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Não é sobre acabar com as indicações políticas. É sobre repensar
Os conselheiros do Tribunal de Contas do Rio que foram presos não estão no Tribunal de Contas porque entendem do assunto. Estão lá por indicação política. Outros conselheiros, de outros tribunais de contas, de outros estados também não estão lá por mérito. O que é mérito? Estão lá por indicações políticas. Os governadores indicam quem vai fiscalizar os governos. Tá bom assim? Os diretores da Petrobras acusados na Lava Jato foram indicações políticas. Os fiscais do Ministério da Agricultura acusados na Carne Fraca também não ganharam seus cargos porque estudaram pra isso. Indicações políticas. Os diretores da Receita Estadual do Paraná acusados na Operação Publicano não ganharam essa função porque entendem do assunto. São todos indicações políticas. Cartel dos Trens em São Paulo? Indicações políticas. Executivo, legislativo e judiciário. Federal, estadual e municipal. Pega um escândalo. Pega um caso de propina, desvio, corrupção. Vê quantos têm indicação política no meio. Não é uma pessoa. Não é um partido. É o sistema. Sim. Inclusive nos melhores tribunais, o sistema é basicamente o mesmo. Até os ministros do STF, o órgão máximo da nossa Justiça, são indicações políticas. O rei está nu. A situação passou do limite. O que queremos é mudança de verdade? Então, até quando a sociedade vai aceitar que os culpados sejam punidos (o que é novidade, excelente novidade) e os cargos, que deveriam ser públicos, continuem sendo reocupados do mesmo jeitinho: por grosseiras indicações políticas? Sergio Machado