A distância é a trajetória percorrida por um corpo resultante do emprego da força para deslocamento entre dois pontos: o ponto inicial e o ponto final. É, isso mesmo, se você deslocar uma caneta em um papel do lado esquerdo para o direito – para os árabes é o contrário-, ao terminar a linha, terá através do emprego da força na caneta que despeja tinta no papel, saído de uma margem à outra tendo percorrido uma distância.

Calculamos a distância entre dois pontos na geometria analítica por meio da aplicação do Teorema de Pitágoras. Ele leva em conta a posição inicial e a posição final para chegar ao resultado.

Mas não é a distância da Física que me interessa, não aqui.

No final de semana que passou fui a um casamento e reencontrei um irmão que a vida me deu. Trabalhamos juntos, fomos e somos sócios ainda, sonhamos profissionalmente juntos, ascendemos na carreira de forma conjunta e nos separarmos por motivos de destino, cada qual para uma cidade diferente.

O motivo de nosso reencontro não poderia ser algo mais belo: ele casou! E na história do casal tinha algo que eu não conhecia.

Ele havia escrito uma carta quando criança a sua então pretendente com mais de mil “eu te amos”. Ela, na época, olhou a carta e o dispensou. Passados 20 anos se reencontram num ônibus, trocam entre si os números de telefones, depois algumas mensagens e adivinhem: acabou em casamento. Eles viveram distantes muitos anos e o destino os uniu novamente.

E não é o único caso que tomei conhecimento. Numa conversa de bar, ouvi de um amigo que há 11 anos ele vive longe da pessoa que ama. Sempre amou-a, embora o relacionamento tenha acabado e ele tenha se aventurado em outros amores depois dela. Com os olhos quase em lágrimas afirmou que ela ainda aparece frequentemente em seus sonhos.

Então, acho que Pitágoras deveria ter aberto um espaço em seu teorema, incluindo a grandeza do destino, pois ele deve ter alguma relação direta com a distância, às vezes unindo, às vezes separando.