OCEAN RACE

Direitos dos oceanos em debate

Velejadores, pesquisadores e autoridades discutiram a poluição dos mares, mudanças climáticas e medidas de proteção ambiental

Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]

Torben Grael destacou a importância da participação de cada um pra evitar lixo no mar (foto: João Batista)
Torben Grael destacou a importância da participação de cada um pra evitar lixo no mar (foto: João Batista)

Evento interno na Vila da Regata de Itajaí na terça-feira trouxe uma série de painéis sobre os direitos dos oceanos, dos indígenas e da natureza, com debates de medidas de proteção, propostas de desenvolvimento sustentável, efeitos das mudanças climáticas e projetos da economia azul. Velejadores da The Ocean Race, pesquisadores e autoridades abordaram os temas, assumindo compromissos pela preservação dos mares e das florestas.

Uma das iniciativas é a petição no site One Blue Voice por uma Declaração Universal dos Direitos do Oceano, que será apresentada à Organização das Nações Unidas (ONU), em setembro de 2023. A proposta é exigir mudanças estruturais pra proteção dos mares, pressionar os legisladores em todo o mundo e destacar a urgência pela recuperação dos oceanos, que recebem cerca de 13 milhões de toneladas de lixo plástico anualmente.

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O secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo de Itajaí, Thiago Morastoni, destacou a importância do mar para a economia, turismo e lazer da cidade e como a preservação do meio ambiente já faz parte do entendimento pra que haja crescimento sustentável.

Thiago lembrou que, em 2018, Itajaí assinou o protocolo Mares Limpos, da ONU, e desde então, a cidade vem ampliando ações de combate a poluição. Ele listou medidas como a abolição do uso de canudos plásticos em estabelecimentos, a criação de ecopontos, o fim do plástico em eventos públicos e a campanhas pela separação do lixo.

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“Entendemos a preservação do meio ambiente como essencial para a continuidade do desenvolvimento econômico e social, sem prejudicar os recursos naturais e os ecossistemas marinhos, por isso a sustentabilidade é uma pauta tão importante para nós”, comentou.

De acordo com o secretário, a Ocean Race se tornou um símbolo de proteção e o trabalho dos velejadores estimula a conscientização e impõe desafios à sociedade. “Precisamos garantir os direitos dos oceanos, com acesso à água potável, a proteção da vida marinha e a promoção da pesca sustentável”, destacou, sobre os desafios que governos e sociedade têm frente.

 

Ações simples podem mudar cenário

Velejadores que estão na Ocean Race e outros que atuam em projetos de meio ambiente participaram de um dos painéis sobre políticas e medidas de proteção dos oceanos. O velejador brasileiro Torben Grael, vencedor da regatona 2008/2009, falou de pequenas coisas que cada pessoa pode fazer para evitar o descarte de lixo para contribuir para uma mudança gradual de mentalidade.

Em Niterói (RJ), o instituto Grael toca um projeto que ensina crianças e jovens a velejar, mas também aborda educação ambiental. Para o velejador, ações com as crianças são fundamentais para a transformação social, pois é mais difícil mudar os hábitos dos adultos. Mas os exemplos dos mais velhos podem ser um estímulo.

“Quando os nossos filhos nasceram a gente começou a fazer em casa a separação pra reciclagem e a fazer compostagem. Parou de ser lixo e virou matéria orgânica que alimenta o próprio jardim, melhorando a qualidade da terra”, contou. “São ações que não são tão difíceis de fazer, mas elas marcam muito”, frisa.

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Torben reconheceu que as condições sociais de muitas pessoas no Brasil fazem com que a questão ambiental não seja uma preocupação dos trabalhadores, que tem a sobrevivência como prioridade. “As pessoas pra estarem preocupadas com o meio ambiente elas têm que ter uma vida digna, mas a indústria, a nossa cultura de vida moderna é uma cultura de consumo e a gente tem que mudar um pouquinho isso”, analisa. 

 

Volvo anuncia eletroposto
em Itajaí

A Volvo inaugura na quarta-feira o primeiro eletroposto da marca para recarga de carros elétricos em Itajaí . A novidade foi anunciada pelo presidente da Volvo Cars para a América Latina, Luís Rezende, durante o The Ocean Race Summit Itajaí.

Luís informou que o projeto é em parceria com a WEG e prevê a entrega de mais 28 postos de recarga pelo Brasil. Ele diz que a implantação é um dos legados que a marca quer deixar para Itajaí. “A Volvo está fazendo isso, principalmente no Brasil, porque a gente foi parte do problema. Sim, carros poluem e continuam poluindo, mas a gente quer ser parte da solução”, disse.

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Segundo informou, a empresa tem um compromisso com a Unesco de até 2030 vender só carros elétricos. O planejamento prevê que 50% dos veículos da marca sejam elétricos até 2025, uma meta que será alcançada em 2023.  “No Brasil, esse número já acontece esse ano. 50% das nossas vendas vão ser de carros elétricos”, destacou Luis. De acordo com ele, a Volvo é a segunda marca premium que mais vende carro no país e a marca que mais vende carro elétrico no Brasil.

 

Povos indígenas são aliados na preservação dos mares

Conhecimento e práticas dos indígenas podem contribuir na preservação, diz Kerexu (foto: João Batista)

Conhecimento e práticas dos indígenas podem contribuir na preservação, diz Kerexu

 

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Liderança do povo Guarani Mbya da Terra Indígena Morro dos Cavalos, em Santa Catarina, e secretária Nacional de Direito Ambiental do Ministério dos Povos Originários, Eunice Kerexu falou como as práticas dos indígenas podem ser aliadas na proteção dos mares, rios e florestas.

Kerexu ressaltou que os povos indígenas têm o entendimento de que os seres humanos e os demais seres vivos formam uma comunidade e que todos dependem um dos outros e da natureza. É nessa relação  que está a responsabilidade das pessoas em cuidar do meio ambiente.

“A gente precisa entender todo esse sistema, todo esse planeta, todo esse bioma, como um corpo, que pra ele andar ele precisar ter esse equilíbrio”, compara. Uma das propostas trazidas foi o “Reflorestar Mentes”, um projeto de mobilização permanente liderado por mulheres indígenas para ações em defesa dos recursos naturais, preservação e recuperação ambiental e divulgação de saberes.

“É nesse cenário que a gente defende os direitos da natureza, que são os nossos direitos. Os povos indígenas trazem isso como um princípio de vida”, considerou. A secretária ressaltou o trabalho de coordenação junto ao povo Guarani que vive na Mata Atlântica, floresta com cobertura remanescente em seis estados e com ligação direta com o oceano Atlântico.

Para Kerexu, a defesa dos direitos dos povos indígenas, aos territórios e ao modo de vida do povo Guarani se relaciona com a questão ambiental e os direitos dos nossos biomas, convergindo para o debate da proteção dos oceanos trazido pela The Ocean Race.

A secretária ressaltou que a Mata Atlântica é um cinturão verde de proteção de outros ecossistemas e que a responsabilidade de cuidar é de todos: povos indígenas, negros e os descendentes de europeus que colonizaram o país.




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