O batimento de quilha é um rito tradicional que simboliza o início formal da montagem de uma embarcação. Durante a cerimônia, uma moeda comemorativa foi colocada na estrutura metálica do novo navio como símbolo de sorte e proteção para a embarcação e a futura tripulação.
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O bloco inaugural da terceira fragata (F202) pesa 52 toneladas e corresponde ao futuro compartimento da praça de máquinas, onde serão instalados dois motores, uma caixa redutora e equipamentos auxiliares. A previsão é que o navio seja lançado em 2026 e incorporado à Marinha em 2028.
Com o avanço do projeto, agora o estaleiro de Itajaí abriga três fragatas, num momento inédito da indústria naval militar. “O feito reforça a capacidade técnica da Base Industrial de Defesa (BID) e consolida o Brasil como polo de excelência em construção naval de defesa”, destacou a Marinha do Brasil.
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A fragata Tamandaré (F200) foi a primeira a ser construída. O navio foi lançado em 2024, mas ainda será entregue pra Marinha até dezembro, após a instalação e testes dos armamentos, última fase pra embarcação ficar apta pras operações.
A segunda fragata, Jerônimo de Albuquerque (F201), segue em construção no estaleiro, com lançamento previsto pro segundo semestre deste ano. O projeto também contempla a quarta e última fragata do programa, a Mariz e Barros (F203), ainda a ter a construção anunciada.
A fabricação dos navios militares é o maior projeto naval de superfície em andamento no Brasil atualmente. As embarcações são construídas com a tecnologia Meko, da empresa alemã TKMS, amplamente usada em navios militares de diversos países e adaptada às necessidades da Marinha do Brasil.
Com 107 metros de comprimento, 3500 toneladas de deslocamento e capacidade para cerca de 130 tripulantes, as fragatas contam com convés de voo, hangar para aeronave, sistemas de mísseis, sensores multifuncionais e radares de última geração. As fragatas em operação atualmente são da classe Niterói, em serviço desde 1970, e darão lugar à nova frota.
“São fragatas modernas, em uma geração bem diferente das que temos atualmente. Vão atuar em várias áreas, como defesa de superfície, submarina e antiaérea, com um ganho de qualidade muito grande para a nossa Marinha e para a nossa Esquadra”, ressaltou o diretor-geral do Material da Marinha, almirante de esquadra Edgar Luiz Siqueira Barbosa.
Sustentabilidade, inovação e geração de empregos
Construídas no primeiro estaleiro digital da América do Sul, as fragatas da classe Tamandaré utilizam “gêmeos digitais”, realidade aumentada e processos digitais que reduzem erros, agilizam correções e minimizam impactos ambientais. O projeto adota um modelo completo de gestão, desde a concepção até a desativação da embarcação.
“Estamos produzindo navios de alta tecnologia, tanto no produto quanto no processo. Todo o desenvolvimento é feito de forma eletrônica, com softwares específicos para estrutura, testes, equipamentos e sistemas. Isso tudo gera o irmão digital, que depois será utilizado pela Marinha para operar os navios com a maior eficiência possível”, disse o diretor-executivo do consórcio Águas Azuis, Fernando Queiroz.
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O programa também impulsiona a economia local e nacional. São estimados 23 mil empregos até 2029, entre contratações diretas, indiretas e induzidas, com mais de mil fornecedores nacionais envolvidos.
O projeto integra os investimentos do Novo PAC, do governo federal, com aporte de R$ 1 bilhão no ano passado para o avanço da construção do terceiro navio. Segundo o governo federal, o programa prevê investimentos de R$ 4,3 bilhões até 2026, com mais R$ 1 bilhão planejado para etapas posteriores.
Estaleiro mudou de nome
A Thyssenkrupp Marine Systems, uma das líderes mundiais na indústria naval, que integrava o consórcio Águas Azuis, lançou sua nova marca neste mês. A partir de agora, a companhia passa a se chamar TKMS, com o nome acompanhado de novo slogan e identidade visual com novas cores.
A mudança nas unidades da TKMS será feita por etapas, começando pelos principais locais na Alemanha e depois avançando para o exterior. As empresas do grupo também vão adotar novos nomes sob a nova marca. No Brasil, o estaleiro de Itajaí passa a se chamar TKMS Estaleiro Brasil Sul.
“Nossa nova identidade de marca nos ajuda a sermos percebidos com ainda mais força como uma empresa independente, em linha com nossos planos de abertura de capital ainda este ano. A sigla TKMS, amplamente utilizada até agora, passa a ser uma marca própria que une nossa tradição, nosso presente e nosso futuro. É ousada e representa excelência tecnológica, precisão e clareza”, disse o diretor-executivo da TKMS, Oliver Burkhard, na apresentação da nova marca em Kiel, na Alemanha.
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