CIEP da Vila Real
Escola modelo está abandonada
Colégio de Balneário virou abrigo de andarilhos. Prefeitura diz que está licitando serviço de demolição do local que foi o CIEP
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]






O cenário para quem passa pela na rua Dom Ricardo, no bairro Vila Real, em Balneário Camboriú, remete a uma cidade abandonada de filmes de ficção. Uma escola que já marcou época e foi referência na qualidade de ensino está literalmente caindo; o asfalto da via está destruído; moradores de rua invadiram o local, e até mesmo um carro abandonado permanece há meses nesse trajeto.
O prédio é a sede do Centro Integrado de Educação Pública Rodesindo Pavan (CIEP), escola cuja estrutura está abandonada desde outubro do ano passado, de acordo com informações do morador C. G.
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A prefeitura alega que reverterá a situação, demolindo a escola e refazendo o asfalto. Uma nova unidade educacional está prometida para o mesmo endereço, na rua Dom Abelardo.
“A negligência da prefeitura é não só com a escola abandonada, onde entram moradores de rua, ladrões escondem coisas roubadas e geram insegurança para os moradores”, detalha o morador.
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“Além disso, desde o ano passado foi reaberto todo o asfalto, teoricamente para instalação da tubulação do esgoto, e metade da rua foi largada aberta e sem asfalto”, completa C.
O local ainda virou espaço de abandono de animais de estimação, do final do ano passado para o início de 2022. O carro velho segue abandonado na via, e os moradores de rua vivem entre as salas e a calçada do CIEP.
O muro da unidade escolar também está pendendo para a calçada. “Isso está desvalorizando nossas casas, colocando os moradores em risco e fazendo da rua um ponto de abandono”, completa.
O CIEP de Balneário Camboriú foi referência no início dos anos 1990. Construído por ex-prefeitos como Leonel Pavan e Luís Vilmar de Castro, foi concebido dentro da proposta do educador Gilberto Freyre e do ex-governador do RJ Leonel Brizola – ele mesmo esteve na inauguração do centro escolar. Aos poucos, a escola foi entrando em decadência e perdeu-se a proposta de educação inovadora.
Em 2018, o Ministério Público entrou com ação pedindo a desocupação do prédio, em virtude da cobertura ser de telhas de amianto, produto proibido em Santa Catarina. O prazo foi cumprido pela prefeitura no ano passado, realocando as crianças. A promessa do atual governo é construir nesse espaço a “Escola do Amanhã”, retomando o ensino integral proposto originalmente pelo CIEP.
Vai pro chão
A prefeitura de Balneário Camboriú repassou ao DIARINHO que, em virtude da cobertura de amianto, decidiu-se pela demolição do CIEP, o que precisa ser feito por uma empresa especializada, já em fase de licitação.
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Sobre a criminalidade no local, a Guarda Municipal instaurou a “Operação Liberdade”, com base fixa na rua Corupá, a qual cobre toda a região da Vila Real e dos Municípios, e tem orientado os moradores de rua.
Sobre o asfalto deteriorado, a prefeitura reconheceu que a obra de drenagem precisou ser refeita – serviço que será finalizado até esta quinta-feira; a pavimentação da via está prometida para maio. O carro abandonado será retirado do local pelos agentes de trânsito – situações desse tipo podem ser relatadas pelo fone 153.