Ao final de 2024, foi recolocado em seu pedestal, na Praça Vidal Ramos, o busto de Lauro Müller, que sofrera uma tentativa de furto em julho do mesmo ano. A recolocação por equipe da administração municipal suscitou alguns comentários, porque o busto de bronze agora ficou posto de costas para a Igrejinha da Imaculada.

Essa é a última das peripécias vividas pelo busto, desde que o monumento idealizado pelo então prefeito e deputado estadual Marcos Konder (à época, era possível acumular esses dois cargos públicos), ficou pronto. Konder, grande amigo de Lauro Müller, organizou em 1927 subscrição popular e correu listas de contribuições por todos os municípios catarinenses de então e outras entre amigos e ex-correligionários do ilustre itajaiense. Além disso, propôs através de lei estadual que o governo de Santa Catarina também contribuísse. Ainda para completar o montante do valor da obra, Marcos Konder fez duas generosas contribuições pessoais. O monumento, ele o encomendou ao conceituado escultor brasileiro Antonino de Mattos, residente no Rio de Janeiro, pelo valor de 20 contos de réis.

Essa é a última das peripécias vividas pelo busto, desde que o monumento idealizado pelo então prefeito e deputado estadual Marcos Konder (à época, era possível acumular esses dois cargos públicos), ficou pronto. Konder, grande amigo de Lauro Müller, organizou em 1927 subscrição popular e correu listas de contribuições por todos os municípios catarinenses de então e outras entre amigos e ex-correligionários do ilustre itajaiense. Além disso, propôs através de lei estadual que o governo de Santa Catarina também contribuísse. Ainda para completar o montante do valor da obra, Marcos Konder fez duas generosas contribuições pessoais. O monumento, ele o encomendou ao conceituado escultor brasileiro Antonino de Mattos, residente no Rio de Janeiro, pelo valor de 20 contos de réis.

Os componentes do monumento começaram a ser aprontados em 1929 – pedestal de granito, placas laterais de bronze e o busto do mesmo metal; e tudo ficou pronto em 1930. A Companhia Hoepcke graciosamente se prontificou a transportar as peças até Itajaí em um de seus navios.

A partir daí, começaram as muitas peripécias de que se falou antes. Pouco depois de as peças chegarem a Itajaí, irrompeu em outubro de 1930 a Revolução de Getúlio Vargas e o prefeito Marcos Konder teve que deixar o governo do município. Não houve, portanto, como erigir o monumento e as partes ficaram recolhidas num armazém da firma Konder por cinco anos.

No correr do ano de 1935, alunas e alunos do Curso Complementar do Grupo Escolar Victor Meirelles se dirigiram ao prefeito Arno Bauer, pedindo que ele enfim levasse a cabo a ereção do monumento. Este se dirigiu, então, ao ex-prefeito Marcos Konder dizendo da sua disposição em dar início à obra. Konder respondeu que estava à disposição para trocar ideias a respeito, mas que depois de aprontado o monumento propunha que a inauguração se fizesse após as eleições municipais, “num ambiente favorável de harmonia e paz da família itajaiense”.

O que aconteceu depois foi que Bauer deixou o cargo de prefeito, porque desde a Revolução de 1930 os prefeitos eram nomeados, e Konder, por criticar a política de nacionalização forçada de Vargas, passou a ser perseguido politicamente. A inauguração, por isso, acabou sendo postergada.

Finalmente, em 1938, o prefeito Irineu Bornhausen decidiu aprontar o monumento e inaugurá-lo. Pronto o pedestal, quando se foi assentar o busto no seu topo, levantou-se uma celeuma na cidade: o busto ficando de costas para a Igreja era um desrespeito, uma afronta, um sacrilégio...

Para evitar rusgas com o vigário e católicos, decidiu-se assentar o busto de Lauro Müller voltado para a Igrejinha da Imaculada; todavia, de costas para a frente do monumento. E assim ficou por 86 anos.

Sem saber de tudo isso, o arquiteto que comandou a recolocação da peça, no fim do ano passado, fazendo correta leitura do monumento, assentou o busto de costas para a Igrejinha.

Espera-se que, agora, vigário e católicos não se abespinhem!