta-feira, a produção da atual ETA São Roque chegava a 1.150 litros por segundo, mas a reservação estava em apenas 4%. Muito pouco para pressurizar a rede e garantir água em todos os bairros.
O diretor-geral do Semasa, Celso Hugo Praun Filho, disse que a parte mais difícil já passou, mas que agora a responsabilidade está com a população. “Cada gota economizada ajuda a dar pressão na rede para todos. Se gastar menos, a água chega mais rápido”, explicou.
O Semasa reforça que quem mora em bairros altos e em áreas como centro, Fazenda e Praia Brava deve se preparar para enfrentar a torneira seca por mais tempo. A orientação é economizar o máximo possível e se programar até que o sistema volte ao normal.
Camila Diel
Camila Diel; jornalista no DIARINHO; formada pela Univali, com foco em jornalismo digital e produção de reportagens multimídia.