POLO NAVAL

Estaleiros de Itajaí e Navegantes em nova fase pra atender contratos da Petrobras

Projetos atuais pra 20 navios de apoio marítimo somam investimentos de US$ 1,3 bilhão

Indústria emprega 3500 pessoas e projeta mais 1400 vagas (Divulgação/Petrobras)
Indústria emprega 3500 pessoas e projeta mais 1400 vagas (Divulgação/Petrobras)

A construção de navios de apoio marítimo pro projeto de renovação da frota da Petrobras marca a retomada da indústria naval e movimenta dois estaleiros no polo de Itajaí e Navegantes. No momento, as empresas têm contratos pra 20 embarcações, conforme levantamento do Sindicato das Indústrias da Construção Naval de Itajaí e Navegantes (Sinconavin). Os investimentos nos projetos somam US$ 1,3 bilhão.

Atualmente, cinco navios estão com obras físicas já iniciadas, com as primeiras entregas previstas para meados de 2026. O cronograma contratual prevê a conclusão das demais embarcações até 2030. Para o sindicato, a conquista desses contratos pelos estaleiros fortalece significativamente o polo naval catarinense, destacando Itajaí e Navegantes como referências na construção de embarcações de apoio marítimo.

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“A região possui capacidade industrial instalada, estaleiros modernos e mão de obra altamente qualificada, fatores que reforçam a relevância de Santa Catarina na cadeia de apoio offshore. Esse posicionamento é estratégico para a atração de novos contratos e consolida a importância do setor para a economia local”, destaca a entidade.

O Sinconavin entende que há plenas condições de sustentabilidade dessa retomada, desde que se mantenham pontos estruturantes, como programas contínuos de contratação e afretamento de longo prazo, linhas de financiamento adequadas, previsibilidade regulatória e segurança jurídica, políticas de incentivo à indústria nacional e ampliação dos benefícios fiscais e tributários ao setor naval.

“Esses fatores são essenciais para garantir o planejamento e a competitividade de longo prazo da indústria naval”, afirma o sindicato. Na indústria naval de Itajaí e Navegantes, os estaleiros geram mais de 3,5 mil empregos diretos. Com os novos contratos, o sindicato estima um aumento de 1,4 mil novos postos de trabalho diretos ao longo das construções.

Além do impacto em empregos diretos, o polo da região envolve diversas empresas da cadeia produtiva. Os principais setores beneficiados pela atividade naval e offshore são siderurgia, ferramentaria e metalmecânica, tubulações e caldeiraria, itens eletroeletrônicos e sistemas de automação, pintura industrial, serviços de transporte e armazenagem, engenharia naval e consultorias técnicas.

Políticas públicas

Para manter a importância do setor e fortalecer a indústria, o sindicato defende uma série de políticas públicas. Entre elas, contratos de longo prazo pra garantir o planejamento industrial e investimentos, e linhas de crédito específicas, com condições adequadas ao ciclo de construção naval, via Fundo da Marinha Mercante (FMM), BNDES ou fontes privadas.

Os incentivos ao conteúdo local qualificado são defendidos pra fortalecer fornecedores regionais, agregando valor à cadeia produtiva. Outras demandas incluem capacitação técnica e formação profissional, em parceria com instituições como o Senai e institutos federais, e políticas de inovação, voltadas à digitalização, eficiência e sustentabilidade ambiental de estaleiros e fornecedores.

R$ 30 bilhões até 2026

O novo ciclo de investimentos na indústria naval de Itajaí e Navegantes faz parte do programa de renovação da frota de embarcações de apoio para as atividades de exploração de petróleo e gás da Petrobras. A estatal tem programada a contratação de 52 novos navios, num pacote de R$ 29 bilhões até 2026.

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Os estaleiros Starnav/Detroit, de Itajaí, e Bram/Navship, de Navegantes, já tocam contratos do programa, com impacto de 15 mil empregos diretos e indiretos na região, segundo o governo federal. Novos contratos estão à vista, pois a Petrobras tem estudo pra mais licitações.

“A expectativa é que essas iniciativas impulsionem a geração de empregos e ampliem a participação da indústria brasileira no setor naval e offshore”, destacou a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, no anúncio do programa.

Em Itajaí, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, anunciou em setembro financiamento de R$ 2,5 bilhões pra Starnav adquirir embarcações que serão construídas no estaleiro Detroit Brasil. A operação banca 88% dos quase R$ 2,9 bilhões pra compra de oito navios de apoio marítimo, quatro do tipo PSV e quatro OSRVs.

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Fundo da Marinha

O financiamento do BNDES pra Itajaí será com recursos do Fundo da Marinha Mercante (FMM), principal instrumento de estímulo à indústria naval do país. Em 2024, só o BNDES aprovou R$ 6 bilhões em crédito pra projetos pelo fundo, o maior valor em 12 anos.

Conforme o Ministério dos Portos e Aeroportos, gestor do FMM, quase R$ 30 bilhões foram aprovados pelo fundo neste ano em financiamento pra indústria naval e offshore, infraestrutura aquaviária, construção de embarcações e obras de estaleiros e instalações portuárias, entre cerca de 700 projetos.

O total entre 2023 e 2025, até julho, foi cerca de R$ 70 bilhões, o triplo do aprovado entre 2019 e 2022. As demandas da Petrobras, de R$ 5,7 bilhões pra 12 projetos, puxaram as aprovações no primeiro semestre, estimulando a cadeia produtiva da indústria naval.

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