LUTO NO MUNDO DAS FESTAS
Despedida ao cerimonialista Dado Reich será nesta terça-feira
Produtor de eventos foi vítima de infarto após trabalhar em casamento no fim de semana
Franciele Marcon [fran@diarinho.com.br]



Será nesta terça-feira a despedida ao cerimonialista e produtor de eventos Eduardo Henrique Reich, de 63 anos, o Dado, de Itajaí. O velório acontece das 8h às 16h na Capela Angelus, em frente ao Cemitério Municipal da Fazenda, onde também será o sepultamento, às 16h.
Dado foi encontrado sem vida por volta das 6h de segunda-feira, na porta do seu apartamento, no edifício Dona Emília, no centro de Itajaí. A causa da morte foi um infarto fulminante.
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Famoso pela produção elegante das festas na região, Dado Reich era conhecido por comandar alguns dos eventos mais luxuosos da alta sociedade, como o casamento da modelo Carol Trentini. Neste fim de semana, ele produziu o casamento de Amanda e Felipe, na capela Santa Terezinha, com festa no Cabeçudas Iate Clube.
Durante a celebração, ele chegou a passar mal após comer mariscos, mas não quis ir ao hospital. Ele fez questão de ficar até o fim da festa.
No domingo, trabalhou na desmontagem do evento e, na manhã seguinte, foi encontrado sem vida.
Nas redes sociais, amigos e colegas de profissão lamentaram a perda. A fotógrafa Carol Costa escreveu: “Sua alegria, bom humor e competência farão falta. Obrigada por nos prestigiar. Brilhe muito”.
A cerimonialista Taciane Sathes também se despediu: “O mundo dos casamentos jamais será o mesmo sem você”.
Vittoria Mann Padaratz relembrou o carinho de Dado com sua família: “Você foi padrinho de casamento dos meus pais. Sempre sonhei com você organizando o meu. Agora noiva, estávamos trocando mensagens. A família Mann Padaratz vai sentir muito sua falta”.
Dado Reich era alegre e um ser de luz, lembram os amigos
A colunista social Jackie Rosa convivia com Dado há mais de três décadas. “O Dado tinha uma alegria que era só dele. Um amigão que cuidava da gente. De todo mundo, na real. Brincalhão, dono da risada mais gostosa e é assim que vou guardá-lo no meu coração. O momento é muito triste”, disse, emocionada.
Sobre o profissionalismo, Jackie lembra que ele era só competência e dedicação. “Desde o aniversário de sua mãe, ele era um filho apaixonado, até o maior casamento que era o que ele amava. Sábado ele fez um casamento belíssimo no Iate [Clube Cabeçudas], e mesmo já estando bem ruim permaneceu ao lado de mais uma de suas noivas até as quatro horas da madrugada. Não aceitou que ninguém o levasse para o hospital. Era um “danado”, esse Dado. Nunca gostava de incomodar. Um gentleman e Deus o levou cedo demais. Vai fazer uma falta gigante”, lamentou.
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Jackie lembra que Dado e ela tinham um grupo de amigos que se encontrava uma vez por mês no Iate. “Era a Turma do Dado, eu a Jacque Dalcoquio, a Ligi Finardi, Andrea Heusi, Paty Scherer, Karla Weiss, Sandra Genovezzi, Tina Dalcoquio, não lembro mais quem. Nos encontrávamos uma vez por mês, ele escolhia o cardápio. Pirão com linguiça fazia sucesso, cada um pagava o seu e a gente se divertia demais”, recorda.
A comerciante Aline Aranha, do Mundo Animal, lembra dele como uma pessoa muito alegre e acima de tudo profissional. “Dado era só alegria. E o que era muito sério nele era o profissionalismo. Nós sempre fomos muito amigos, de jantar juntos, mas quando fui no primeiro casamento em que ele trabalhou como cerimonialista, ele mal me cumprimentou. Me abraçou, me beijou e disse: ‘Aline, eu tô trabalhando’. Quis brincar e ele falou: ‘Aline, sai, eu tô trabalhando’”, relembrou, emocionada.
Dado organizou o casamento de Aline. “Um superprofissional, com muita energia”, completou. Aline também destacou o carinho de Dado pelos animais. “Sempre tratou os cachorros dele como família, e os sobrinhos também. Ah, ele foi meu primeiro amigo gay, então a gente sempre confidenciou muitas coisas. Ele se assumiu muito cedo, foi casado, morou junto por muitos anos com um companheiro”, recorda.
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Já a empresária Lenise Silva, dona do Empório Festejar, dividia a paixão pelo universo das festas com Dado Reich. Em dezembro do ano passado, eles trabalharam juntos na festa de aniversário da filha da empresária Cláudia Gugelmin, no espaço Amaité. “Eu sempre o encontrava nos eventos e já tínhamos feito vários orçamentos para trabalhar juntos, mas nunca tinha se concretizado. A primeira festa que efetivamente fizemos do começo ao fim foi essa, da filha da Cláudia, no Amaité”, contou Lenise.
Ela lembra de Dado como um “ser de luz” e compartilhou um hábito marcante: os encontros casuais de domingo no supermercado. “Todo domingo à noite a gente se encontrava no mercado. A gente se esbarrava nos corredores. Ele sempre contava da festa do fim de semana e a gente trocava figurinhas. Ontem [domingo] eu não fui. Hoje fui cedo no Bistek, por volta das 7h, e lembrei que não o encontrei ontem. Pensei: ‘ah, não encontrei o Dado’. Foi a primeira coisa que me veio à cabeça”, lamenta.
Franciele Marcon
Fran Marcon; formada em Jornalismo pela Univali com MBA em Gestão Editorial. Escreve sobre assuntos de Geral, Polícia, Política e é responsável pelas entrevistas do "Diz aí!"