Morreu nesta terça-feira o ex-presidente do Uruguai José Alberto "Pepe" Mujica Cordano aos 89 anos. Ele enfrentava um câncer de esôfago em fase terminal. 

O agricultor, escritor, político e humanista foi diagnosticado em abril de 2024, mas em janeiro deste ano anunciou que o câncer havia se espalhado pelo corpo. Devido à idade avançada e com o corpo debilitado, Mujica informou que não poderia receber o tratamento agressivo ou fazer a cirurgia de remoção do tumor. 

Nascido em 20 de maio de 1935, em Montevidéu, ele fundou o Unión Popular em 1962 e foi um dos combatentes contra a ditadura militar uruguaia entre 1973 e 1985. Durante o período, foi preso quatro vezes e ferido por seis tiros. 

Ele chegou à presidência do Uruguai em 2010, ficando no cargo até 2015. Considerado um dos principais líderes da esquerda latina, Mujica trouxe ideias progressistas ao país, aprovando a descriminalização do aborto e o casamento entre homossexuais. 

Considerado um homem simples, Pepe levou isso para a carreira política. Frequentemente aparecia nas reuniões do gabinete com um casaco, sandálias e calça surrada. Uma das principais imagens que o marcaram foi ele com seu fusquinha azul. 

A morte de Pepe Mujica foi confirmada pelo atual presidente Yamandú Orsi na tarde desta terça-feira. "Obrigado por tudo que nos deu e por seu profundo amor por seu povo", disse escreveu Orsi. 

O “presidente mais pobre do mundo” não teve filhos, mas deixa a esposa Lúcia Topolansky, de 80 anos, com quem estava casado desde 2005.