O caminhão de uma empresa que presta serviço pra secretaria de Obras de Itajaí exibe uma bandeira estilizada e levantou questionamentos sobre possível irregularidade. O material costuma ser usado por evangélicos e é do mesmo tipo mostrado em atos de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como no “bandeiraço” na semana passada, em frente à Havan, no bairro Fazenda.
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A bandeira une elementos da bandeira do Brasil e de Israel com o leão da tribo de Judá, uma das 12 tribos ligadas à formação de Israel, conforme a Bíblia, e que tem um significado importante ...
A bandeira une elementos da bandeira do Brasil e de Israel com o leão da tribo de Judá, uma das 12 tribos ligadas à formação de Israel, conforme a Bíblia, e que tem um significado importante na cultura judaica. No Brasil, o símbolo ganhou viés ideológico e político, sendo ostentado por bolsonaristas. Com isso, a divulgação do material em Itajaí por um prestador de serviço público aponta para um possível desvio de função.
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O caminhão é da empreiteira que toca a reforma dos deques de madeira no molhe de Itajaí. A bandeira foi vista esta semana, no alto do baú do veículo, estacionado no ponto onde as obras estão em andamento. Em nota, a prefeitura disse que tomou conhecimento da situação na terça-feira. O município buscou informações e disse se tratar apenas de manifestação religiosa do motorista.
“A Secretaria Municipal de Obras entrou em contato com o prestador de serviço, que informou se tratar de um objeto posicionado não pelo proprietário do maquinário, mas sim pelo motorista do veículo. De acordo com o funcionário, a bandeira é um símbolo religioso - por ser evangélico, baseado na fé que pratica, colocou a bandeira que representa o Brasil e Israel, visto como um país do povo de Deus”, explica a nota.
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“Por motivo de liberdade religiosa e por não interferir no trabalho realizado, a Secretaria Municipal de Obras não pode exigir a retirada da manifestação individual do motorista”, afirmou o esclarecimento da prefeitura. O DIARINHO questionou o Ministério Público sobre o caso.
Já a 9ª Promotoria de Justiça de Itajaí, com atuação na área da moralidade administrativa, informou que não pode emitir parecer ou interpretação jurídica sobre o caso específico, pois isso configuraria consultoria jurídica, prática vedada pela lei orgânica do Ministério Público