O deputado federal catarinense Marcos Antônio Pereira Gomes, o Zé Trovão (PL-SC), está entre os 13 indiciados pela Polícia Federal por atos antidemocráticos às vésperas do feriado de 7 de setembro de 2021. Na ocasião, houve manifestações golpistas pelo país, com convocação de apoiadores do então presidente Jair Bolsonaro (PL), pedindo o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF).
O relatório da investigação foi entregue ao STF em 29 de abril e desde maio aguarda parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR). Caberá à PGR oferecer denúncia contra os investigados ...
O relatório da investigação foi entregue ao STF em 29 de abril e desde maio aguarda parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR). Caberá à PGR oferecer denúncia contra os investigados. A investigação tinha sido aberta a pedido da procuradoria pra apurar a convocação para atos criminosos e violentos dias antes do feriado da Independência. Entre os indiciados, além de Zé Trovão está o cantor sertanejo Sérgio Reis.
Nove dos investigados, incluindo Zé Trovão e Sérgio Reis, são acusados de crimes de tentativa de impedimento, com emprego de violência ou grave ameaça, do livre exercício dos Poderes da República (prisão de dois a seis anos), incitação à prática de crime (prisão de três a seis meses) e associação criminosa (prisão de um a três anos).
Outros quatro investigados foram indiciados por crimes de incitação pública à prática de delito e associação criminosa, entre eles o blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio Filho e Antônio Galvan, ex-presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja). Se a PGR der parecer favorável ao relatório da PF, os indiciados passam a responder formalmente pelas acusações e terão prazo pra defesa.
Negou envolvimento
Em nota assinada pelos advogados, Zé Trovão negou participação em atos antidemocráticos e disse que em qualquer manifestação sempre respeitou a Constituição Federal. A defesa informou que ainda não teve acesso às informações do relatório da PF. “Mas temos total segurança que todas as manifestações do deputado foram e são no sentido da defesa dos interesses dos brasileiros e em defesa inequívoca do Estado Democrático de Direito”, diz a nota.
Fez críticas
Pelas redes sociais, Zé Trovão criticou o indiciamento, alegando “perseguição da esquerda”. Ele postou que não houve atos violentos e antidemocráticos. “Não teve sequer uma briga e todos estavam vestidos com as cores verde e amarelo exigindo transparência e justiça”, fazendo referência aos atos pró-Bolsonaro ocorridos no dia Sete de Setembro. A investigação, porém, trata de ameaças e incitações golpistas antes do feriado.
Em outra postagem, ele disse que não “vai abaixar a cabeça jamais” e que seguirá lutando pelo país. “Tenho orgulho da minha história de luta pela democracia e pelos direitos do povo brasileiro”, destacou o deputado, que já chegou a ser preso e usar tornozeleira eletrônica.
De Joinville, Zé Trovão é um dos bolsonaristas que participou do congresso conservador que rolou neste fim de semana no Expocentro Júlio Tedesco, em BC. Ele postou foto com Bolsonaro (PL) e a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro.