A temporada 2024/2025 consolidou o protagonismo de Santa Catarina no turismo marítimo nacional. Segundo a Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (Clia Brasil), o setor movimentou R$ 5,43 bilhões entre novembro e abril, crescimento de 3,8% em relação ao ciclo anterior. Somando cabotagem e navios internacionais, o impacto econômico ultrapassou R$ 6 bilhões e gerou 93,7 mil empregos diretos e indiretos.
Durante 170 dias, nove navios percorreram 18 destinos nacionais e sul-americanos, enquanto outros 29 internacionais fizeram escalas no país. Com Itajaí, Balneário Camboriú e Porto Belo ...
Durante 170 dias, nove navios percorreram 18 destinos nacionais e sul-americanos, enquanto outros 29 internacionais fizeram escalas no país. Com Itajaí, Balneário Camboriú e Porto Belo na rota das principais companhias, o litoral catarinense ofertou mais de 400 mil leitos. “A posição estratégica entre São Paulo e a Argentina permite escalas tanto na ida quanto na volta, ampliando o impacto econômico e o tempo de permanência dos visitantes”, destaca Marco Ferraz, presidente da Clia Brasil.
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Para 2025/2026, a expectativa é de leve redução na oferta de leitos — cerca de 670 mil, 20% a menos que no período anterior —, mas com desempenho catarinense em alta. Balneário Camboriú estreia como porto de embarque com 10 escalas, Itajaí mantém 34 e Porto Belo amplia operações com novos investimentos no píer e planos de alfandegamento definitivo.
Em Porto Belo, mais de 70 mil visitantes passaram pela cidade entre novembro e abril, fortalecendo comércio, gastronomia e serviços. “O número de visitantes demonstra o quanto o município se consolida como referência no turismo náutico. Há integração entre os setores e mais oportunidades para os empreendedores locais”, afirma Marcos Jacques, presidente da Fundação de Turismo. O município aposta em projetos como o Plano de Gerenciamento Costeiro (Gerco) e o Projeto Orla, alinhando o turismo à Economia Azul e à sustentabilidade.
Balneário Camboriú, um dos destinos mais procurados do país, registrou recorde histórico: 170 mil passageiros desembarcaram no Atracadouro Barra Sul. “A cidade oferece opções para todos os públicos e vive um novo momento, agora como porto de embarque e desembarque”, observa Evandro Neiva, secretário de Turismo. Ele destaca que a nova operação deve ampliar o impacto econômico e atrair mais turistas estrangeiros. Segundo a Clia, o gasto médio dos cruzeiristas foi de R$ 709 nas escalas e R$ 918 nos embarques — reflexo direto na hotelaria, comércio e gastronomia.
A diretora do Atracadouro, Juliana Tedesco, lembra que o empreendimento investe fortemente em segurança e sustentabilidade. “Com R$ 8 milhões aplicados neste ano, o Atracadouro se prepara para atender a um mercado em expansão, recebendo desde navios de luxo até embarcações de expedição.”
Itajaí, por sua vez, consolidou-se como hub nacional de cruzeiros. Entre dezembro de 2024 e abril de 2025, o município recebeu 40 navios e 157 mil passageiros — 11% a mais que na temporada anterior —, injetando R$ 121 milhões na economia local. “O turismo de cruzeiros se tornou um dos grandes motores da cidade, com impacto direto sobre bares, restaurantes e hotéis”, afirma Ronaldo Jansson Junior, secretário de Turismo e Eventos.
O Porto de Itajaí, eleito um dos melhores portos de embarque do país pelo Krooze Awards 2025, se prepara para novos avanços. Segundo o superintendente João Paulo Tavares Bastos Gama, estão previstos R$ 689 milhões em investimentos federais em dragagem, bacia de evolução e contenção das margens, além de R$ 300 milhões para o novo terminal de cruzeiros. “Será uma estrutura moderna, sustentável e integrada à paisagem urbana, apta a receber navios de maior porte e operar o ano inteiro”, explica.
Reconhecida como porta de entrada da Economia Azul, Itajaí reforça a união entre turismo, sustentabilidade e inovação. “Cada navio é uma vitrine para o destino e uma oportunidade de mostrar o potencial da nossa cidade. Estamos preparados para crescer de forma planejada e integrada ao desenvolvimento do mar”, conclui Jansson.