O síndico do prédio, Evandro Alves de Almeida, relata que a casa já foi demolida para o binário, com a parte da antiga garagem ainda tendo que ser retirada. O muro do condomínio foi construído sobre um antigo muro de pedras do imóvel desapropriado. Logo após a entrega do prédio, houve uma notificação pra que fosse feita uma obra de drenagem no terreno, justamente pra evitar que o muro cedesse.
Passados dois anos, Evandro conta que a prefeitura não fez nada, só a limpeza do terreno que tava cheio de entulhos. Haveria um impasse entre o município e a construtora do prédio sobre quem teria a responsabilidade de construir um novo muro. “Com essa chuva de quinta-feira passada e com essa chuva de segunda-feira, toda essa água que estava represada fez com que o muro cedesse e arrebentasse pra dentro do condomínio”, disse.
O rompimento abriu um buracão no muro e deixou à mostra as pedras da antiga obra. O terreno ficou oco por baixo, com risco de cair mais material. A garagem da casa desapropriada, que é colada no muro, também está em risco e virou depósito de entulhos esperando pela demolição da prefeitura. “A gente chamou a Defesa Civil que já condenou esse muro”, denunciou o síndico.
Para ele, a prefeitura prometeu fazer a limpeza e a completa demolição da casa, confirmando a necessidade de construir um muro novo. “A partir deste momento começa o jogo de empurra-empurra. Porque a prefeitura está dizendo que isso é culpa da construtora e que é a construtora que tem que fazer, e a construtora tá dizendo que quem tem que reerguer o muro é a prefeitura”, completa.
No meio da confusão estão os moradores do condomínio. Com a volta das obras para o binário, que estão numa rua paralela à Osvaldo Reis, próximo à Cassol, a expectativa é que a prefeitura dê uma atenção para o caso. As obras do binário só devem chegar ao trecho do condomínio após cinco meses. O síndico informou que pretende acordar com a construtora pra que o muro seja construído junto com a obra do binário.
Construtora tem que fazer novo muro, diz prefeitura
Ao DIARINHO, a prefeitura explicou que o muro do condomínio foi feito aproveitando o muro que era da casa desapropriada. Segundo o município, será feita a limpeza e a drenagem no terreno, e a demolição da antiga garagem. No entanto, a derrubada não pode ocorrer enquanto a construtora não fizer um novo muro.
A prefeitura esclareceu que não pode retirar o muro de pedras porque isso mexeria com o muro do condomínio, reforçando que a construção foi erguida em cima da antiga estrutura. Para a empresa, não adiantaria um novo muro sem a contenção e drenagem do terreno.
O diretor de engenharia da CN Construtora, Edson Borba, disse que desde o dia do rompimento a empresa está em contato com a prefeitura, que foi no local junto com a equipe da construtora e representantes do condomínio pra avaliar a situação.
Ele explica que na época da construção do prédio existia uma edificação, a qual a prefeitura desapropriou e demoliu parcialmente em 2022, que impedia a construção de um segundo muro. “Pois qualquer escavação colocaria em risco a edificação outrora habitada”, diz.
Depois, o imóvel desapropriado passou a acumular água na parte baixa do muro, o que teria causado o rompimento. “Entendemos que a construção do muro é ineficiente para resolução do problema, já que sem a estabilização do talude e drenagens adequadas a situação de risco continua a mesma”, observa o engenheiro.
Em conversas com os representantes da obra do binário, Edson relata que a informação é que não tem data exata para execução dos serviços, podendo iniciar a partir de seis meses. “Mas mesmo assim faremos o fechamento do muro, para que seja garantido o fechamento do imóvel”, adianta.
Obras do binário são retomadas
A construção do binário da Osvaldo Reis foi retomada na Praia Brava no trecho da rua José Joel Ferreira. Os trabalhos no trecho licitado começaram em outubro, abrangendo a primeira fase do projeto que vai formar um novo corredor viário entre Itajaí e Balneário Camboriú.
O primeiro trecho soma 500 metros da nova avenida, em áreas com imóveis já desapropriados e demolidos para o avanço das obras. Os serviços envolvem a implantação de galerias de drenagem, o alargamento de ruas e a conexão das ruas Suécia, Ariribá e Maurino Vieira até a rua Joel José Ferreira.
No trecho, estão previstas melhorias de pavimentação, ciclovia e calçadas. A obra desta primeira etapa está avaliada em R$ 6,5 milhões, com prazo de entrega para agosto de 2025. Depois, serão licitados novos trechos, com a execução seguindo da Praia Brava em direção à Fazenda.
No total, serão mais de cinco quilômetros de uma nova avenida construída com calçadas acessíveis, ciclovia e corredor exclusivo para ônibus. O investimento total, somadas todas as etapas da construção e desapropriações, chega a R$ 180 milhões. O projeto faz parte do programa de mobilidade da Amfri e do futuro sistema de transporte coletivo regional com ônibus elétricos. “Essa obra é um grande corredor viário que ligará a avenida Marcos Konder até a divisa com Balneário Camboriú. Vai criar um novo corredor comercial e um grande eixo de desenvolvimento e progresso para a nossa cidade”, avalia o secretário de Desenvolvimento Urbano, João Paulo Kowalsky. “Uma obra que garante melhorias na mobilidade, na drenagem e desenvolvimento para novos negócios”, frisa.