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Escutar é um ato de amor: o papel dos pequenos gestos na valorização da vida


Escutar é um ato de amor: o papel dos pequenos gestos na valorização da vida
(Foto: Imagem gerada por IA)

Setembro chegou. E com ele, o amarelo que colore campanhas, postes e redes sociais com uma mensagem urgente: é preciso falar sobre saúde mental. É preciso falar sobre suicídio. Mas mais do que falar, talvez seja hora de reaprender a escutar.

Vivemos em um tempo de excessos: excesso de informação, de cobrança, de desempenho. Mas, ao mesmo tempo, vivemos uma carência profunda de conexão humana real. Conversamos o tempo todo por mensagens, áudios, vídeos, mas será que temos escutado verdadeiramente uns aos outros?

Como psicóloga clínica, percebo em consultório que, muitas vezes, o que mais alivia a dor emocional não é uma solução imediata, mas sim o espaço seguro de ser ouvido, sem julgamento. A escuta empática, aquela que acolhe sem tentar consertar, que se aproxima sem invadir, é um dos maiores presentes que podemos oferecer a alguém. Especialmente a quem está em sofrimento silencioso.

Setembro Amarelo é sobre prevenção do suicídio, sim. Mas é, acima de tudo, sobre valorização da vida. E isso começa nos detalhes: um “bom dia” genuíno, um “como você está?” com interesse real, um “estou aqui se precisar”. Gestos que parecem pequenos, mas que têm o poder de interromper ciclos de solidão.

É preciso desmistificar a ideia de que falar sobre suicídio incentiva o ato. Pelo contrário: abrir espaço para esse diálogo pode ser a ponte entre o desespero e a esperança. Precisamos criar uma cultura em que pedir ajuda não seja sinal de fraqueza, mas de coragem.

E não podemos esquecer de quem ficou. Quem perdeu alguém por suicídio muitas vezes carrega um luto que vem junto com um peso imenso de culpa: “Eu devia ter percebido”, “Eu devia ter feito mais”. Já acompanhei, em escuta clínica, histórias de quem tentou de tudo — conversou, acolheu, ajudou — e mesmo assim a perda aconteceu. A essas pessoas, é preciso dizer: você não falhou. O sofrimento psíquico é complexo e não há culpados. Seu amor e cuidado foram importantes, mesmo que o desfecho tenha sido trágico. Acolher esse luto com respeito e sensibilidade também é uma forma de valorizar a vida.

Se você está lendo este texto e sente que a vida perdeu o brilho, saiba que você não está só. Há redes de apoio, profissionais preparados e pessoas dispostas a escutar. E se você está do outro lado — como familiar, amigo, colega, lembre-se: você não precisa ter todas as respostas. Às vezes, só estar presente já é o suficiente.

Neste setembro (e em todos os meses do ano), que possamos cultivar a escuta, o cuidado e a presença. Porque valorizar a vida é, antes de tudo, reconhecer a humanidade que habita em cada um de nós.

Se você ou alguém que você conhece está em sofrimento emocional, procure ajuda com profissionais realmente capacitados ou Ligue para o CVV – 188 (Centro de Valorização da Vida), disponível 24 horas por dia, gratuitamente.


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