Evaldo: A novidade em BC é que, para conduzir autopropelido, tem que ter mais de 16 anos de idade, e esse condutor tem que estar com capacete. Já está valendo, e essa é uma tendência para a Amfri. [Tem multa?] Tem multa. Tem um parecer do Conselho Estadual de Trânsito que diz que as multas para o autopropelido devem se assemelhar às do Código de Trânsito Brasileiro. Transitar sem capacete tem uma multa prevista lá no Código de Trânsito Brasileiro. A multa para quem está transitando sem capacete é grave, R$ 297, então ela será aplicada para o autopropelido na mesma proporção. Tem um formulário próprio que é feito. Esse formulário está indo para a Fazenda, onde é lançado o boleto para quem foi autuado poder pagar. A infração de trânsito está consignada na placa do veículo. No caso da infração de postura, ela está no CPF ou no CNPJ.
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"O estacionamento rotativo dá prejuízo para o município"
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Haverá um acordo de cooperação técnica com a PRF para o município atuar nas marginais?
Evaldo: O termo já está prontinho. A jurisdição sobre a marginal é da Polícia Rodoviária Federal. Hoje, quando acontece um acidente ali, ou você faz o boletim online ou aciona uma viatura da PRF para atender. Muita gente do bairro dos Municípios, do centro, lá do Nova Esperança, do São Judas Tadeu, está utilizando as marginais e, muitas vezes, você não pode acionar nem a PM nem o agente de trânsito no caso de acidente. O objetivo é facilitar a vida das duas corporações, tanto da PRF quanto dos agentes de trânsito, principalmente para fazer o atendimento em cima da via.
"O agente de trânsito de BC foi responsável por 22% das autuações de Santa Catarina"
Como está a implantação da chamada "muralha digital"? Como ela vai funcionar?
Evaldo: Nós estamos licitando esse equipamento. Vai haver uma grande transformação. Primeiro, no coração, que é na central, onde a gente está recebendo as chamadas e fazendo o monitoramento. A central vai passar por uma grande reestruturação. Todas as entradas e saídas de BC estarão monitoradas com câmeras que vão fazer leitura de placa, o reconhecimento facial, a contagem de pessoas e de veículos. Até hoje, os grandes eventos de BC foram planejados empiricamente. A gente não sabe quantos veículos entraram, nem que horas entraram e nem quando saíram. Esse software que está sendo adquirido é um analítico muito potente, que vai ajudar na fase de planejamento. [Quando deve ser implementada?] Ela está em fase de licitação. A nossa intenção é que ele já funcione para o verão.
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"Eu me preparei a minha vida inteira para ser o comandante-geral"
BC registrou 4 mil ocorrências de perturbação do sossego entre outubro de 2024 e maio de 2025. A GM tem meios de combater essa infração?
Evaldo: Eu vou dar um dado na questão veicular: o agente de trânsito de BC foi responsável por 22% das autuações de Santa Catarina. A gente está irmanado com o Ministério Público no projeto Silêncio é saúde. Para a parte veicular está sensacional. A parte de bares e restaurantes, que também produzem, alguns deles, poluição acústica, a prefeitura está mandando um projeto de lei para a câmara de vereadores, em consonância com o Ministério Público e o sindicato dos bares e restaurantes. A gente tem atendido um número exagerado de ocorrências de perturbação do sossego. Mas não tem só ligação com bares ou casas noturnas, mas de residências particulares. Às vezes o cara está lá, sábado à noite, meio empolgado, acaba botando um sonzinho meio alto e faz com que liguem para nós. Qual é a nossa intervenção? A GM não pode lavrar o termo circunstanciado. O nosso primeiro deslocamento é orientar para baixar o som. Uma grande maioria baixa. Aqueles que reincidem, a gente tem que fazer a condução para a delegacia pela contravenção penal da perturbação do sossego alheio. Faz a apreensão daquilo que está produzindo o excesso de som e conduz para a delegacia para lavratura do termo circunstanciado. [A GM tem utilizado o sonômetro?] A gente tem utilizado. O MP fez a doação de alguns sonômetros para o município. Às vezes tem uma denúncia contumaz de uma conveniência que está produzindo barulho excessivo. A gente vai lá com o sonômetro e faz a medição, orienta. Se ele não aceitar a orientação, faz a apreensão do som e conduz para a delegacia.
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"Todas as entradas e saídas de Balneário Camboriú estarão monitoradas"
O alojamento dos agentes de trânsito será reformado por emenda parlamentar. Por que não se investiu antes num local adequado?
Evaldo: O prédio é locado. Quando a gente chegou lá no começo do ano sentiu-se a necessidade de fazer alguma coisa para dar conforto para o agente de trânsito. Se você visse como é que eles estavam lá… Nós temos uma frustração de receita bem grande no BC Trânsito para este ano. [Qual o problema?] Em 2024, o sistema de monitoramento da cidade, do avanço de semáforo e da medição de velocidade, ficou desligado por bastante tempo. Isso reflete sempre no orçamento seguinte. Nós temos a parte da fiscalização do estacionamento rotativo. O estacionamento rotativo dá prejuízo para o município. Tanto que vai vencer o contrato agora, e a equipe do Beto Castilho [BC Trânsito] está estudando para fazer uma proposta para a prefeita, para saber se a gente vai continuar com esse modelo de locação ou se vamos fazer a concessão do sistema. Alguma coisa precisa ser feita, porque o sistema dá prejuízo. O prejuízo está no parquímetro. Até julho do ano passado, havia 130 parquímetros. De julho em diante, foram implementados mais 90. Chegou a 230 parquímetros. Cada parquímetro custa por mês, para o município, R$ 1696. Se você multiplicar por 230, vai dar R$ 380 mil. Multiplica por 12, vai dar cerca de R$ 4,5 milhões. Para manter o sistema funcionando, você paga muito caro. [E a arrecadação?] A arrecadação, quando tínhamos aquele veículo que fazia o monitoramento, a taxa de pagamento era maior. Hoje, as pessoas sabem que a gente está fazendo a fiscalização na mão. O agente tem que passar, dar os 15 minutos e depois repassar. [Por que não tem mais o veículo?] Através de um projeto que foi aprovado na câmara, a gente teve a impossibilidade de continuar fazendo a fiscalização com o veículo. [Quando vence a concessão?] O contrato vence em novembro. Até lá, nós vamos amargar. A gente conseguiu reduzir 65 parquímetros. Muitos deles não tiveram um centavo sequer de arrecadação e custam R$ 1696 pro município.
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"Para conduzir autopropelido, tem que ter mais de 16 anos de idade, e esse condutor tem que estar com capacete"
A segurança na avenida das Gaivotas ficou comprometida para veículos pesados. A prefeitura alterou o trânsito sem ouvir a comunidade. Como vai ficar o trânsito de veículos pesados no local?
Evaldo: A prefeita determinou para o BC Trânsito fazer uma via reversa na avenida do Estado Dalmo Vieira. Uma delas vai continuar para o trânsito de caminhão pegar a faixa bem à direita, de quem está vindo para o centro de BC. Vai ficar exclusiva para uso de caminhões. O BC Trânsito passou o drone agora ali. A gente está fazendo todas as medições, fazendo um estudo através da engenharia de tráfego para ver se vai funcionar. Estive segunda-feira no gabinete do secretário Carlos Humberto. Já está bem adiantado o projeto da quinta fase da Martin Luther, que vai sair lá na Arapongas. Vai dar uma melhorada significativa. Claro que isso ainda tem tempo para acontecer. Tem casas ainda e imóveis que precisam ser desapropriados.
"A gente tem atendido um número exagerado de ocorrências de perturbação do sossego"
Como está a relação entre as forças de segurança de Balneário Camboriú?
Evaldo: A palavra de ordem da prefeita é integração. 100%, nós temos que estar irmanados e integrados, porque o objetivo é sempre comum. Nós temos uma parceria gigantesca com os Bombeiros e a Polícia Civil. Antigamente, quando você tinha um veículo apreendido em BC, se fosse véspera de feriado tinha que esperar a Ciretran abrir pra poder fazer a liberação. Na transição, o delegado Giancarlo Rossini passou tudo pro BC Trânsito. [Por que no passado não tinha essa integração?] Eu acho que tinha mais a ver com política do que qualquer outra coisa. [Do senhor com o ex-secretário Castanheira?] Com o secretário, não. Na realidade, o ex-prefeito acabava instigando esse tipo de situação. Na época que o Piriquito era prefeito, qual foi a vez que você noticiou alguma situação de divergência da PM com a GM? Nós tivemos o Edemir Meister como secretário e depois o delegado da PF, Geraldo Barizon. O problema foi em 2018. [Por que o Fabrício fez isso?] Numa época se falava que eu poderia ser candidato a prefeito. Deve ter incomodado politicamente. [O senhor tinha esse desejo?] Não. Se você um dia falar com o governador Moisés, o governador é que falou pra mim: “Você vai ser candidato a prefeito.” Eu disse: “Não, eu quero ser o comandante-geral da PM”. Eu me preparei a minha vida inteira para ser o comandante-geral. Tive experiência administrativa como ajudante de ordens, trabalhei no governo do Esperidião, fui ajudante de ordens do subcomandante-geral. Eu criei esse ambiente em detrimento da minha família. [Por que o senhor não foi comandante-geral?] Momento político. Havia um candidato a prefeito em Rio do Sul que tinha o desejo de fazer o comandante, e ele estava bem alinhado com o governador na época. É a atmosfera política que não conspirou a meu favor. Mas eu tinha todos os predicados para ser.
"Muitos desses parquímetros não tiveram um centavo sequer de arrecadação e estão custando R$ 1696 para o município"
Existe algum comparativo nos números da segurança pública dos primeiros oito meses do governo em relação ao mesmo período de 2024?
Evaldo: As nossas estatísticas mais fidedignas são oriundas da Polícia Civil. O delegado Fábio Osório, que é nosso delegado do litoral, comentou que os indicadores estão mais baixos em 2025 do que em 2024. A gente tem menos furtos, roubos, homicídios registrados, na comparação com o mesmo período do ano passado. [Leitores questionam sobre o tráfico nas ruas Corupá, Campos Novos e Canelinha. Tem um monitoramento ali?] Temos, sim. A Corupá tem pessoas ordeiras, que trabalham, que ralam, mas também tem pessoas que não estão nem aí com essa situação. Nessas três ruas, a maior incidência é de consumo e de tráfico de drogas, que a gente identificou. Eu reativei o canil. Na semana passada, fizemos uma apreensão de droga com a utilização do K9. A gente tem feito as operações.
"O prejuízo está no parquímetro"
Recentemente dois GMs foram condenados, assim como o município de BC, por tortura a um deficiente. O que aconteceu com esses dois GMs condenados por tortura e quais medidas estão sendo tomadas com o efetivo da guarda?
Evaldo: Quando eu cheguei eles estavam presos na Guarda Municipal, com tornozeleira eletrônica. Houve uma condenação. Com a condenação, recorrem em liberdade e estão sem a tornozeleira. Os dois estão no serviço administrativo, trabalhando internamente, fazendo atividades que sejam compatíveis com a situação que eles estão vivendo. [Quais medidas foram tomadas para evitar esse tipo de situação?] Nós temos um psicólogo. Eu quero a produtividade, como sempre na minha vida profissional, mas tudo dentro da legalidade. O limite da atuação do servidor público é a lei. Esse limite é uma linha muito tênue. Se você pisa do lado esquerdo, você está fazendo menos do que a lei determina. Você comete o crime de prevaricação. Se você pisa do lado direito, você está fazendo mais do que a lei determina. Você comete o crime de abuso de autoridade. Eu tenho buscado, a todo tempo, orientar o pessoal, conversar, falar com os líderes de equipe. [O efetivo da GM é suficiente?] Somos a maior Guarda Municipal de Santa Catarina. Nós temos 166 integrantes. A prefeita, numa conversa entre secretários, falou que tem intenção, no futuro, de aumentar esse número. A última formação foi em 2019. A gente está formando e ela vai nomear nove agentes de trânsito. Vamos ficar com 82 agentes de trânsito. Se você somar as duas corporações, você tem quase 250 homens na cidade. É um número bem satisfatório.
"O limite de atuação do servidor público é a lei"
O telefone 153, usado para emergências, passa por problemas frequentes. Por quê?
Evaldo: A gente já judicializou porque não está conseguindo romper o contrato com a Oi, e ela não passa o 153 para outra empresa tocar para a gente. A prefeitura está licitando uma nova empresa de internet. Vai ter uma internet de redundância, especificamente para a Guarda Municipal, para que isso não volte a acontecer.
"Somos a maior Guarda Municipal de Santa Catarina"