Show de Bola
Por Coluna do Jânio Flavio -
Hora do desespero
O Marcílio Dias esperou por resultados melhores durante todo o Campeonato Catarinense, mas ao longo de 10 rodadas foi deixando pontos pelo caminho, perdendo jogos que não podia e que não deveria pelo nível dos adversários que estava enfrentando. A gota d’água chegou no sábado, com mais uma derrota vexatória em casa, a quarta em seis jogos no Gigantão no estadual, dessa vez para o Concórdia, de virada. A campanha pífia deixa o clube à beira do precipício. Só não caiu ainda porque resta um fio de esperança, com uma campanha também decepcionante do Camboriú no Catarinense. A classificação na Copa do Brasil foi uma exceção em uma equipe que, dentro de campo, lutou menos do que as outras em alguns jogos, e por isso chegou nessa situação. Rogério Corrêa não é o maior culpado, mas também deu sua contribuição negativa. Errou demais ao longo do Catarinense, mexeu tanto no time que no fim ninguém mais sabe quem é titular, quem é reserva imediato, e quem está descartado pela comissão técnica. O elenco é fraco, mas Rogério também teve dificuldade em administrá-lo. Agora, com tudo quase perdido, vêm à tona informações do que já se especulava nos bastidores. O vestiário estaria rachado, existem grupos diferentes de atletas lá dentro e o Marcílio não consegue seguir uma única direção. Está perdido. Falha grave do departamento de futebol, que montou um elenco de poucas peças de qualidade, não conseguiu repor as perdas da Copa Santa Catarina, e apostou em jogadores veteranos, muito tempo parados, e que pouco acrescentaram aqui. As “cerejas do bolo”, como disse o superintendente Diego Cope, custaram caro demais, e vieram com gosto ruim, muito ruim para o torcedor. Cope é um dos principais responsáveis pela maior alegria da torcida nos últimos anos, o título da Copinha e a vaga na Copa do Brasil, que já rendeu uma classificação histórica pra segunda fase, bem como um dos maiores responsáveis pelo fiasco no Catarinense. A sua saída, junto com a de Rogério, acontecem em um momento em que o desespero bateu no clube. Infelizmente, não tem como trocar 20 jogadores de uma semana pra outra, mas era preciso fazer algo que mexesse as estruturas dentro do Gigantão. O Marcílio ficou refém desse grupo e suas desavenças internas, e os seus comandantes não conseguiram resolver nos últimos meses. Os jogadores, que deram um show de horror no Gigantão no jogo contra o Barra e no segundo tempo contra o Concórdia, também precisam assumir a responsabilidade daquilo que não fizeram nessas partidas decisivas.
Ainda há esperança
O Marcílio tem chances de escapar de rebaixamento e a semana deve ser de foco e de renovação dentro do Gigantão. Alguns jogadores já deveriam ser dispensados, deixando apenas aqueles que estão 100% em condições físicas, técnicas e mentais de vencer os jogos do Catarinense e da Copa do Brasil. O Camboriú terá uma partida difícil contra o líder Hercílio Luz, enquanto o Marcílio tem time pra bater o Atlético Catarinense com mais tranquilidade. O Marinheiro pode até ser rebaixado, mas precisa lutar até o final.