Por que candidato a prefeito de Itajaí usa tornozeleira eletrônica
Fabiano Silva (DC) e Liliane Fontenele (PL), ambos de Itajaí, estão sendo processados por atos golpistas
João Batista [editores@diarinho.com.br]
48 pessoas presas nos atos de 8 de janeiro se lançaram candidatos neste ano
(foto: Joédson Alves-Agência Brasil)
Fabiano chegou a ser preso por ataques e usa tornozeleira eletrônica (Foto: Divulgação)
Itajaí tem dois candidatos na disputa das eleições municipais que respondem pelos atos golpistas do dia 8 de janeiro contra as sedes dos Três Poderes, em Brasília (DF). A advogada Liliane Fontenele, a “Dra. Pix”, candidata a vereadora pelo PL, e Fabiano Silva, que disputa a prefeitura pelo DC, estão no grupo de pessoas com envolvimento nos atos de 8 de janeiro que viraram candidatos este ano.
Fabiano foi preso por participação nos ataques em Brasília e usa tornozeleira eletrônica, conforme medida judicial pra responder ao processo em liberdade. Ele era suplente de vereador ...
Fabiano foi preso por participação nos ataques em Brasília e usa tornozeleira eletrônica, conforme medida judicial pra responder ao processo em liberdade. Ele era suplente de vereador quando participou dos atos golpistas em 2023.
Embora seja a primeira vez que concorre a prefeito, Fabiano já disputou eleições em 2010, 2016 e 2020. Na campanha, ele disputa de forma isolada e sem ter gasto nada até o momento.
48 presos
O candidato está num grupo de pelo menos 48 pessoas, que segundo levantamento do jornal Folha de S.Paulo, chegaram a ser presas pelos atos de 8 de janeiro e que se lançaram candidatos neste ano.
No grupo estão dois candidatos a prefeito, um a vice-prefeito e 45 a vereador, distribuídos em 44 cidades do país. Do total, 14 usam a palavra “patriota” no nome de candidato.
Não há impedimento para o registro das candidaturas porque os envolvidos ainda não foram julgados nem condenados pelo Supremo Tribunal Federal.
Parte deles aceitou acordo com a justiça pra se livrar do processo e outros respondem ao processo em liberdade, mediante o cumprimento de medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica, que é o caso de Fabiano Silva.
A justiça chegou a oferecer acordo para mais de 1200 pessoas acusadas de participação nos atos golpistas. A proposta previa o pagamento de multa de R$ 5 mil, ficar dois anos fora das redes sociais e fazer um curso de formação democrática no Ministério Público.
Conforme o ministro Luís Roberto Barroso, do STF, mais de 600 pessoas não aceitraram o acordo, preferindo esperar a condenação.
“Dra. Pix” denunciada pela procuradoria da República
Na disputa por uma cadeira na Câmara de Itajaí, a advogada Liliane Fontenele foi denunciada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao STF, a partir das investigações da operação Lesa Pátria, da Polícia Federal, que investiga pessoas que participaram, estimularam e financiaram os atos antidemocráticos em Brasília. O processo corre em sigilo, sob responsabilidade do ministro Alexandre de Moraes.
Pesa contra a advogada a acusação de que ela teria organizado e financiado excursão para levar manifestantes pra Brasília, parte deles ainda presos até hoje. Na operação da PF, foram apreendidos documentos, celular e um notebook da advogada, que também prestou depoimento na investigação.
A advogada faria parte de um grupo de políticos, empresários e advogados bolsonaristas denunciado ao Ministério Público de Santa Catarina por atividades golpistas e financiamento dos ataques em Brasília. Na denúncia da PGR, Liliane é acusada, entre outros atos, de “incitar publicamente as Forças Armadas contra os Poderes Constitucionais”, por meio das redes sociais e nos acampamentos em frente a quarteis militares.
Candidatos presos durante a campanha
Santa Catarina também teve candidato envolvido nos atos golpistas que tava com ordem de prisão preventiva em aberto pelo STF. O pastor Dirlei Paz (PL), que concorre a Câmara de Blumenau, foi preso no dia 16 de setembro enquanto distribuia material de campanha. O candidato é investigado por associação criminosa no inquérito dos ataques às sedes dos Três Poderes.
A defesa do pastor alegou que desconhecia o mandado judicial e que entraria com recurso contra a prisão. Dirlei foi um dos presos da operação Lesa Pátria, em 17 de agosto de 2023. Ele deixou a prisão meses depois, em dezembro, com obrigação de usar tornozeleira eletrônica e proibição de usar as redes sociais. O descumprimento das medidas motivou o novo pedido de prisão.
A prisão do pastor foi um das 36 feitas pela Polícia Federal contra candidatos que tinham ordens judiciais em aberto. As ações rolaram em 10 estados antes do prazo legal que impede a detenção de candidatos nos 15 dias anteriores às eleições.
Entre os detidos, ao menos três eram candidatos procurados por envolvimento nos atos golpistas. Também foram presos candidatos acusados de tráfico, corrupção, porte ilegal de arma de fogo, crimes sexuais e falta de pagamento de pensão alimentícia, entre outros crimes.
Dando seu ok, você está de acordo com a nossa Política de Privacidade e com o uso dos cookies que nos permitem melhorar nossos serviços e recomendar conteúdos do seu interesse.