O empresário Ralf Mank Junior, dono da Blue Safira Imóveis, assassino confesso de Thiago Afonso, de 29 anos, CEO da Ibiza Imóveis, e do corretor de imóveis Deyvid Luiz Leite, não demonstrou arrependimento durante o depoimento à delegada Beatriz Ribas Dias dos Reis, responsável pela investigação do caso. “Não se mostrou arrependido no depoimento. Ele estava bem tranquilo”, informou a delegada. O assassino afirmou que atirou de oito a nove vezes contra as vítimas e alegou à Polícia Civil que agiu em legítima defesa.
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Segundo o depoimento, Ralf relatou que o cantor Davi, nome artístico de Deyvid, estava devendo R$ 25 mil, referente a uma parcela da compra de parte da Blue Safira Imóveis. Ele e uma terceira ...
Segundo o depoimento, Ralf relatou que o cantor Davi, nome artístico de Deyvid, estava devendo R$ 25 mil, referente a uma parcela da compra de parte da Blue Safira Imóveis. Ele e uma terceira pessoa, chamada Rafael, teriam comprado uma parte da sociedade. O valor total do negócio seria de R$ 300 mil, sendo que cada um pagaria R$ 150 mil a Ralf. Já Thiago apenas apresentou os compradores e intermediou a negociação — o que acabou lhe custando a vida.
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De acordo com a Polícia Militar, Ralf recebeu Thiago e Davi na Blue Safira para conversar sobre a parcela em atraso. Durante a reunião houve uma discussão e Ralf sacou uma pistola calibre 9 mm, matando os dois. Ele foi preso em flagrante, ainda sujo de sangue, dirigindo um Audi azul em um posto de gasolina de Piçarras, minutos após o crime. O carro, a arma, documentos e aparelhos eletrônicos foram apreendidos.
Ao ser preso, Ralf alegou legítima defesa. “Ele afirmou que a motivação do crime foi a cobrança financeira e que teria agido em legítima defesa após ser agredido pelas vítimas durante uma reunião. Testemunhas confirmaram a discussão, mas nenhuma arma foi encontrada com os envolvidos”, informou a Polícia Militar.
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No depoimento, Ralf disse que se sentiu ameaçado e acreditava que as vítimas estavam armadas. A delegada, no entanto, não se convenceu. “A motivação apresentada não se sustenta. Nenhuma das vítimas estava armada”, afirmou.
Outro ponto que levantou suspeitas foi o desligamento das câmeras de segurança da imobiliária. “DVR não estava gravando”, explicou a delegada, que trabalha com a hipótese de premeditação do crime.
Apesar de ter registro como CAC (Colecionador, Atirador e Caçador), Ralf não tinha porte de arma. A permissão era válida apenas para uso em estandes de tiro. A polícia também apreendeu os celulares das vítimas e das testemunhas, além de um notebook e anotações da reunião.
A delegada irá analisar os depoimentos de testemunhas, a perícia dos celulares, o laudo da Polícia Científica nos corpos e no local do crime, além de anotações de Ralf, para tentar confirmar a motivação do crime e se o duplo homicídio foi premeditado. Por enquanto, a investigação segue com a hipótese de homicídio qualificado por motivo fútil.