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Ignorância racional


A ignorância é um atributo humano. Está na condição de existir, na construção da natureza humana. Não conhecer, não saber é próprio dos humanos. Ignorar é uma necessidade de ser e estar. Caso tivéssemos nascido com o conhecimento ajustado nas linhas do DNA nada poderia ser descoberto, nenhum cobertor poderia haver posto que tudo já estaria sabido. A condição de existência das coisas fora de nosso corpo já seria em cada um de nós. Nenhum livro seria lido, nenhum professor professaria suas lições, nenhuma escola [gr. Scholé] faria conferências, e o nada não o seria.

No outro lado do espelho que reflete a si mesmo, a ignorância é propositada. O esforço para se alcançar algum resultado pode ser maior do que os benefícios imaginados. Na relação de esforço necessário e resultado possível talvez seja melhor deixar assim mesmo. Essa é uma das razões para que as pessoas não queiram fazer parte dos processos governamentais, das decisões da gestão pública, das reuniões de condomínio, das audiências públicas [coleta de falas]. A Política fica longe de mim pela distância regulada ao dramático esforço para conquista simples. Culpamos a burocracia. Que nada! O caminho foi criado para não ser fácil! Há intencionalidades! Tente acessar o Portal da Transparência para perceber o quão difícil é entender o caminho a caminhar e o objetivo a alcançar.

Nesse lado do espelho que reflete a si mesmo, o voto parece ser suficiente para criar a ignorância racional de que a democracia é uma festa ao apoteótico descaso sobre as decisões. É difícil participar porque exige muito esforço grande para sucessos exíguos, diminutos, incertos. É difícil participar porque é necessário se expor em condições hierárquicas tão diferentes, e se mostrar crítico ao mandatário da hora, pode perturbar a crítica como se fora discórdia. Melhor se manter guardado!

Para obturar uma brecha na ignorância propositada, o prefeito então guarda um dia da semana para atendimentos. Não é para participar, senão para tentar impulsionar alguma demanda para ...

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No outro lado do espelho que reflete a si mesmo, a ignorância é propositada. O esforço para se alcançar algum resultado pode ser maior do que os benefícios imaginados. Na relação de esforço necessário e resultado possível talvez seja melhor deixar assim mesmo. Essa é uma das razões para que as pessoas não queiram fazer parte dos processos governamentais, das decisões da gestão pública, das reuniões de condomínio, das audiências públicas [coleta de falas]. A Política fica longe de mim pela distância regulada ao dramático esforço para conquista simples. Culpamos a burocracia. Que nada! O caminho foi criado para não ser fácil! Há intencionalidades! Tente acessar o Portal da Transparência para perceber o quão difícil é entender o caminho a caminhar e o objetivo a alcançar.

Nesse lado do espelho que reflete a si mesmo, o voto parece ser suficiente para criar a ignorância racional de que a democracia é uma festa ao apoteótico descaso sobre as decisões. É difícil participar porque exige muito esforço grande para sucessos exíguos, diminutos, incertos. É difícil participar porque é necessário se expor em condições hierárquicas tão diferentes, e se mostrar crítico ao mandatário da hora, pode perturbar a crítica como se fora discórdia. Melhor se manter guardado!

Para obturar uma brecha na ignorância propositada, o prefeito então guarda um dia da semana para atendimentos. Não é para participar, senão para tentar impulsionar alguma demanda para ajustar algum erro, para explicar algum problema. O “Dia de atendimento” tem o defeito de falar sobre as dificuldades de o próprio prefeito participar da solução porque os caminhos são semelhantes ao Portal da Transparência. “Não será possível resolver porque a lei limita, a burocracia dificulta, e é muito difícil”. O “Dia de atendimento” é o princípio do fim da participação, porque atrai a necessidade pessoal para o labirinto das decisões coletivas. Participação política se faz em nome do coletivo, e não de algo individual.

Então, de tempos em tempos, e por não haver a participação nas reuniões escolares, nas decisões condominiais, da gestão pública, nas audiências públicas... se vota como se fora juiz a decidir o bom e o ruim, o bem e o mal; se observam as eleições como um tribunal cujos jurados efetuam a seleção de um concorrente depois de ouvir suas histórias. Após decidido o escolhido, se ajustam promessas e cumprimentos. Do tempo corrido, varridas as sujeiras, colhidos os lixos, mostrada a limpeza, os juízes voltam ao tribunal para mais um julgamento.

Sendo tão custoso o processo de participação, sendo tão complicado e comprometedor dizer algo ao mandatário [prefeito, secretários, diretores, chefes de áreas...], não crendo que os outros usariam seu tempo para participar em nome do conjunto de pessoas e a abdicar de si, o absurdo seria ser abduzido para se entregar à política. A ignorância política é tem lá sua racionalidade!


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