O monumento tem estrutura em ferro galvanizado e foi modelado com uma mistura de cimento branco estrutural e pó de mármore. A peça retrata simbolicamente, por meio da representação da família, a chegada dos italianos no Brasil em busca de uma nova vida. A obra começou a ser produzida em abril pelo artista até ser levada para o local de instalação para os acabamentos e ajustes finais.
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O trabalho destaca a arte de Binhotti, autodidata que iniciou a trajetória artística aos 13 anos. Ele tem forte atuação na arte sacra, com obras em igrejas de todo o país e participação de exposições na Itália, França, Espanha, Portugal, Áustria, Índia e Argentina. Ao longo da carreira, recebeu prêmios em bienais internacionais e é membro da Mondial Art Academia, da França.
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Cerimônia com autoridades e descendentes de italianos
O projeto contou com o envolvimento da Superintendência das Fundações de Itajaí, Fundação Cultural, Fundação Genésio Miranda Lins e secretarias de Turismo e de Obras. Além disso, a cerimônia de inauguração fez parte da programação do aniversário de 165 anos de Itajaí.
A cônsul da Itália foi recebida por comitiva municipal liderada pelo prefeito Robison Coelho (PL). A entrega da obra em homenagem à imigração italiana contou com a participação de autoridades municipais e estaduais.
Durante a cerimônia, Eugênia Tiziana Berti recebeu uma placa comemorativa entregue pelo prefeito, destacando a contribuição dos italianos no desenvolvimento do município. A solenidade ainda teve apresentações de coral com canções italianas e dança folclórica típica.
Representantes das famílias italianas mais antigas da cidade foram presenteados. “Esse é um momento de lembrança, daqueles pioneiros italianos que aportaram em Cabeçudas, participaram da primeira missa na hoje praça do Relógio na Fazenda, e seguiram para colonizar o vale do Itajaí”, comentou o secretário municipal de Turismo, Ronaldo Jansson Júnior.
Italianos colonizaram a região a partir de Itajaí
O professor e historiador Edison D’Ávila descreve que, no final de dezembro de 1874, 27 famílias de agricultores da região de Trento, no norte da Itália, embarcaram no porto de Trieste rumo ao Brasil. Após 36 dias de viagem chegaram a Itajaí. Ao desembarcar, as famílias foram abrigadas no galpão dos imigrantes, na Barra do Rio.
Depois, em grupos e em canoas, os imigrantes subiram o rio até a então Colônia Blumenau e, dali, até os lotes coloniais nas margens do rio dos Cedros, afluente do rio Benedito que, por sua vez, é braço do rio Itajaí-açu. No alto vale, eles fundaram o que é hoje a cidade de Rio dos Cedros.
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Muitos descendentes daqueles primeiros imigrantes e das levas seguintes se espalharam por todo o vale do Itajaí, inclusive em Itajaí. Sobrenomes de atuais moradores da cidade atestam a descendência italiana, como Molleri, Berti, Bona, Busarello, Campestrini, Bertoldi, Perini, Demarchi, Marchetti, Piazzera, Lenzi, Sandri, Fronza, Moser, Morastoni, Bellini, Gazaniga, Vignoli, Fachini, Dalmolin, Zermiani, Cristofolini, Rampelotti, Testoni e Dallago entre outros.
“Cabe lembrar que, dentre aqueles imigrantes italianos de 1875, desembarcou também em Itajaí uma coloninha de 10 anos, que seguiu com os pais para o alto Tijucas, agora Nova Trento, chamada de Amabile Visentainer, que depois seria a iluminada Madre Paulina ou Santa Paulina”, completou o historiador.