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A indignação seletiva e o nem um, nem outro


“Fora Jandir e sua corja”;

“PPilantras”;

“Cadeia pros ladrões da Dupla Face e das Paradas Obrigatórias”;

“Estamos com vocês, Gaeco e juíza Sônia Moroso”;

“ACII, expulsa os empresários ladrões”;

Apesar de Itajaí estar afundada numa lama de corrupções, com prisões e denúncias feitas pelo ministério Público contra grandes empresários, vereadores, secretários e diretores da prefeitura, domingo não vi sequer um cartaz, uma faixa, um coro ou uma palavra de ordem que se referisse a essa situação.

Também não vi qualquer referência a Eduardo Cunha (sabe, aquele né, que fez remessas já comprovadas de dinheiro para o exterior sem qualquer declaração, que comanda a Câmara dos Deputados e faz oposição ao governo federal).

Procurei e não encontrei críticas e revoltas contra os envolvidos na operação Zelotes que, estimam os procuradores federais, são responsáveis por um rombo de algo perto de R$ 19 bilhões. Tudo em sonegação.

Não vi:

“RBS devolve os R$ 500 milhões sonegados”;

“Cunha, vai pra cadeia”;

“Fernando Henrique pega de volta as empresas que vendeu pros gringos”

E por aí vai.

A manifestação do dia 13 não foi contra a corrupção. As camisetas “Fora Dilma”, “Fora PT” e “Cadeia Lula”, já padronizadas e usadas em todo país, as musiquinhas, as palavras de ordem, o controle dos microfones, mostram que a ação tática tinha apenas um alvo: o atual governo federal.

É como se a indignação das pessoas fosse seletiva. É como se a INDIGNAÇÃO das pessoas fosse SELETIVA (tá repetido propositalmente). É algo assim: “Só o PT não pode fazer corrupção; todo o resto pode”.

Antes que lá venham me dizer: “seu petralha”, “tá tentando justificar o roubo” e até xingamentos, já adianto que, desde 2008, estou fora do partido. Nas duas eleições de Dilma fui de Plínio de Arruda Sampaio e de Luciana Genro (do PSol) no primeiro turno. Também já fiz manifestação quando o Lula esteve em Itajaí e acabei indo detido junto com o Pedro Silva e o Moacir da Costa. Ah! E ainda ajudei a produzir as provas que denunciaram um pequena esquema de corrupção no governo Volnei Morastoni e me posicionei contra a verticalização da Praia Brava.

Não que muita gente não tenha ido à manifestação porque esteja cansada em relação à essa coisa abominável que é se aproveitar da coisa pública e lucrar ilegalmente. Mas, se o foi com esse objetivo mais amplo, acabou engolido pelo objetivo maior, que foi atacar a corrupção e os possível esquemas que vêm apenas de um grupo. Ou seja, mesmo que do fundo do coração estivesse exercendo seu direito republicano e democrático de ir protestar contra o que não acha correto, virou, sem querer, parte da grande massa manobrada e que praticou a INDIGNAÇÃO SELETIVA.

Nem branco nem preto; nem quem manteve os esquemas atuais (sim, os escândalos da Petrobras datam de 1996), nem quem fez os esquemas antigos.

Quero outra República. Quero a República de quem vai pra rua bem informado, sem preconceitos, e sem ser usado.

E, apesar de querer outra democracia, não vou ajudar a derrubar esta e colaborar para que algo pior volte ao poder.

P.s: Ah! Vale frisar o seguinte: as frases do início da postagem são um “exercício de imaginação”, mera ficção pra poder ajudar o leitor a comparar. Eu, de cá, aprovo as denúncias, mas não concordo com esse tipo de agressão verbal. Elas foram usadas como figuras de contribuição, digamos, literária...


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