A Justiça Federal da 3ª Região revogou a prisão de um grupo de empresários acusados de um esquema de pirâmide financeira. Eles foram presos em outubro do ano passado no Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Goiás e Maranhão. Na segunda-feira foram colocados em liberdade Patrick Abrão Santos Filho, Ivonélio Abrahão da Silva, Diego Ribeiro Chaves, Fabiano Lorite de Lima e Diorge Roberto de Araújo Chaves.
A decisão da juíza Júlia Cavalcante Silva Barbosa atendeu o requerimento dos advogados Maiko Roberto Maier e Luís Octávio Outeiral Velho, que assumiram a defesa de Fabiano Lorite em julho ...
A decisão da juíza Júlia Cavalcante Silva Barbosa atendeu o requerimento dos advogados Maiko Roberto Maier e Luís Octávio Outeiral Velho, que assumiram a defesa de Fabiano Lorite em julho.
Os empresários são acusados de captação de investidores com promessa de rendimentos acima das aplicações do mercado financeiro, o que resultou em um golpe de mais de R$ 4 bilhões. Eles estavam presos desde a Operação La Casa de Papel, da PF. O grupo virou réu por organização criminosa, lavagem de dinheiro, operação ilegal de instituição financeira, gestão fraudulenta e crime contra o patrimônio da União e ambiental. O esquema seria chefiado pelo empresário Patrick, marido da cantora de funk, a carioca Perlla.
Os acusados não precisarão usar tornozeleira eletrônica, mas não podem deixar o país sem autorização legal, mudar de residência ou se ausentar, por mais de oito dias, sem permissão judicial.
Pra soltar o bando, os advogados alegaram que não havia mais necessidade de mantê-los na prisão já que “os crimes imputados na denúncia são dissociados de violência ou grave ameaça e diante da prova colhida no processo, a revogação da prisão preventiva é medida inadequada”.
O advogado Maiko alega que Fabiano estava afastado da família há cerca de 10 meses, em condições sub-humanas, e nunca respondeu a nenhum outro processo na vida.
As contas bancárias, imóveis de alto padrão, veículos de luxo, ouro, joias, barcos e criptoativos, bem como uma mina de esmeraldas, seguem bloqueados pela justiça.
Entenda o golpe
A denúncia contra o bando foi aceita pela 3ª Vara Federal em janeiro pela existência de provas concretas da organização criminosa. Cada integrante ocupava um cargo na Trust Investing, que tinha Patrick como presidente e seu pai, Ivonélio, como diretor nacional.
Patrick usava as redes sociais para angariar seguidores prometendo enriquecimento se os interessados investissem dinheiro na Trust Investing. O esquema envolvia o uso massivo de redes sociais, marketing, reuniões, instituições de líderes arregimentados e até o uso da igreja Ministério Internacional Restaurando as Nações, do pai de Patrick.
Segundo informações da PF, os acusados ofereciam pacotes de investimentos com promessas de ganhos em percentuais que chegariam a 20% ao mês e 300% ao ano.
O grupo é acusado de lançar duas criptomoedas próprias no fim de 2021, sem que as moeadas tivessem qualquer garantia de pagamento.