O ciclo do processo eleitoral inicia nova etapa: as convenções começaram a ser processadas. Toda a fase das articulações, costuras, conversas e intermitências precipitam seu fim. Os conjuntos começam a ser apresentados como prepostos de músicos que estariam prontos para apresentar os acordes de partituras ensaiadas ao longo de tempo de arranjos políticos. É o típico espetáculo que não dá para fazer sem longo treinamentos e ensaios. Os participantes precisam saber, com detalhes, qual a música a ser entoada. Qualquer desatino precede o estrondo de agudos insolentes.
Com as convenções as diferenças estariam apaziguadas e os comportamentos estariam orientados por maestros a liderar o tom, o tempo, as entradas e saídas dos envolvidos no intrigante musical político. Político por político, militante por militante, músico por músico, instrumento por instrumento, todos deveriam estar em sensível conjunção. Sabendo o caminho e distinguindo-se os concorrentes, o momento exigirá esforço nascido de planejamento, vontade originada de organização e execução com impulso de luta.
O destaque estará firmado nos líderes em várias tipologias. O líder político-organizacional será aquele a mover a batuta por magnetismo e a provocar a sensação de esforço orientado ao destino adequadamente planejado e organizado. Esta liderança será capaz de amenizar quaisquer distúrbios e resolver quaisquer dissonâncias. Sempre haverá movimento de desalinho e desafino, mas pela grandeza do líder político-organizacional estará presente a aura de que a maior parte dos problemas tem destino de solução. O líder político-organizacional é um propulsor de fé e de segurança.
Por vezes encontraremos liderança de traçados estratégicos capaz de designar rumos, estabelecer caminhos e promover a concentração da equipe em torno de um mesmo desafio: não se chega à vitória sem vontade e sem treinamentos que ocorrem a cada dia. Conceitos norteadores, parâmetros que vislumbrem sentido aos esforços, promoção de campos de trabalho serão fundamentais para que cada um e todos saibam o que fazer, para que fazer e como fazer.
Os candidatos, agora forjados em escrituras convencionais, são os motivadores de tudo o que ocorre para fora do cenário musical. Candidatos são o prolongamento da sonoridade, dos acordes, dos enlaces que cada músico entoa em seu instrumento. O soar da música é que fará o espetáculo ser bem recebido, que poderá gerar os aplausos intensificados em cada escala. O candidato é o solo musical necessário. O sistema de apoio para sua apresentação é a origem de sua performance.
Os eleitores, dono de suas próprias opiniões e necessariamente envolvidos no espetáculo, são os que decidirão os aplausos por intensidade e vigor. A música deve movimentar a sensação espiritual de que o futuro tende a ser promissor, que a esperança permite nossa própria eternização nos propondo futuro melhor.
A música é educativa, e é sinal dos próprios traços de como um espectador-eleitor percebe o mundo e deseja o futuro. O futuro, dado por Deus como promessa, será construído por nossas mãos. Decisão que leva em conta que o resultado é efeito para todos!