Artigos
Por Artigos -
Política empresarial
Essa é pra quem insiste no discurso fácil e raso de que político é tudo ladrão. E que, se é ladrão, logo, é político.
O agora deputado Rodrigo Santos da Rocha Loures é empresário. Ou herdeiro, filho de empresário. Seu pai, Rodrigo Rocha Loures, é fundador da Nutrimental.
Rodriguinho é político há pouco tempo. A família Rocha Loures (não é Lures, nem Lurdes) é muito conhecida e respeitada em Curitiba. Alta sociedade.
Rodrigão é mais que empresário. É liderança influente no meio empresarial. Considerado dos bons. Foi presidente da Federação das Indústrias do Paraná por vários anos. Eleito e reeleito. Depois ainda fez o sucessor.
Como empresário de sucesso na sua própria indústria e depois na FIEP, também foi (ou ainda é) representante do meio em diversas instituições importantes.
A partir de sua história pessoal, entrou na política.
Não lembro quem entrou antes na política partidária, se o pai ou o filho. (Porque quem tá em federação ou associação também tá fazendo política. Não necessariamente partidária, mas política, ok?)
O fato é que o filho, se algum dia teve o foco de fazer política séria – o que tendo a acreditar que sim, ele tinha essa boa intenção –, aparentemente se perdeu no caminho. O tempo – e a PF – vão mostrar.
Toda generalização é burra. Inclusive esta que acabo de dizer.
Assim como fico de cara quando pessoas inteligentes e estudadas afirmam que político é tudo igual, que político é tudo bandido, ficaria de cara se generalizassem outros segmentos, como empresários, no caso.
Tá cheio de político corrupto. E empresário corrupto também. Assim como tá cheio de político e empresário decente. Honesto. É que esses não estão na mídia, não vendem jornal.
Não vendem porque você não compra, amigo cidadão. Gostamos mais de sangue, né? Os jornais sabem disso. E, assim como os políticos, os empresários, os trabalhadores, a torcida do Atlético, do Flamengo, você e eu, os jornais gostam de dinheiro. Alguns gostam tanto que trocam qualquer coisa por grana. Inclusive manchetes, matérias, editoriais. Editorial é mais caro. Mas o assunto agora é outro.
Não defendo bandido. Nem político. Nem empresário. Defendo o bom senso. A ponderação. O equilíbrio. O que considero justo.
Criminalizar a política é um crime. Dependemos da política em nossa sociedade. Dependemos dos partidos. Demorei pra entender isso. Entendi contrariado. Hoje entendo.
Isso que estamos vendo não é política. É deturpação. É crime. Política é outra coisa. Ou, ao menos, era pra ser.
Sergio Machado