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Eleições: um debat


Orif e Oleg se tornaram amigos desde o último encontro. Tinham conversado sobre o primeiro debate entre candidatos ocorrido dias antes. Dos candidatos se aproveitou pouco. Apenas um deles tinha posicionamento político orientado à diminuição dos cargos de confiança como medida de economia de recursos e instrução de eficiência daquela engrenagem cheia de porcas e parafusos chamada “prefeitura municipal”. Mas a mensagem não foi bem apresentada.

Uma candidata se mostrou como quem declama um poema ruim, com rimas previsíveis sem impacto emocional. Falava o que seria bom, como seria bom, por que seria bom. Toda a apresentação não poderia ser utilizada em uma palestra motivacional. O terceiro candidato tinha problemas graves na justiça e suas emoções guardavam um ambiente reservado aos seus fantasmas. A última candidata, de voz estridente, aguda, como um violino desafinado manuseado por um aprendiz, preferia a briga como forma de se proteger de suas próprias fragilidades pessoais.

Oleg lera num jornal local que o tal debate tinha sido longo e cansativo, improdutivo, sem deixar lastros de orientação aos eleitores. O mediador tinha se atrapalhado, sem controle claro das regras e, vez ou outra, se justificava pelo excesso de funções que tinha naquela atividade. A política mostrava sua cara. Era assim que Oleg sentia aquele momento político-eleitoral. O debate era o retrato da eleição até aquele momento.

Orif se dirigiu à Oleg afirmando que a diferença entre os candidatos precisava ser marcada por alguns parâmetros. Um deles seria algo em torno de personalismo político e vingança pessoal ...

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Uma candidata se mostrou como quem declama um poema ruim, com rimas previsíveis sem impacto emocional. Falava o que seria bom, como seria bom, por que seria bom. Toda a apresentação não poderia ser utilizada em uma palestra motivacional. O terceiro candidato tinha problemas graves na justiça e suas emoções guardavam um ambiente reservado aos seus fantasmas. A última candidata, de voz estridente, aguda, como um violino desafinado manuseado por um aprendiz, preferia a briga como forma de se proteger de suas próprias fragilidades pessoais.

Oleg lera num jornal local que o tal debate tinha sido longo e cansativo, improdutivo, sem deixar lastros de orientação aos eleitores. O mediador tinha se atrapalhado, sem controle claro das regras e, vez ou outra, se justificava pelo excesso de funções que tinha naquela atividade. A política mostrava sua cara. Era assim que Oleg sentia aquele momento político-eleitoral. O debate era o retrato da eleição até aquele momento.

Orif se dirigiu à Oleg afirmando que a diferença entre os candidatos precisava ser marcada por alguns parâmetros. Um deles seria algo em torno de personalismo político e vingança pessoal. Um dos partidos era visto como traidor da população e o sentimento tinha se embebido de revolta e vingança. Daí nasceu um movimento de rejeição e repulsa visto tantas vezes em outras eleições recentes. O símbolo desse movimento encarnava um personagem no qual nenhuma crítica poderia se entranhar. Parecia imune a qualquer crítica, a qualquer acusação, a qualquer comportamento imoral. O aproveitamento desse ambiente ainda estaria a ser feito por um dos candidatos.

Oleg imaginava que o candidato de fantasmas estava prestes a ter que se explicar por resultados de julgamentos. Prestação de contas tinham sido rejeitadas e a protelação tinha sido o caminho jurídico até então. A cada amanhecer o semblante do candidato ficava mais pesado, menos ávido, mais tenso. Orif imaginava que o envelhecimento da alma do candidato e sua preocupação permanente estavam demonstrados na contração dos músculos de sua face. O passado que perturba. De todos os lados, até aquele momento, a eleição ainda não tinha destino, não havia propósito, não marcava diferença significativa. Todos os nós ainda estavam frouxos. A eleição precisava de programas de governo, de candidatos mais atentos a condições de entregar parâmetros aos eleitores. A eleição precisava ser mais aquecida.

Em alguns lugares, o efeito das acusações sem provas, das jogatinas políticas, dos prejulgamentos e preconceitos, da polêmica covarde, destaca um candidato ali, outro acolá. Oleg alertava que as eleições estavam servindo mais para grupos do que para a cidade. Orif via as cenas eleitorais mais como um saco de pão amassado do que com a preocupação com as pessoas. E os eleitores, para Oleg e Orif, se sentavam como votantes e não como cidadãos políticos. Era uma manhã de domingo de temperaturas baixas, com sol de inverno.


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