“Eu venho à tribuna hoje [quarta] para relatar o ocorrido de ontem [terça]. Sabemos o que está acontecendo no Brasil e sabemos o motivo do meu irmão Eduardo ficar nos Estados Unidos e pedir asilo para lá. Foi duro ver o discurso dele. Na timeline, foi duro ver meu pai naquele estado”, disse, ensaiando chorar, emocionado, na tribuna.
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As trocas de farpas em BC começaram na noite de terça, logo após o anúncio do deputado Eduardo. Ele informou, via redes sociais, que vai se “dedicar em tempo integral a convencer o presidente dos EUA, Donald Trump, a atuar pela anistia dos envolvidos nos ataques à democracia do 8 de janeiro no Brasil".
Eduardo também disse que tenta obter apoio para sanções contra o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, relator do processo sobre a tentativa de golpe de Estado. Ele viajou para os EUA no dia 27 de fevereiro e declarou que não tem data para voltar ao Brasil, abrindo mão do salário de mais de R$ 46 mil na câmara.
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Na terça, o vereador Alessandro Teco elogiou a família de Jair Renan. “Seu irmão parece que abdicou do mandato dele de deputado federal e está nos Estados Unidos, vai se licenciar por um período para lutar pela anistia daquelas pessoas que foram presas injustamente. Nada contra o vereador Zanatta, né, mas dizer que eu acabei de ler agora no Globo também que o Alexandre de Moraes acabou arquivando o pedido da cassação do passaporte do seu irmão, Renan...”, afirmou.
Indignado com a citação de seu nome no discurso de Teco, o vereador Zanatta pediu para usar a tribuna. “Eu não entendo por que eu fui citado sobre a fuga de um deputado federal da família Bolsonaro. Se ele está com medo de ser preso, ele se licenciou do mandato para ficar em outro país...”, disse.
Renan tentou interromper a fala, pedindo questão de ordem, mas Zanatta rebateu, afirmando que não poderia ser interrompido. “Eu não entendo por que eu fui citado. Então, assim: quem tem medo foge, é isso que eu gostaria de dizer”, finalizou Zanatta. Renan, revidando, rebateu no microfone: “Tu é baixo, muleque”. A vereadora Jade Martins (MDB), que comandava a sessão da câmara, pediu silêncio aos colegas.
Nesta quarta-feira, Jair Renan usou a tribuna para dizer que estava muito emocionado com a situação de sua família e entristecido com o que chamou de tentativa dos vereadores de BC de se aproveitarem da situação. “Quando você vai atacar alguém, ataque a pessoa, não ataque o familiar. Eu nunca desrespeitei nenhum familiar desta casa...”, disse.
“O que aconteceu ontem foi uma atitude baixa, mesquinha e de baixo calão. Eu sei o que os senhores vereadores, não a maioria, mas alguns da base do governo, tentaram fazer comigo ontem e não deu certo. Não vai dar”, acrescentou. “Se acham que vão me calar, estão muito enganados. Eu vou continuar incomodando o sistema de Balneário Camboriú, tá ok? A cobra vai fumar agora...”, completou.