O estelionatário preso em Itapema nesta quinta-feira pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul não tem registro como corretor de imóveis em Santa Catarina. A informação foi divulgada pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis de Santa Catarina (Creci-SC). O homem é investigado por liderar um esquema de fraudes imobiliárias que teria causado prejuízos superiores a R$ 20 milhões e vitimado mais de 120 pessoas.
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A promotora Ana Flávia Amaral Rezende, de Nova Petrópolis (RS), além do pedido de prisão preventiva solicitou a suspensão do registro profissional do investigado junto ao Creci do RS e de SC. A medida ...
A promotora Ana Flávia Amaral Rezende, de Nova Petrópolis (RS), além do pedido de prisão preventiva solicitou a suspensão do registro profissional do investigado junto ao Creci do RS e de SC. A medida foi atendida pela Justiça gaúcha, que enviou ofício ao Creci-SC também nesta quinta-feira, requisitando a suspensão do registro. Contudo, em consulta ao sistema o Conselho verificou que o acusado não tem credenciamento na entidade catarinense.
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O Creci esclarece que os processos disciplinares, como suspensão de credenciamento, só podem ser aplicados a profissionais registrados. Nos casos de exercício ilegal da profissão, a responsabilidade é do Ministério Público.
Conforme a investigação, o corretor firmava contratos de locação e intermediação com aparência legal para atrair cauções, aluguéis antecipados e comissões no Rio Grande do Sul. No entanto, os valores eram desviados e não repassados aos proprietários, tampouco devolvidos aos inquilinos. A empresa fechou as portas de forma abrupta em abril deste ano.
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Logo depois, o homem se mudou para Santa Catarina e passou a atuar como corretor em Itapema, com nova identidade profissional. Apesar de responder a ações cíveis e penais, ele mantinha vida de luxo num imóvel de alto padrão e seguia anunciando seus serviços nas redes sociais com promessas de segurança e confiança.
Outras ações
O Creci afirma que tem atuado para punir corretores credenciados envolvidos em crimes. Em outubro de 2024, o Conselho aprovou a suspensão cautelar do registro de um corretor acusado de aplicar golpes em Penha. Em março deste ano, situação semelhante aconteceu em Navegantes.
“As decisões liminares levaram em consideração os elementos apurados no inquérito policial e no processo disciplinar em tramitação no Conselho, que apontaram a materialidade dos golpes realizados no exercício de suas funções profissionais. O Creci-SC também justificou as suspensões pela repercussão social dos atos praticados e o receio de que a manutenção do exercício profissional pudesse ocasionar novos prejuízos à população e à dignidade da profissão”, disse em nota o Creci.