TRICK OR TREAT?

Educação de Itajaí recomenda não comemorar Halloween nas escolas

Orientação foi em comunicado aos professores da rede municipal

Secretaria diz que celebração não faz parte do calendário escolar; professor critica (Foto: João Batista)
Secretaria diz que celebração não faz parte do calendário escolar; professor critica (Foto: João Batista)

As celebrações da festa de Halloween, conhecida como Dia das Bruxas no Brasil, não são bem-vindas nas escolas da rede municipal de Itajaí. Às vésperas da tradicional data, celebrada na próxima sexta-feira, a Secretaria Municipal de Educação mandou orientação aos professores pra que o tema “Halloween” não seja trabalhado como atividade curricular ou comemorativa.

Segundo o aviso, a medida foi adotada considerando “a diversidade cultural, religiosa e pedagógica da nossa comunidade”. “Nosso objetivo é garantir que todas as ações desenvolvidas na escola estejam ...

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Segundo o aviso, a medida foi adotada considerando “a diversidade cultural, religiosa e pedagógica da nossa comunidade”. “Nosso objetivo é garantir que todas as ações desenvolvidas na escola estejam alinhadas à matriz de habilidades e à BNCC [Base Nacional Comum Curricular], diz a mensagem de e-mail da diretoria de ensino fundamental da secretaria, encaminhada às escolas.

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A decisão foi criticada pelo professor e influenciador digital Thiago Moretti, conhecido como Professor Tatuado nas redes sociais. Ele rebateu a ideia de que o Halloween tem a ver com religião, relembrando a origem ligada a uma antiga festa pagã e que hoje está incorporada na cultura secular.

“Se há séculos surgiu festa pagã ou qualquer coisa do tipo, pra qualquer entendedor hoje, você tá ligado que é uma identidade secular a história do Halloween, seja aqui ou nos Estados Unidos. Não tem nenhum cunho religioso, é uma brincadeira”, comentou.

Ele também disse que a orientação faz com que só na escola o tema não ganhe espaço. “Imagina uma criança que passa aí pelas ruas, nas lojas, nos vídeos, tudo ao redor dela agora tá com tema de Halloween, só que chega na escola, parece que a palavra foi proibida”, destacou.

O professor ainda contestou a alegação de que a medida considera a diversidade cultural ou religiosa. Segundo ele, a secretaria estaria negando a diversidade ou considerando apenas uma. “Porque aqui os professores fazem formação dentro de igreja evangélica, os alunos vão fazer formatura do Proerd dentro de igreja evangélica, mas o Halloween não pode”, disse.

Para o professor, o argumento de alinhamento da medida à BNCC, guia que orienta os currículos escolares e propostas de educação no país, também não se sustenta. Ele explica que o tema Halloween poderia ser trabalhado em sala de aula pelos professores pra valorizar as diversas manifestações culturais ou em atividades pra conhecer e respeitar as diversas culturas e identidades, que são competências da base nacional.

Apenas recomendação, diz secretaria

Em nota, a Secretaria Municipal de Educação diz que o comunicado encaminhado aos professores trata-se de uma orientação de caráter recomendatório, sem imposição ou obrigatoriedade. A pasta frisou, porém, que as festividades alusivas ao Halloween não integram o calendário escolar oficial.

Ainda assim, os professores poderiam trabalhar o tema de forma educativa, mas restrito às aulas de inglês e sem celebrações, como no uso de fantasias ou decorações. A secretaria explica que a matriz de habilidades da língua inglesa da BNCC prevê o trabalho com aspectos interculturais.

Isso inclui, por exemplo, a avaliação de elementos e produtos culturais de países de língua inglesa incorporados à sociedade brasileira e a exploração de datas comemorativas de países da língua inglesa, fazendo comparações com celebrações típicas brasileiras.

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“Nessa perspectiva, os professores podem abordar o tema em sala de aula sob um viés educativo e comparativo, sem promover comemorações alusivas à data, como usar roupas com este tema ou decorar o ambiente da escola, uma vez que o Halloween não faz parte do calendário escolar”, informa.

Mesmo essa abordagem “intercultural” do Halloween deve ficar restrita à aula de inglês, por estar no currículo da disciplina, e desde que esteja também no planejamento do professor. “Como não consta no calendário oficial de eventos da Educação, não se recomenda estender para fora da aula de inglês”, informa a secretaria.

 

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Origem da data

Comemorado em 31 de outubro, o Halloween é hoje uma data marcada por fantasias, festas e decorações temáticas e o famoso lema “gostosuras ou travessuras” (do inglês “trick or treat”). A celebração tem origem em antigos festivais celtas na região da atual Irlanda, Escócia e País de Gales, alusivos ao ano novo e ao fim do verão e das colheitas.

As tradições tinham rituais pra homenagear os mortos, afastar espíritos e fazer pedidos. A data foi cristianizada depois, com o Halloween fazendo referência à véspera do Dia de Todos os Santos, em 1º de novembro. Com a imigração de irlandeses para os Estados Unidos, a festa ganhou adaptações e se popularizou, ganhando versões em vários países.

A data movimenta o comércio de fantasias, decorações e adereços temáticos, sendo a segunda data mais procurada para esses tipos de itens depois do carnaval. 

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