A iniciativa visa trocar embarcações obsoletas por navios mais eficientes, adaptáveis a diferentes missões, desde patrulhamento costeiro até operações de defesa e apoio logístico. Serão construídas quatro fragatas de última geração, com entregas entre 2025 e 2029. No momento, três navios estão em produção, com a primeira fragata nos testes finais pra entrega à Marinha e a segunda na fase de instalação de sistemas.
 
        
        
        
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As embarcações contarão com tecnologia embarcada de ponta, sistemas de combate integrados e capacidade para operar helicópteros, drones e outras plataformas navais. A estrutura representa um salto qualitativo na capacidade operacional da frota brasileira, colocando o Brasil em outro patamar no cenário geopolítico marítimo.
 
A construção é tocada no TKMS Estaleiro Brasil Sul, em parceria com o consórcio Águas Azuis, formado pelas empresas Thyssenkrupp Marine Systems, Embraer Defesa & Segurança e Atech, subsidiária da Embraer. O programa envolve transferência de tecnologia e uso de mão de obra local, integrando uma cadeia produtiva nacional.
  
O projeto pode consolidar a vocação do município como polo para a indústria naval e de defesa do Brasil. O Ministério da Defesa já discute novas parcerias e negócios para o setor. Em visita à cidade, representantes da pasta identificaram uma série de indústrias de Itajaí que podem fornecer produtos e insumos ao ministério. No estado, são 31 fornecedores de mais de 140 produtos.
 
“Com uma economia vibrante, infraestrutura de ponta e um papel estratégico na defesa nacional, Itajaí se consolida como um modelo de desenvolvimento e inovação. A cidade não apenas atrai investimentos e gera empregos, mas também se posiciona como um centro de excelência na indústria naval e de defesa, projetando-se como um hub de oportunidades e progresso para o Brasil”, destacou o município.
 
Em visita a Itajaí pro lançamento da fragata “Jerônimo de Albuquerque” (F201), a segunda do projeto, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, comentou que os projetos estratégicos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica impulsionam a indústria de defesa nacional e representam a pujança tecnológica para o desenvolvimento do país.
  
Com os investimentos no setor, o Brasil poderá também fortalecer as exportações de produtos de defesa, o que já ocorre com outros projetos. “Investir em defesa significa mais que investir em soberania; investir em Defesa é gerar benefícios, oportunidades, tecnologia e, acima de qualquer outro fator, é investir no nosso futuro, como nação”, discursou.
 
O projeto das fragatas inspira parcerias entre a Empresa Gerencial de Projetos Navais (Emgepron), que gere o PFCT, e a Embraer, que integra o consórcio Águas Azuis. As duas empresas atuam em projetos de alta complexidade tecnológica, unindo experiências pro fortalecimento da Base Industrial de Defesa (BID). Um novo acordo firmado neste ano prevê pesquisa para o desenvolvimento de radares integrados com sistemas embarcados, a serem usados nos programas da Marinha.
 
Impacto econômico e tecnológico
A construção das fragatas gera um impacto econômico de cerca de dois mil empregos diretos, seis mil indiretos e 15 mil induzidos em atividades de suporte, como hotelaria, alimentação e transporte, somando 23 mil postos de trabalho. A mobilização não impulsiona apenas a economia local, mas uma cadeia com mais de mil fornecedores nacionais e mais de R$ 500 milhões de retorno em impostos.
 
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A fragata “Tamandaré” (F200), que começou a ser construída em setembro de 2022, tem previsão de ser entregue à Marinha até dezembro de 2025. Outros dois navios estão em produção no estaleiro, as fragatas “Jerônimo de Albuquerque” (F201) e “Cunha Moreira” (F202). Em 2026, será iniciada a construção da quarta fragata, a “Mariz e Barros” (F203).
 
Os navios têm projeto baseado no modelo alemão Meko 100. Cada embarcação tem 107 metros de comprimento por 15,9 metros de boca. Ela pode alcançar velocidade acima de 28 nós (51,8 km/h), com autonomia de até 5 mil milhas náuticas (9260 quilômetros). A tripulação básica é composta por 136 militares, com capacidade adicional para até 20 pessoas.
 
O projeto ainda fortalece a soberania tecnológica e industrial do Brasil. As fragatas serão equipadas com mísseis antinavio, sistema de lançamento de mísseis antiaéreos (VLS), canhão principal de 76 mm, canhões remotos de 30 mm, sistema de torpedos leves e modernos recursos eletrônicos. Também contarão com hangar e convés de voo para helicópteros de médio porte.
 
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No campo da tecnologia embarcada, as fragatas contam com um avançado sistema de combate integrado (CMS), sensores de última geração, incluindo radares de vigilância aérea e de superfície, sonar de casco, além de sistemas eletro-ópticos e infravermelhos. A arquitetura é compatível com padrões da Otan, permitindo operações com forças navais aliadas.
 
Os navios vão substituir as antigas fragatas da classe Niterói, de 1970, com capacidade e tecnologias já defasadas. A nova frota vai reforçar a proteção dos mais de cinco milhões de km² da costa brasileira, chamada de Amazônia Azul, com missões de escolta, patrulha e defesa.