VIOLÊNCIA NA SAÚDE
Duas médicas são atacadas durante expediente em Itajaí
Crimes aconteceram no CIS e no hospital Marieta nesta sexta-feira
Amanda Moser [editores@diarinho.com.br]

Duas médicas foram agredidas em menos de 24 horas em Itajaí. Os crimes aconteceram nesta sexta-feira durante atendimentos no Centro Integrado de Saúde (CIS) do São Vicente e no hospital Marieta Konder Bornhausen.
O primeiro ataque foi pela manhã no CIS. Uma paciente não teria concordado com a conduta da médica, se revoltou e partiu para a violência. A agressora foi pra cima da médica e também quebrou o computador do consultório, deixando o espaço inutilizável para novos atendimentos.
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Horas mais tarde, já durante a noite, outra médica foi covardemente atacada no hospital Marieta. A profissional estava de plantão na unidade quando recebeu chutes no rosto de um paciente.
Nos dois casos, as vítimas procuraram a polícia e registraram boletins de ocorrência. Os crimes já estão sendo investigados.
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A prefeitura de Itajaí repudiou a violência que as profissionais de saúde sofreram e classificou os ataques como covardes. A secretaria de Saúde informou, na tarde deste sábado, que já está adotando medidas emergenciais para reforçar a segurança dos profissionais no ambiente de trabalho.
Para a secretária de Saúde e médica, Mylene Lavado, os ataques são inadmissíveis e demonstram a falta de respeito com quem se dedica a cuidar do próximo. Ela também destaca o medo que os profissionais podem enfrentar com esses episódios.
“Estamos aqui para salvar vidas e prestar assistência, mas, diante de episódios como esses, a insegurança se torna uma barreira para a continuidade do trabalho. A população precisa lembrar que foram esses profissionais que estiveram à frente durante a pandemia, cuidando e salvando vidas em um momento extremamente difícil. Hoje, eles estão fragilizados psicologicamente por essa onda de violência e precisam do apoio e respeito da sociedade”, enfatizou.
Aumento da violência
Agressão contra profissionais de saúde é considerada crime e a pena varia entre três meses a um ano de prisão, o que pode aumentar conforme a gravidade. Além da lesão corporal, ameaçar, injuriar ou desacatar um profissional durante expediente também é crime.
De acordo com um levantamento do Conselho Federal de Medicina (CFM), casos de violência contra médicos aumentaram 68% em 10 anos. Só no ano passado, mais de 4,5 mil boletins de ocorrência foram registrados, ou seja, 12 médicos são agredidos por dia no Brasil.
Amanda Moser
Amanda Moser; jornalista no DIARINHO, formada pela Univali. Produz conteúdo para as redes sociais e portal on-line com foco na editoria de geral e variedades.