Matérias | Entrevistão


ENTREVISTÃO ELEIÇÕES 2024

Sabatina com os candidatos a prefeito de Itajaí

Carlos Chiodini (MDB), Osmar Teixeira (PSD) e Robison Coelho (PL) participaram da entrevista

Franciele Marcon [fran@diarinho.com.br]

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  • Itajaí é a maior economia de Santa Catarina e a 23ª do Brasil, com R$ 47 bilhões em riquezas geradas. Segundo estimativa do IBGE, a cidade tem mais de 287 mil habitantes. Neste cenário desafiador, os moradores terão que escolher um novo prefeito, após 30 anos de alternância entre duas famílias no comando do município: Bellini e Morastoni. Para conquistar o eleitorado, quatro candidatos estão na disputa: Carlos Chiodini (MDB), Osmar Teixeira (PSD), Robison Coelho (PL) e Fabiano Silva (DC). Nesta semana, três deles toparam participar da sabatina no DIARINHO onde falaram sobre moradia, mobilidade urbana, saúde, educação, serviços funerários, meio ambiente, economia e enchentes. Fabiano Silva não compareceu no dia da entrevista marcada. As imagens são de Fabrício Pitella e o texto de Franciele Marcon. O conteúdo completo, em áudio e vídeo, está disponível no portal DIARINHO.net e em nossas redes sociais.  



  • SEGURANÇA

O aumento da população em situação de rua preocupa os moradores, com relatos de furtos e uso de drogas, ...

 

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  • SEGURANÇA

  • O aumento da população em situação de rua preocupa os moradores, com relatos de furtos e uso de drogas, além de situações de vulnerabilidade social. Como sua gestão abordaria esse problema, equilibrando ações de segurança pública com políticas sociais e apoio técnico a dependentes químicos?



    Chiodini: Esse é um tema que ganhou espaço nas eleições, é um tema que preocupa as pessoas e flerta diretamente com segurança pública. Nós saímos lá em 2018 de 150 moradores de rua cadastrados para mais de mil hoje. É muita gente e precisa ter a seriedade necessária para tratar o assunto. É complexo e exige muito trabalho. A nossa proposta é muito clara: unir as forças de segurança, também chamar para a mesa o Ministério Público e fazer uma força-tarefa, que começa primeiro pelo cadastramento de todos esses moradores. Cadastramento e verificação, desde a ficha criminal até o diagnóstico, se ele é um dependente químico, se ele sofre de alguma esquizofrenia ou se ele está apto a voltar a sua família. A partir desse momento, ir aumentando a estrutura pública de atendimento. Tem a questão da internação involuntária, que é o “tema mágico”, mas que não resolveu em lugar nenhum do país. Além do mais, me preocupa muito porque isso envolve valores. Para internar uma pessoa involuntariamente, a taxa de sucesso, comprovada nos dados oficiais,  são cerca de 10% (...) que saem melhores do que entraram. O custo mensal de um paciente é de R$ 14 mil. Veja bem, é justo pagar R$ 14 mil por mês de dinheiro público para uma pessoa ficar num tratamento que não sabe se vai dar resultado? Ah, mas por que é tão caro? Porque não é uma simples clínica terapêutica, uma comunidade terapêutica, é uma clínica psiquiátrica! Nós, com essa força-tarefa, vamos filtrar e vamos diminuir esse número com mais atenção e agindo na raiz do problema.

    Osmar: Esse tema tem impactado muitas pessoas, porque nós temos hoje grande parte da população em situação de rua que sofre com dependência química, e para manter o vício acaba praticando alguns delitos, como arrombamentos de comércios e de residências. Nós vamos resolver isso com uma tríade que se baseia em oferta de tratamento para quem deseja e também com a implantação da internação involuntária humanizada, baseado naquilo que preconiza a legislação. Vamos ao mesmo tempo fazer uma conexão de ressocialização com a oferta para o mercado de trabalho. Só que temos que pensar naqueles que são bandidos disfarçados de pessoas em situação de rua. Para fazer esse enfrentamento, combate ao tráfico de drogas, vamos empoderar a nossa guarda municipal.


    Robison: O prefeito precisa liderar esse processo, precisa estar na linha de frente. A política assistencialista que está sendo feita hoje não tem dado resultados. A população tem aumentado cada vez mais. Eu tenho adotado um jargão que diz: “Itajaí é lugar para todos que querem trabalhar e viver com dignidade”. Rua não é lar, não é digno morar nas ruas e nós não iremos permitir que as pessoas morem nas ruas. Vamos gerar oportunidades profissionais e de tratamento. Eu defendo, sim, a internação involuntária e é uma legislação que vamos encaminhar à Câmara de Vereadores já no início do nosso governo. Oportunidades para essas pessoas retornarem para os seus lares, para as suas famílias, para as suas cidades. Nós não iremos permitir que as pessoas permaneçam nas ruas incomodando e importunando as pessoas de bem. E separar bem: pessoas que precisam de ajuda e bandidos disfarçados de moradores de rua. Através da nossa secretaria de Segurança, da parceria com a PM, de câmeras de segurança, iremos mapear essas pessoas que precisam ir para a cadeia.

     


    "Como prefeito, eu vou ficar os dois primeiros meses da gestão, meio período, na Secretaria de Saúde. Junto com o meu vice, o Dedé, vamos revisar e revisitar todos os procedimentos, contratos. Vamos procurar encontrar um modelo que atenda aquilo que nós precisamos fazer, que é dar uma saúde de qualidade para as pessoas"
    Carlos Chiodini

     

    • EDUCAÇÃO

    Itajaí investiu na construção de creches e escolas, mas ainda não atende completamente a demanda crescente por vagas, recorrendo à “compra de vagas” na rede particular. Como garantir a qualidade da educação para todas as crianças, considerando que algumas estão em instituições privadas, onde a prefeitura tem menos controle sobre a gestão?

    Chiodini: Aqui em Itajaí a fila é somente para os bebês nascidos em 2024, que totalizam em torno de 500 pessoas na fila, e que já vão entrar no ano que vem. Esse é um modelo bem-sucedido. Claro que tem que aumentar a rede pública e tem que fiscalizar e exigir qualidade das credenciadas, mas a função do governo vai continuar sendo cumprida, que é garantir o acesso das pessoas ao ensino infantil. Na questão do ensino fundamental, que é do primeiro ao nono ano, que é a competência do município, nós vamos construir novas escolas nas regiões onde a cidade mais cresceu. Por exemplo, um jovem que mora no São Francisco ou no Santa Regina não tem vaga lá no ensino fundamental, ele tem que pegar um ônibus. A gente sabe o quão caótico anda o trânsito na travessia da BR 101, e ele tem que vir até o Cordeiros, que seria o bairro próximo, para fazer o seu ensino fundamental. Ele não tem uma vivência naquela comunidade, nem ele nem seus pais, acaba demorando uma hora para fazer um percurso de 4, 5 quilômetros ou até mais, dependendo do trânsito. Nós vamos investir em infraestrutura e ampliar o quadro de servidores para fazer novas escolas nessas regiões em que a cidade mais se desenvolve.

    Osmar: Em primeiro lugar a gente precisa fazer uma padronização para que aquilo que ocorre em uma instituição pública aconteça também nas credenciadas. Isso é um pedido da rede credenciada, para que seja feito esse diálogo de modo que a mesma atenção que é dada para um segmento seja dada para outro. Nós temos hoje mais de seis mil crianças na rede credenciada. Ao mesmo tempo, é necessário fortalecermos aquilo que é nosso. Nós estamos trazendo para Itajaí um modelo da construção de supercreches. São quatro supercreches previstas nas áreas mais populosas, com capacidade de vaga para 700 alunos. Os pais, as famílias precisam dessas vagas, que são importantes, tanto na rede pública, como na rede privada, através das credenciadas, para que a gente consiga atingir essa excelência. Mas isso a gente só atinge quando tratarmos dessa unificação e tratarmos isso com prioridade, de modo a conectar a credenciada à pública no padrão de ensino de qualidade. [Em uma gestão sua, os vouchers continuam?] Continuam, porque a gente entende que são necessários, como eu falei, são mais de seis mil crianças. Ao mesmo passo que você tem a rede credenciada, que já está estabelecida, é necessário investir nas instituições de ensino públicas, investir nas escolas de ensino fundamental para essas crianças que estão saindo das creches e hoje estão encontrando dificuldade nas vagas de primeiro ano.

    Robison:  É importante fazer um trabalho de fiscalização, hoje tem cerca de sete mil crianças em unidades particulares no município e o município, infelizmente, não construiu unidades públicas ao longo desses últimos anos, apenas deu sequência a alguns projetos do governo anterior. Nós vamos construir algumas unidades em Itajaí. Nós temos mapeadas quatro escolas de ensino fundamental, logo para o primeiro ano de governo. Nós temos muitos terrenos públicos que podem ser aproveitados para fazer essas construções e também construir creches. Sem contar a valorização dos nossos profissionais de educação. Nós temos dados muito preocupantes na cidade de Itajaí; nós caímos muito em termos de qualidade de educação, no ranking do Ideb. Somos a cidade mais rica, ao mesmo tempo somos a posição de número 154 nos anos iniciais, a posição número 59  nos anos nos finais. Nós precisamos melhorar esses indicadores através de uma educação de qualidade para as quase 43 mil crianças que tem Itajaí. De que forma nós vamos atingir esses indicadores? Valorizar os nossos profissionais de educação, unidades escolares adequadas para o processo de ensino e fazer investimentos em novas unidades. [Mantém os vouchers nas escolas particulares?] É um modelo que não tem como mudar, hoje nós temos sete mil unidades, vai continuar os convênios, mas nós vamos construir as unidades públicas também.


    “Primeiro nós precisamos fortalecer a nossa Defesa Civil para que ela atue na prevenção de forma rápida, ágil e antecipada. Em segundo lugar, nós precisamos imediatamente tratar da dragagem do rio Itajaí-mirim”
    Osmar Teixeira 

     

    • SAÚDE

    A alta demanda por atendimento nas unidades de saúde resulta em filas longas, especialmente para consultas com especialistas. Além disso, há denúncias sobre atrasos nos pagamentos a clínicas particulares e a necessidade de contratar mais profissionais efetivos, segundo recomendações do Ministério Público. Qual é o seu plano para melhorar o atendimento na saúde pública?

    Chiodini: Como prefeito, eu vou ficar os dois primeiros meses da gestão, meio período, na secretaria de Saúde. Junto com o meu vice, o Dedé, vamos revisar e revisitar todos os procedimentos, contratos. Vamos procurar encontrar um modelo que atenda aquilo que nós precisamos fazer, que é dar uma saúde de qualidade para as pessoas, com atendimentos ágeis e com economicidade para a prefeitura. Nós vamos discutir a relação de serviços terceirizados, com a contratação de mais servidores públicos e prestadores de serviços mais eficientes. Essa é a nossa meta, saúde é a prioridade e vamos fazer. [Tem onde reduzir os gastos?] Sem dúvida alguma.  O orçamento da saúde em Itajaí é muito significativo, esse ano são mais de R$ 750 milhões. Nós vamos buscar, com a Central de Compras, com o Centro Municipal de Diagnósticos, que é uma das nossas propostas, com a implementação da telemedicina nas mais de 40 unidades de saúde, ter melhores atendimentos e um custo mais acessível.

    Osmar: São mais de R$ 510 milhões de orçamento do Fundo Municipal de Saúde de Itajaí. O nosso problema não está sendo a falta de dinheiro, o nosso problema é a falta de gestão. A partir do momento que assumirmos o governo, vamos iniciar uma auditoria e revisão de contratos, para entender aonde a torneira está aberta demais. Eu tenho certeza que não é para o povo, para que a gente possa estancar a sangria no caixa e fazer o dinheiro sobrar para que seja aplicado nas áreas que são emergenciais. É um absurdo que a população chegue num laboratório para fazer um exame e encontre um aviso de suspensão do fornecimento desses exames por conta de falta de pagamento do convênio do SUS. Nós vamos chamar os profissionais que foram aprovados no concurso da secretaria de Saúde para que eles possam não apenas preencher vagas que estão hoje em vacância, mas para que a gente possa suprir a necessidade de um déficit que nós temos. Hoje faltam equipes de estratégia de saúde da família, faltam médicos especialistas nas unidades e falta investimento nas especialidades através de centros que sejam próprios para isso. Nós vamos implantar o primeiro AG, é um Ambulatório Geral, com funcionamento das sete da manhã à meia-noite. Vamos implantar um projeto modelo, piloto, no Santa Regina, onde o cidadão vai passar pela consulta com o clínico geral e já vai ser direcionado para as especialidades. Na pediatria vamos criar o PAI, o Pronto Atendimento Infantil, para atender uma demanda que hoje está estourando lá no Pequeno Anjo. Esse investimento na atenção básica e nas especialidades é pauta prioritária para nós. [São várias propostas, o senhor começará por onde?] O principal é poder rever os contratos para que você tenha margem de investimento e o ponto seguinte é o chamamento dos aprovados no concurso para que eu tenha efetivo para atender à demanda de pacientes.

    Robison: Para reduzir o problema das filas, nós vamos utilizar a tecnologia, acabar com essas filas absurdas que tem na saúde de Itajaí. A cidade mais rica do estado precisa ofertar a melhor saúde do Estado também. Vamos reestruturar as atuais unidades de saúde aqui em Itajaí, as 32 unidades básicas precisam de reformas. UPA-CIS, UPA-Cordeiros, vamos construir uma nova UPA, Unidade de Pronto Atendimento 24 horas, entre o Santa Regina e o Portal 2. Vamos fazer a verdadeira valorização dos nossos servidores públicos; chamar aqueles profissionais que estão com o concurso em aberto e fazer a valorização praticamente em todas as categorias. Tem alguns setores, por exemplo, dentistas, muitas unidades, muitos bairros, não têm hoje o atendimento odontológico. Fazer uma gestão pública mais eficiente, hoje a prefeitura está em atraso, está inadimplente com muitos fornecedores da cidade de Itajaí. A prefeitura precisa ser mais eficiente para levar os investimentos de maneira adequada.


     

    “Nós vamos trazer para Itajaí o projeto Casa Catarina do Governo do Estado. Nós, enquanto município, cedemos o terreno e nós já mapeamos 350 terrenos públicos em Itajaí que podem ser utilizados para essas parcerias”
    Robison Coelho

     

    • SERVIÇOS FUNERÁRIOS

    Itajaí não possui um serviço de verificação de óbito, o que causa transtornos para famílias, especialmente de baixa renda, em caso de mortes domiciliares. Como o senhor pretende resolver essa questão e melhorar o atendimento nesse serviço essencial?

    Chiodini: Isso é importante, tem que fazer o laudo de óbito. É um compromisso do nosso governo, fazer a nova concessão para serviços funerários em Itajaí nos moldes que estão sendo feitos nos municípios do mesmo porte em Santa Catarina e do Brasil, e dentro da legalidade. Com um foco principal, dar mais acesso ao tratamento digno às pessoas de baixa renda. Esse é um compromisso, nós temos discutido e vamos logo implementar.

    Osmar: Nós precisamos ampliar essa assistência. Temos outra dificuldade muito grande aqui em Itajaí, porque o convênio para uma pessoa, por exemplo, que veio do norte do país, já está aqui instalada há cinco, seis, sete anos, e aquela pessoa acabou falecendo. Os familiares querem fazer o translado do corpo para a cidade de origem dela, mas hoje nós não temos isso porque o nosso convênio permite um translado de até 70, 100, 150 quilômetros no máximo. É preciso dar essa assistência humanizada para as famílias. Isso está no nosso radar porque são várias as queixas hoje, além do que, a falta de orientação até para a realização do velório naquele serviço que o município oferece gratuitamente, mas falta esse direcionamento: para onde eu vou? Quem eu busco? Trabalhar essa orientação com fluxo padronizado de atendimento para essas situações, é isso que vamos fazer.

    Robison: Nós precisamos reestruturar esse modelo que hoje não está funcionando, fazer investimentos, em especial para as famílias de baixa renda, que sempre têm alguma dificuldade. No período que era vereador frequentes eram os telefonemas que nós recebíamos, outros vereadores também, de pessoas descontentes com esse tipo de serviço. Nós precisamos fazer parcerias que sejam sustentáveis e equilibradas para Itajaí. [Pretende instalar um Serviço de Verificação de Óbito?] Sim, pretendo.

     

    • TRANSPORTE PÚBLICO

    Usuários do transporte público reclamam da demora, superlotação e da falta de linhas que atendam áreas mais afastadas. Embora a prefeitura subsidie o transporte, o serviço ainda apresenta falhas graves. Quais são suas propostas para melhorar o transporte coletivo? O senhor considera a implementação do tarifa zero, como já feito em outros municípios?

    Chiodini: Nós implementaremos a tarifa zero e vamos reorganizar o transporte coletivo com a construção de novos terminais, principalmente na região oeste, que é o outro lado da BR 101, onde o morador, o usuário do transporte chega até lá e terá um microônibus que vai levar ele para as demandas dos bairros, mas será atendido em todas as linhas. Uma nova engenharia de trânsito será implementada com o subsídio integral; vamos tirar carros das ruas; melhorar o aspecto, o ano e a utilização desses ônibus, eles não podem estar dessa forma, mas vamos trabalhar com muito cuidado e zelo prezando pela segurança nos terminais. [Quantos por cento da receita precisa para implantar o programa tarifa zero?] Eu tenho esse número na ponta da língua: um ônibus para ser implementado com transporte com tarifa zero, durante todos os dias do mês, com o motorista que é contratado da empresa, é em torno de R$ 80 mil. Você multiplica isso por 40 e faz vezes 12. Nós vamos chegar a uma conta de R$ 35 milhões, R$ 38 milhões anuais. Nós temos que adequar com os outros serviços que vão ser necessários e investimentos. Eu vejo que pelo ganho que traz é muito mais barato do que fazer grandes obras para suportar tantos automóveis, motos e acidentes na cidade.


    Osmar: Tenho isso como uma das nossas propostas mais ousadas, vamos implementar, já temos estudo. Hoje o cidadão está pagando duas vezes: a gente subsidia já mais de R$ 10 milhões ao ano para a empresa atual concessionária desse serviço e, além disso, o itajaense paga uma passagem que é sim cara, ainda que tenhamos hoje o bilhete único. O que nós vamos fazer, através da tarifa zero, primeiro é tirar essa tarifa exorbitante das costas do cidadão e a prefeitura subsidiando isso integralmente. Segundo ponto, através da implantação da tarifa zero você dá segurança à empresa que oferece o serviço de que ela vai ter o devido retorno. Isso permite, inclusive já estamos estudando, que nós possamos implementar um segundo modelo de transporte público no município, através de veículos de menor porte como vans, por exemplo, que atenderiam as áreas mais afastadas do interior. Onde hoje a empresa alega que não vale a pena você enviar um ônibus com 70 passageiros, sendo que você tem uma média de 20, 30 pessoas que utilizam. A tarifa zero vai permitir que nós possamos atrair mais empresas para Itajaí, de modo que tenhamos mais linhas e o serviço chegue inclusive nas comunidades mais afastadas onde hoje é a nossa dificuldade. [O município tem caixa para investir nesse programa?] Temos caixa, orçamento, é preciso fazer uma revisão na questão do parquímetro porque parte desse valor pode ser usado para esse subsídio. Nós vamos criar o Fundo de Mobilidade Urbana para reverter o dinheiro das multas e do estacionamento rotativo para ajudar a subsidiar, além do que nós temos programas que a própria União oferece a municípios que incentivam a tarifa zero para que ajude no custeio disso.

    Robison: A tarifa zero está no nosso plano de governo. Seria uma irresponsabilidade, nesse momento de campanha, prometer algo de tarifa zero, que vai custar mais de R$ 50 milhões, no mínimo, por ano, para que nós tenhamos um serviço com qualidade. Nós vamos fazer a redução gradativa das tarifas, com o aumento da oferta de linhas de ônibus da nossa cidade. Nós vamos rever o contrato com a empresa aqui em Itajaí, para que tenhamos mais linhas, ônibus e horários. O transporte público quando ele é eficiente aproxima as pessoas, aproxima as famílias, gera oportunidade de emprego, de estudo e de lazer. Nós queremos entregar um transporte público de qualidade para a população de Itajaí. De nada adianta um transporte público gratuito para o morador do Limoeiro, que não tem ônibus lá passando. De nada adianta para o morador do Brilhante, da Paciência, que não tem oferta de ônibus e linhas naquela região. Nós queremos entregar para as pessoas um transporte público de qualidade: mais ônibus, linhas, oportunidades para os moradores de Itajaí. Para isso, nós vamos precisar rever o contrato com a empresa hoje aqui na cidade. [Mas continua com o subsídio?] Hoje o transporte público precisa ser subsidiado.

     

    “Acho que o porto já é um problema resolvido. Ele vai fazer 30 mil contêineres no mês de outubro”
    Carlos Chiodini

     

    • ENCHENTES

    Investimentos em drenagem, infraestrutura e na defesa civil têm sido realizados para diminuir os impactos das enchentes em Itajaí. Qual é a sua proposta para fortalecer essas ações e reduzir os alagamentos na cidade?

    Chiodini: Nós já temos uma ação concreta, não é nenhuma proposta, que é a grande dragagem com construção de duas comportas e o molhe na junção do rio Itajaí-mirim com o rio Itajaí-açu. Toda aquela região que é atingida pelas cheias do Itajaí-mirim, que é muito preocupante, receberá um tratamento urgente, R$ 115 milhões já aprovados, um financiamento com recursos do fundo do FGTS, com juros altamente subsidiados e com prazo para pagar. O projeto executivo já existe. No nosso governo ele será licitado o mais breve possível: dos R$ 115 milhões tem R$ 30 milhões para drenagem, que são grandes galerias abastecedoras dessa bacia, a construção de duas comportas contenedoras e cheias e o molhe que eu falo com o Itajaí-açu é para que o rio maior, que tem muito mais vazão, não represe o rio menor que acaba alagando os grandes bairros da cidade. Essa será a meta número um, já temos o caminho, já trabalhamos o caminho, já temos entrega e vamos fazer.

    Osmar: Primeiro nós precisamos fortalecer a nossa Defesa Civil para que ela atue na prevenção de forma rápida, ágil e antecipada. Em segundo lugar, nós precisamos tratar da dragagem do rio Itajaí-mirim para que a população do Cidade Nova, São Vicente e essas áreas ribeirinhas possa finalmente ter paz. Cobrar do governo do estado a prometida barragem de Botuverá, que para nós seria algo fundamental na contenção das cheias. Tratar também da dragagem a montante do rio Itajaí-açu, a revitalização completa do ribeirão da Murta que hoje atinge a população de Cordeiros. É a pauta principal e não pode estar em discussão apenas quando o calo aperta, apenas quando a água chega. Nós vamos tratar disso já no primeiro ano do nosso governo, fazendo toda essa interlocução política para que venhamos a conseguir esses recursos.

    Robison: A responsabilidade do município é fazer a dragagem, a recuperação do rio Canhanduba e do ribeirão da Murta, nós vamos fazer. Isso é uma prioridade nossa. Em parceria com o governo do estado, nós vamos fazer a dragagem do rio Itajaí-açu a montante, do porto de Itajaí até a ponte, são cerca de 11 quilômetros. Esse projeto já está contratado lá no governo do estado. Eu sou o candidato apoiado pelo governador Jorginho Mello, essa parceria vai ser muito importante para Itajaí. Nós vamos fazer a dragagem do rio Itajaí-açu a montante. Esse projeto está, inclusive, dentro do projeto Jica, que foi bastante comentado em Itajaí. Isso vai aliviar, consideravelmente, as cheias naquelas regiões mais baixas do Cordeiros, Portal 2, Santa Regina e depois também o Itajaí-mirim, aliado com a barragem lá em Botuverá. As duas dragagens, em parceria com o governo do estado, serão realizadas no nosso governo. Nós, município, precisamos fazer a nossa parte no rio Canhanduba, que tivemos uma grande cheia no final de 2022, o rio não estava dragado, e ali no ribeirão da Murta, que influencia a parte baixa do Cordeiros e no Portal 2.

     

    “Só que temos que pensar também naqueles que são bandidos disfarçados de pessoas em situação de rua. Para fazer esse enfrentamento, combate ao tráfico de drogas, nós vamos empoderar a nossa guarda municipal”
    Osmar Teixeira

     

    • MORADIA

    A alta demanda por imóveis e o preço elevado de aluguel são algumas das principais queixas dos moradores. Programas de moradia social dependem de parcerias com o governo federal. Como seria o programa habitacional sob sua gestão e quais seriam os critérios de acesso?

    Chiodini: Essa pauta nós levantamos na eleição e os nossos concorrentes adotaram; é uma pauta importantíssima. A moradia é o grande gargalo de Itajaí. Até para a cidade ter um crescimento sustentável. São duas faixas, a faixa um, até R$ 200 mil no Minha Casa, Minha Vida, que é o programa institucional, é o programa que vai entregar milhões de unidades aqui no Brasil. A nossa proposta é cinco mil casas em Itajaí, 200 já iniciam as obras esse mês na Murta que a gente já conseguiu agora, nesse governo, com o nosso mandato de deputado federal. Nós vamos fazer cinco mil novas nos imóveis já pertencentes à prefeitura. Não somente faixa 1, que é para beneficiário de programa social, que não vai nem pagar a parcela, se esse for o caso, e outros que possam pagar a parcela altamente subsidiada. Mas também o faixa 2, imóveis de R$ 350 mil, para casais que ainda não têm um imóvel ou pessoas mesmo solteiras que ainda não têm o seu primeiro imóvel, que vão ter, com a prefeitura dando o terreno, um apartamento de 60, 70 m². A contrapartida da prefeitura vai ser o terreno. O programa nacional, que é patrocinado pelo FGTS, operado pela Caixa e o Ministério das Cidades, vai selecionar a construtora para fazer e a prefeitura vai organizar a fila de quem tem prioridade no acesso e o direito a essas moradias.

    Osmar: Nós vamos implementar em Itajaí o programa Chave dos Sonhos, que é dividido em dois eixos para as famílias de baixa renda, que já se encaixam nos critérios do programa hoje estabelecido a nível federal. O programa Chave dos Sonhos tem como primeiro eixo a parceria público-privada com a construção civil, através de complexos habitacionais, onde o município vai bancar a entrada desses imóveis, de modo que aquela família vai ficar apenas com o pagamento das parcelas. Estudos já apontam no estado do Paraná que a dificuldade das famílias, hoje, é o financiamento que precisam fazer para essa entrada. Num segundo ponto, nós estaremos utilizando os espaços, terrenos ociosos da prefeitura, muitos hoje utilizados como depósito de lixo, de entulhos, para que possamos construir moradias populares. Muito além de buscar os complexos habitacionais, como por exemplo do Minha Casa, Minha Vida, vamos estabelecer um programa próprio com recursos do município para que através dessas parcerias nós venhamos conseguir atingir essa meta de suprir hoje uma demanda habitacional que é muito grande.

    Robison: Hoje nós temos um déficit habitacional em Itajaí de cerca de 10.500 moradias. Desses números, cerca de 58% são de famílias com renda familiar de até três salários mínimos. O custo de moradia em Itajaí está muito alto, muitas famílias estão com seu orçamento familiar bastante comprometido. Nós vamos trazer para Itajaí o projeto Casa Catarina do governo do estado. Nós, enquanto município, cedemos o terreno e nós já mapeamos 350 terrenos públicos em Itajaí que podem ser utilizados para essas parcerias. O terreno, de uma maneira geral, absorve cerca de 20% do custo total da construção. Nós entramos com o terreno, o governo do estado com a entrada, custeia a entrada, com um subsídio de até R$ 25 mil. Em parceria com construtores locais, nós vamos fazer essas construções. Nós pretendemos reduzir esse déficit habitacional em cerca de 50% até o final do nosso mandato, começando a construção a partir de 2025. Nas primeiras construções, nós já vamos ver o custo do aluguel reduzindo em Itajaí.

     

    “A responsabilidade do município é fazer a dragagem, a recuperação do rio Canhanduba e do ribeirão da Murta, nós vamos fazer”
    Robison Coelho

     

    • SANEAMENTO

    A prestação de serviços pelo Semasa é alvo de críticas quanto à qualidade e ao valor das tarifas. Qual é a sua posição em relação à privatização do Semasa? Quais melhorias o senhor propõe aos serviços de abastecimento de água e saneamento na cidade?

    Chiodini: Primeiro, água. Quando a gente fala de água, nós temos que tratar de duas questões, quantidade e qualidade. As estações de tratamento de água que atendem Itajaí e Navegantes são muito menores do que a nossa necessidade de consumo e ainda tem mais o crescimento. No mesmo programa PAC que eu falava, tem R$ 78 milhões para nós expandirmos a estação de tratamento no São Roque para mais 600 litros por segundo. Isso daria uma sustentabilidade no momento. Temos que agora pegar esse recurso e fazer essa obra. Ela não fica pronta em dois meses ou seis meses. É uma obra que demora mais de um ano. Tem que licitar, já tem o projeto, enfim, mas tem que ser uma obra ágil. Quanto à qualidade, é a questão da tubulação velha, tubos da década de 70, tubos de aço, eles precisam ser trocados. Na questão do saneamento, a construção de duas novas ETEs, que é a estação de tratamento de esgoto, e a implementação de redes em regiões da cidade que não têm. 

    Osmar: Nós vamos reestruturar o Semasa como a autarquia que ela é, mas com muito respeito à população de Itajaí. Primeiro, acabando com o cabidão da água. Pessoas sem qualquer qualificação e entendimento de saneamento e abastecimento que estão ocupando cargos estratégicos. Vamos investir em reservação, investir em setorização dos registros e também em produção de água para que a gente venha amenizar e até superar esse grande obstáculo, essa barreira hoje que é o problema da falta de água e também da água suja nas torneiras dos itajaienses.

    Robison: Eu acredito que nós conseguimos resolver a questão da distribuição de água com qualidade e a questão da cobertura de saneamento básico com a própria estrutura que temos hoje. Nós precisamos fazer algumas mudanças. Qualificar o corpo técnico do Semasa. Nós vamos colocar uma equipe bastante qualificada dentre as funções estratégicas do Semasa, valorizar servidores de carreira. Não iremos permitir a retirada de recursos do caixa do Semasa. Ao longo dessas últimas duas gestões, MDB e PDT, foram retirados cerca de R$ 105 milhões do caixa da empresa. Com esse recurso, poderíamos ter aumentado a cobertura de saneamento básico, que é um número bastante vergonhoso. Estamos muito abaixo da média estadual, muitíssimo abaixo da média nacional em termos de cobertura de esgotamento sanitário, e ter feito os investimentos para melhorar a distribuição e qualidade da água que chega às torneiras. Vamos fazer investimentos, melhorar a estrutura do Semasa com os recursos que hoje o Semasa arrecada. [Começando por onde?] Vamos fazer uma nova estação de tratamento de água. As informações que nós temos é que vai faltar água neste ano por falta de investimento. Vamos fazer uma nova barragem conciliando os interesses da população com relação ao recebimento de água potável e dos agricultores do São Roque e Colônia Japonesa, que são castigados quando chove muito, perdendo praticamente toda a sua plantação.

     

    Carlos Chiodini, Osmar Teixeira e Robison Coelho (Foto: Fabrício Pitella)

     

     

    • ECONOMIA

    O porto de Itajaí ainda não voltou a operar plenamente. O alfandegamento do terminal está pendente, o lançamento do edital definitivo de concessão não saiu e não há nem contrato vigente que garanta a dragagem do canal. Essas são demandas que dependem de articulação local com o governo federal. Como o senhor pretende atuar para que a economia de Itajaí recupere seu principal propulsor?

    Chiodini: Eu vejo com outros olhos. Acho que o porto já é um problema resolvido. Ele vai fazer 30 mil contêineres no mês de outubro. Ele já está fazendo no porto público. É questão da discussão de uma câmara que leia o OCR para o alfandegamento vir, que deve vir já na próxima semana. É situação resolvida! É uma barreira que nós vencemos. Essa concessionária vai operar os 24 meses do contrato (prorrogável). Nesse meio tempo, nós vamos encontrar o arrendatário para o longo prazo. Mas como se preocupar com isso se nós não estávamos trabalhando? Vamos fazer o limite operacional dos 30 mil contêineres por mês. Com essa receita, vamos capitalizar o nosso fundo de dragagem e vamos fazer a dragagem como sempre fizemos. O navio está entrando todo dia, entraram dois essa semana, entra todo dia para Navegantes, o canal ainda está totalmente transitável. O grande desafio era colocar um grupo capitalizado para capitanear o processo que agora está andando. [A dragagem preocupa o mercado por conta dos grandes navios que operam naos portosa, o senhor acha que essa dragagem retorna rapidamente?] Retorna rapidamente, a própria Portonave vai fazer um gesto de um adiantamento para fazer a manutenção da dragagem. Tem o compromisso do ministro Silvio Costa Filho de colocar mais R$ 35 milhões ainda neste ano, só não colocou porque é período eleitoral e é proibido, na manutenção da dragagem. Quando isso for concluído, a receita da entrada de navios vai aumentar substancialmente e vai deixar a manutenção da dragagem em forma automática como sempre foi.

    Osmar: Já na transição, vamos com uma comitiva. Eu tenho esse compromisso com a Associação Empresarial de Itajaí, o setor produtivo da cidade, a classe política, através dos deputados, senadores, diálogo com todos. Vamos a Brasília brigar pelo nosso convênio de delegação. Precisamos reestruturar a autarquia para a empresa pública. Isso vai acontecer na fase de transição na câmara de vereadores, mas vamos inicialmente tratar do convênio e no segundo plano do edital de arrendamento definitivo de 35 anos.

    Robison:  Com relação à articulação, hoje os três senadores de Santa Catarina apoiam a nossa candidatura e vão fazer essa articulação para Itajaí. Nós temos grande parte da bancada de deputados federais apoiando a nossa candidatura e serão fundamentais para esse processo de articulação política lá em Brasília. Enquanto estive no governo de estado, como secretário de Portos, nós tivemos a gestão de dois portos estaduais, São Francisco e Imbituba, e tivemos números muito acima da média nacional. Nós mostramos para Itajaí como se administra um porto com eficiência, trazendo os investimentos privados. Nós queremos trazer esse modelo para Itajaí. Nós defendemos um contrato de longo prazo, um contrato de 35 anos renovado por mais 35, para trazer os investimentos privados necessários. Nós estamos falando de investimentos da ordem de R$ 3 bilhões que só serão realizados se tivermos um contrato extenso. O contrato temporário é importante até a realização desse edital de longo prazo. De certa forma, vamos receber navios nas próximas semanas, principalmente depois do alfandegamento (...). O mercado, os portos catarinenses, os portos do sul, da região sudeste estão muito acima da média nacional. Não podemos nos acomodar, que o passado sirva de lição. Fazer todos os investimentos privados necessários, a segunda etapa da bacia de evolução, a dragagem para 17 metros, os investimentos de muitos equipamentos, nós precisamos de pelo menos oito portainers, o aumento da área primária, investimento em tecnologia para deixar o porto em condições de competir com Navegantes e Itapoá, além de outros portos da região sul.

     

    • MEIO AMBIENTE

     Em tempos de queimadas, chuvas intensas e emergência climática, o Instituto Itajaí Sustentável tem se envolvido em polêmicas relacionadas ao licenciamento de empreendimentos em áreas de preservação. Recentemente, o STJ cassou uma autorização dada pelo Inis para o corte de árvores nativas no clube Guarani, na praia Brava, apontando irregularidades. Como o senhor pretende tratar a questão ambiental em sua gestão e que perfil de gestor nomearia para comandar o Inis?

    Chiodini: O Inis é o melhor instituto de meio ambiente municipal de Santa Catarina. O mais estruturado que licencia até o nível três. Meio ambiente é assunto polêmico, flerta com o desenvolvimento e com a preservação. Nós temos que estabelecer um meio termo e um crescimento sustentável. Não devastando áreas que não devem ser devastadas, mas proporcionando o crescimento com empreendimentos ao nível de Itajaí. Nós vamos ter profissionais técnicos, como o corpo técnico, que é na sua grande maioria servidores efetivos, e vamos contratar, evidentemente, para os cargos diretivos pessoas da área que tenham o conhecimento para a função. Não tem nome nenhum do meu governo ainda, mas serão pessoas capacitadas para essa área.

    Osmar: Vamos nomear um gestor que tenha preocupação com o meio ambiente e com o desenvolvimento sustentável, e não alguém que seja nomeado apenas como moeda de troca política. O Inis precisa ter pessoas técnicas nos cargos de chefia. Tem servidores lá de excelência, mas que hoje talvez não consigam desempenhar o seu papel, justamente por essa interferência política, muitas vezes com interesses escusos, que atrapalham o desenvolvimento sustentável de Itajaí. É moralizar a gestão com gente capacitada e comprometida com o ambiente, não com interesses pessoais.

    Robison: É um perfil técnico e com relação à questão do meio ambiente, a gente precisa conciliar a questão da preservação e o desenvolvimento da cidade. Itajaí é uma cidade que desenvolveu e precisa crescer ainda muito mais. Nós temos o desafio da reforma tributária que vai impactar bastante Itajaí. O setor da construção civil é um setor muito importante para que possa amenizar os estragos dessa reforma tributária que vem por aí, mas sempre conciliando o interesse privado com o interesse público e a preservação do meio ambiente. Todas as nomeações do nosso governo serão nomeações técnicas.

     

    DIZ AÍ, CANDIDATOS

     

    DIZ AÍ, CHIODINI!

    Embora sua família tenha histórico empresarial em Itajaí, sua presença na cidade é recente. Com experiência no legislativo, mas sem mandatos no executivo, o senhor se apresenta como uma novidade, mas é do MDB, sucessor do atual prefeito. O senhor evita se apresentar como o candidato do governo. Por quê? O senhor também afirma ter boa interlocução com o governo federal, mas evita mencionar o presidente Lula. Como o senhor planeja convencer o eleitor de que essa postura “em cima do muro” é adequada para administrar a cidade, especialmente nesse cenário político polarizado?

    Chiodini: Eu sou candidato com o apoio do governo, sou um candidato de centro, para unir e não dividir Itajaí. Nunca fui “nós ou eles”. Eu sou candidato para unir a cidade no seu bem maior. Já ocupei funções no executivo, como secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável, diretor do porto de São Francisco do Sul por dois anos. Tenho experiência no executivo. Assim como muitas pessoas, não estou tantos anos em Itajaí. Há 30 mil eleitores novos em Itajaí. Nós vamos fazer um governo para todos, um governo de oportunidades. Quando você contrata uma pessoa, você não vê se ela é daqui ou de lá, você vê se é capaz para fazer gestão. Quem for comparar a dupla Chiodini-Dedé, o currículo, a história, a relação institucional... Eu tenho relacionamento com o governo federal e vou colocar o nome da nossa coligação: “Itajaí em primeiro lugar”. Eu não vou hostilizar o presidente da República quando eu vou buscar algo de extrema relevância para o município.  O presidente da República está hoje um, amanhã pode estar outro e não é por causa da cor da bandeira que nós vamos prejudicar a cidade, como a gente já viu a cidade sendo prejudicada no porto, a mais evidente em 2022.  Vamos fazer um grande governo.

     

     

    DIZ AÍ, OSMAR!

    O senhor se posiciona como oposição ferrenha ao governo Volnei Morastoni, mas o senhor já ocupou cargos na administração do MDB. Desde que virou oposição, passou a bloquear muitos projetos do executivo, na Câmara, no comando da bancada de oposição. Se eleito prefeito, se enfrentar na câmara uma oposição tão radical quanto a que o senhor participa hoje, como pretende garantir governabilidade e fazer os projetos do executivo avançarem no legislativo?

    Osmar: Independentemente da posição que eu estive, seja situação ou liderando a bancada de oposição, com a confiança dos meus colegas vereadores, o meu perfil sempre foi de votar a favor daquilo que é benéfico para a sociedade e combater aquilo que eu entendia que era prejudicial à população de Itajaí. Hoje, a chapa Osmar e Marcelo, que traz o líder da oposição e o presidente da Câmara, tem na sua essência o parlamento. O parlar é fundamental para que você tenha realmente bons relacionamentos e para que você possa debater a boa política, de forma consciente, de forma saudável, em benefício do cidadão. É assim que vai ser o nosso governo, tendo um relacionamento com a câmara, valorizando a representatividade do vereador, estabelecendo realmente um diálogo onde a sociedade vai ter as respostas, através dos seus representantes, daquilo no qual o prefeito foi cobrado, e essa cobrança é saudável também, porque quando ela vem de modo construtivo, quem ganha é o nosso povo de Itajaí.

     

     

    DIZ AÍ, ROBISON!

     O senhor começou a vida profissional como portuário, sindicalizado, membro de um partido de centro-esquerda [PSDB] e que defendia bandeiras comuns às sociais democracias. O senhor teve uma mudança drástica de posição política-ideológica. Quando o senhor passou a ser conservador? O senhor se identifica com a extrema direita? Qual político, do Brasil ou mundo, o senhor se inspira na atualidade?

    Robison: O político que eu me inspiro chama-se Jair Messias Bolsonaro, o melhor presidente que já tivemos no Brasil até hoje. Eu me filiei no PSDB, na época, que talvez fosse um dos poucos partidos que fazia oposição ao PT. O PSDB, naquele momento, era o partido considerado de centro, partido de direita e talvez um dos poucos partidos que fez oposição ao PT durante aquele período, período que fiz a minha filiação. Eu tenho muito orgulho da minha trajetória política, de fazer parte do PL, um partido conservador, um partido de direita. Eu tenho o apoio do presidente Jair Bolsonaro, isso foi demonstrado quando ele esteve aqui em Itajaí, tenho o apoio do governador Jorginho Mello, dos três senadores da República e da grande maioria dos nossos deputados federais. [E no que o senhor se identifica com a extrema-direita?] A questão da liberdade econômica. Liberdade econômica, desenvolvimento, nomeações técnicas, a redução da máquina pública. São coisas que a gente se identifica, com relação à questão do conservadorismo. São coisas que nós nos identificamos com a direita hoje no Brasil.

     

    RAIO-X

    NOME: Carlos Chiodini

    NATURAL: Jaraguá do Sul

    IDADE: 42 anos

    PARTIDO: MDB

    COLIGAÇÃO: PDT, MDB, Mobiliza, PSB, União e Solidariedade

    ESTADO CIVIL: Casado

    FILHOS: Um

    FORMAÇÃO: Gestão Pública

    TRAJETÓRIA: Filiado ao MDB desde os 17 anos, empresário; deputado estadual eleito com dois mandatos consecutivos (2008 a 2015); diretor do Porto de São Francisco do Sul (2009 e 2015); secretário de Desenvolvimento Econômico e Sustentável do Estado (2015); deputado federal eleito para dois mandatos seguidos (2019-2023 e 2023-2027); vice-presidente Nacional do MDB e presidente do MDB/SC

     

    NOME: Osmar Anibal Teixeira Júnior

    NATURAL: Itajaí

    IDADE: 25 anos

    PARTIDO: PSD

    COLIGAÇÃO: Republicanos, Podemos, PRD, Avante e PSD

    ESTADO CIVIL: Casado

    FILHO: Uma

    FORMAÇÃO: Cursa Direito na Univali

    TRAJETÓRIA: Vereador em exercício em Itajaí (2020-2024) pelo PSD, é líder da bancada de oposição na câmara; apresentador de rádio e TV na Rede Brasil Esperança e palestrante. Iniciou na política no Grêmio Estudantil do Nilton Kucker e foi presidente da União Estudantil de Itajaí

     

    NOME: Robison José Coelho (PL)

    NATURAL: Itajaí

    IDADE: 45 anos

    PARTIDO: PL

    COLIGAÇÃO: PL, Agir, PP, PSDB, Cidadania e Novo

    ESTADO CIVIL: Casado

    FILHOS:  Dois

    FORMAÇÃO: Graduado em comércio exterior, pós-graduado em engenharia de produção; MBA em Internacionalização de Empresas e mestrado em Engenharia de Transportes

    TRAJETÓRIA: Vereador eleito pelo PSDB para o mandato 2016/2020; segundo colocado nas eleições municipais de 2020; filiado ao PL desde 2023; é ex-secretário Adjunto de Estado da Secretaria de Portos e Aeroportos




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